segunda-feira, 10 de junho de 2013

CARDEAL DESIRÉ MECIER O Cardeal Desiré J. Mercier, Príncipe da Igreja, Pastor de almas e filósofo, foi um desses radiosos astros no céu da Santa Igreja, um lídimo santo e forjador de homens aptos à construção do Reino de Deus. Desiré Joseph Mercier nasceu perto da planície de Waterloo, no grande povoado de Braine-l’Alleud (Brabante), no pequeno castelo de Castegier, aos 21 de novembro de 1851, filho de Paul-León Mercier e de Barbe Croquet. Aos 12 anos, passou a cursar o colégio Saint-Rombaut de Malines, em novembro de 1863, e na casa em que se hospedava, aprendeu a falar o flamengo, que lhe seria tão útil nas futuras lides apostólicas. A 1° de outubro de 1868, foi recebido no Seminário Menor de Malines para estudar filosofia durante dois anos. Em outubro de 1870, foi admitido no Seminário Maior. Em 1871, recebeu a tonsura, e foi enviado para a Universidade de Louvaina, a fim de estudar teologia. Aos 4 de abril de 1874 foi ordenado sacerdote, tendo celebrado a Primeira Missa no altar da sua Primeira Comunhão. Com o apoio do Papa Leão XIII, Mercier tornou-se fundador e diretor do Instituto Superior de Filosofia, destinado principalmente aos leigos. Em 1892, fundou o seminário eclesiástico Leão XIII, anexo ao Instituto Superior de Filosofia. Pio X nomeou Mercier arcebispo de Malines, aos 7 de fevereiro de 1906. O novel Arcebispo foi Primaz da Bélgica e Cardeal (1907). A Grande Guerra Mundial de 1914-1918 veio revelar a grandeza do santo arcebispo que enfrentou bravamente o invasor alemão de sua pátria. O Cardeal Mercier morreu numa sexta-feira, 22 de janeiro de 1926, às 15 horas, num quarto de hospital de Bruxelas, vítima de câncer, depois das orações dos agonizantes, da missa, da recitação de um Te Deum, e das despedidas. O PENSAMENTO DO CARDEAL MERCIER Em seu pensamento coloca a Criteriologia, nome dado a Gnosiologia. Em sua principal obra Gnosiologia Geral (1899) é forte o confronto com a filosofia moderna, sobretudo com Kant. A verdade é um ponto bem considerado dentro do seu pensamento, para ele era preciso encontrar o critério que distingue o erro da verdade. Também é no “espírito humano que se deve investigar se ele é capaz da verdade”. A verdade reside no juízo, quando se vê a identidade entre o sujeito e o predicado de um juízo entre um sujeito atualmente aprendido e um dado abstrato já conhecido antes. Quem nos garante que os termos do juízo estão em adequada correspondência com as coisas?. Mercier dá a sua resposta: o objeto das formas inteligíveis esta contida nas formas sensíveis das quais em princípio ele foi tirado e as quais é presentemente aplicado pelo ato de juízo, o objeto das formas sensíveis é dotado de realidade.Sendo assim as formas inteligíveis também são realidades objetivas. A experiência dos fatos sensíveis quando repetida, ou seja, quando verificada, nos permite alcançar a forma inteligível das coisas e nos dá suficiente garantia de objetividade. Mercier faz afronto a Descartes e a grande parte do pensamento moderno, na análise do sujeito conhecido.Considerando estar dando um sólido fundamento às ciências experimentais, libertando-as da incerta gnosiologia positivista. Os positivistas na sua visão eram maus defensores da ciência, porque restringiam todo o nosso conhecimento unicamente à experiência sensível e assim podiam garantir no máximo certezas simples, como são todas as formas sensíveis. Depois de analisar as verdades de ordem ideal parte para a análise de ordem ireal, mostrando-se alinhado com o pensamento contemporâneo avançado. As proposições de ordem ireal são analíticas, aqui se encontra a identidade entre sujeito e o predicado, “no sentido de pertença objetiva do predicado ao sujeito”. Contra Kant, Mercier mostra que os juízos matemáticos são analíticos, ou seja, ampliam o nosso conhecimento. Afirma também que assertivas metafísicas são assertivas analíticas. Quando se estabelece o princípio pelo qual “a experiência do que é contingente, exige uma causa”., têm-se que concordar, pelo fato de se ter identidade entre sujeito e objeto. Com efeito “contingente” é o que exige uma “causa”, razão pela qual o princípio tem o seguinte:”o que exige uma causa, exige uma causa”. Com base nestes conhecimentos gnosiológicos, Mercier desenvolveu as outras teses típicas da neo-escolástica. Como a distinção entre matéria e forma, ato e potência, alma como forma do corpo, as provas da existência de Deus extraídas do movimento de uma série de causas, etc. Mercier pergunta-se para quem queremos filosofar, senão para os homens do nosso tempo? E com que objetivo filosofamos senão para propor uma solução para as dúvidas que assaltam os nossos contemporâneos? INFLUÊNCIAS DEIXADAS Mercier propôs o confronto das teses neo-escolásticas com todas as ciências de seu tempo (psicologia, biologia, etc.). Rejuveneceu o tomismo e a neo-escolástica com felizes conquistas; Nem todos os neo-escolásticos aceitaram as teses mercerianas (Gilson, Masnovo e outros), viram nelas excessivas concessões à dominante “filosofia do sujeito”. Entretanto as obras e pensamentos de Mercier, continuam sendo as contribuições mais corajosas e inteligentes para o renascimento do pensamento tomista. Mercier logo percebeu que a cultura eclesiástica fragmentária e por vezes caótica, não bastava para enfrentar a imperante filosofia positivista e o ainda influente sistema idealista: ao contrário era preciso opor sistema a sistema. PRINCIPAIS OBRAS 1. in Obras de San Gregorio Magno. 2. Retraite Pastorale 3. La Vie Intérieure. 4., A mes Séminaristes. 5., Aos meus Seminaristas. 6. Gnosiologia Geral (1899).

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