quinta-feira, 13 de junho de 2013

Positivismo


Histórico


O positivismo vem do latim positum que quer dizer pôsto, colocado, em outras palavras significa estar aí.
O positivismo é uma doutrina filosófica que surgiu durante a metade do XIX. O positivismo admite como fonte única de conhecimento, a experiência. O positivismo esta dividido em duas grandes etapas, a primeira etapa é dominada pelas obras de Auguste Comte apesar de haver uns contrastes entre o positivismo de Comte e o positivismo lógico do circulo de Viena. Comte institui o Calendário Positivista em que os santos são os grandes pensadores da História. Comte proclamou-se grande sacerdote da religião da humanidade.
O adjetivo positivismo vem a ser o poder, compreendido de diversas maneiras, como o real, evidente, não admitindo dúvida, como aquilo que se opõe à natureza, bem como à necessidade, como aquilo que se manifesta na experiência. Para Comte o único método de conhecimento é o da ciência natural, valendo esta também para o estudo da sociedade.
A filosofia positivista possui como única função de sistematizar as diversas investigações científicas. A filosofia positiva, portanto, deve submeter à sociedade, a uma rigorosa pesquisa científica, já que somente uma sociologia científica pode ser Considerada como a única base sólida para a reorganização social. Para Comte o objetivo da ciência esta nas pesquisas das leis. A lei é necessária para prever a ação do homem sobre a natureza.
O positivismo se expande por toda a Europa, dominando boa parte da cultura local. Foi uma época de paz substancial e ao mesmo tempo uma época de expansão colonial pela Ásia e pela África. E com isso a Europa consumou sua transformação industrial. As cidades se multiplicaram, quebrando o equilíbrio entre o campo e a cidade. A medicina achou a cura a varia doença infecciosa. A revolução industrial mudou radicalmente o modo de vida da Europa.
A ciência se entrelaçou com a revolução industrial, dando à tecnologia as indústrias e essas aumentavam a produtividade. “Substancial estabelecida na política, o processo de industrialização e o desenvolvimento da ciência e da tecnologia constituem os pilares do meio sócio-cultural que o positivismo interpreta, exalta e favorece.[1].
Os grandes males da sociedade não tardarão para aparecer, como os desequilíbrios sociais. Mais se acreditava que, com o crescimento do saber, este que se deve desenvolvido desde a educação popular, tais males seriam eliminados.
  • O positivismo situa-se em transições culturais diferentes: Na França inseriu-se no racionalismo; na Inglaterra se desenvolveu inserindo-se na tradição empirista e utilitarista; na Alemanha assume a forma de cientificismo e de monismo materialista; na Itália aprofunda suas raízes no naturalismo renascentista. Mais detalhes, destes itens após os pontos em comuns. Apesar de tais diversidades o positivismo apresenta traços comuns. Segue alguns de traços a baixos:
  • Diversamente do idealismo; nos conhecemos aquilo que as ciências nos dão a conhecer.
  • O método das ciências naturais; o único método de conhecimento. E se estuda a natureza e a sociedade.
  • Ciência dos fatos naturais; que estuda a sociedade e esta que vem a ser as relações humanas e sociais e portanto a sociologia passa a ser fruto qualificado do programa filosófico positivista.
  • O positivismo coloca a ciência, a longo tempo, como o único meio de se resolver todos os problemas, sendo humanos ou sociais. Afirma a unidade do método científico.
  • Era que perpassa o otimismo geral; brota a certeza de um progresso incontível, rumo ao bem-estar da sociedade repleta de solidariedade humana.
  • Concepção leiga que poderia-se conhecer tudo, sem as teorias teológicas.
  • O positivismo combateu as concepções idealista e espiritualista.
O positivismo é, portanto uma Filosofia determinista que professa, de um lado, o experimentalismo sistemático e, de outro, considera anti-científico todo o estudo das causas finais. Assim, admite que o espírito humano seja capaz de atingir verdades positivas ou de ordem experimental, mas não resolve as questões metafísicas, não verificadas pela observação e pela experiência.
2. POSITIVISMO NA FRANÇA
2.1 AUGUSTO COMTE
Augusto Comte (68 anos) Nasce em Montpellier em 19 de Janeiro de 1789. Filho de um fiscal de impostos.
Em 1914, Comte ingressou na Escola Politécnica de Paris.
Em 1817, sai da Escola Politécnica e torna-se secretário de Saint-Simon (1760-1825), com o qual rompe em 1824.
No mesmo ano, casa-se com Caroline Massin e não sendo mais secretário de Saint-Simon, passa a dar aulas particulares de matemática.
Em 1826, iniciou em sua própria casa um curso que resultou em uma de suas principais obras: Curso de Filosofia Positiva (seis volumes) – publicados a partir de 1830.
Mas, o curso foi interrompido logo na terceira aula, devido à uma crise mental sofrida por Comte, à qual se seguiu profunda depressão melancólica.
Em 1838, as relações com sua esposa pioraram sensivelmente até a completa separação em 1842.
Em 1845, conhece Clotilde de Vaux com quem manteve um intenso relacionamento amoroso, embora platônico.
Com a morte de Clotilde, Comte atribui-se uma missão de regeneração da humanidade.
Em 1847 é proclamada a religião da humanidade.
Obras:
1824 – Sistema de Política Positiva;
1830 – Curso de Filosofia Positiva (seis volumes);
1844 – Sistema preliminar sobre o espírito positivo;
1851 – Sistema de Política Positiva ou Tratado de sociologia instituindo a religião da humanidade (quatro volumes);
1852 – Catecismo Positivista: sumária exposição da religião universal;
1856 – Síntese subjetiva ou sistema universal de concepções próprias ao estado Faleceu em 5 de Setembro de 1857, em Paris.
Comte era eminentemente católico e a monárquica. Ele Estudou no Liceu em sua cidade de origem e na Escola Politécnica de Paris, sendo mais tarde expulso por suas idéias ultrademocráticas. Freqüentou alguns cursos da Faculdade de Medicina, e conhece o socialista Saint-Simon, e torna-se seu secretário, donde recebe grande influência intelectual. Seis anos mais tarde Comte, afasta-se do mestre. É considerado o fundador do positivismo, onde sustenta que a ciência é a única explicação razoável e legítima para a realidade.
Assim, enquanto o primitivo poderia explicar, por exemplo, a queda dos corpos pela ação dos deuses, o metafísico Aristóteles a explicaria pela essência dos corpos pesados, cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria o seu “lugar natural”. Galileu, o espírito positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas se contentaria em descrever como o fenômeno ocorre.
Segundo Comte, “todos os bons espíritos repetem, desde Bacon, que somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados”.[2]Comte doutrinava que só era possível conhecer os fenômenos e as suas relações, não a suas causas primeiras e últimas (essência). Sendo assim, cuidava-se de não procurar o porquê das coisas, dando preferência à procura das leis. Deste modo, substitui-se o método a priori pelo método aposteriori.
As bases de sua Filosofia foram às doutrinas de Saint-Simon. O método de investigação para a determinação dos fatos e suas relações Comte, foi buscar nos filósofos ingleses: Bacon, Hume entre outros. Comte prossegue a tradição sensualista que vinha desde Leucipo, Demócrito e Epicuro, passando por Locke e Condillac, modificada por Taine.
Comte propõe que os fatos só são conhecidos pela experiência, e que a única válida é a dos sentidos. Fundamenta a sua corrente filosófica anti-metafísica, partindo em que é no estado positivo em que o espírito humano reconhece a impossibilidade de obter noções absolutas. Renuncia a indagara a origem do universo e a conhecer as causas íntimas dos fenômenos e dedica-se a descobri-los pelo uso do raciocínio e da observação.
O positivismo retoma, portanto, a linha desenvolvida pelo empirismo do século XVIII. Segue a esteira daqueles que aproveitaram a crítica feita por Kant à metafísica, no século XVIII. As leis naturais assim descobertas, constituem a formulação geral de um fato particular, rigorosamente observado; e daí resulta que a ciência, segundo Comte, não é mais do que a sistematização do bom senso, que acaba por convencer de que somos simples espectadores dos fenômenos exteriores, independentes de nós e que não podemos modificar a ação destes sobre nós, senão submetendo-nos às leis que o regem.
Como sistema filosófico, o positivismo busca estabelecer uma unidade máxima na explicação de todos os fenômenos universais sem recorrer a metafísica já que esta não é possível de ser conhecida tanto pelo método empírico, ou da verificação experimental. E o que está sujeito ao método das ciências? Augusto Comte só reconhece as ciências experimentais ou positivas, que tratam dos fatos e das suas leis. E Comte, distingue assim, as ciências abstratas das concretas.
As ciências abstratas, que são fundamentais, formam seis grupos, são as seguintes: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia. A classificação destas ciências baseia-se na ordem lógica e cronológica destas ciências. Na ordem lógica, portanto é próprio da inteligência passar do mais simples e abstrato para o mais completo e concreto, conforme a regra da síntese proposta por Descartes. Nesta classificação, a primeira ciência, que é a Matemática, é mais simples e abstratas que a segunda, a Astronomia, e assim por diante. Na ordem cronológica, para Comte a primeira ciência, a Matemática foi a primeira que se constituiu depois a Astronomia, em seguida a Física, a Química, a Biologia e, por último, a Sociologia que Comte considera a mãe destas ciências.
A doutrina positivista pode ser considerada sobre quatro aspectos: Psicológico: em que a Psicologia faz parte da Biologia. Reputa a alma (espírito) como um conjunto de funções cerebrais. Ontológico: em que nega as causas eficientes e finais, o infinito e o absoluto, para reconhecer o relativo, o sensível, o fenomenal, o útil. “Tudo é relativo, e isso é a única coisa absoluta” é o axioma fundamental do positivismo. Sociológico e Religioso: em que partem desde a divisão dos poderes sociais em material, intelectual e moral, exercidos por pessoas de classes distintas, até a adoração do Grande Ser, a humanidade, concebida como o conjunto de todas as almas fortes e eternas, que viveram no passado e que nascerão no futuro.
O Grande Ser é o motor imediato de cada existência individual ou coletiva que inspira a fórmula máxima do positivismo: “O Amor por princípios, e a Ordem por base; o Progresso por fim”. O positivismo se decompõe em duas divisas usuais: Uma moral: “Viver para outrem”, ou seja, subordinar o indivíduo à família, esta à pátria e a pátria à humanidade; Outra estética: “Ordem e Progresso”, isto é, arranjo, organização, cada coisa em seu devido lugar para perfeita orientação ética da vida social.
Na dialética positivista, o amor procura a ordem e a impele para o progresso; a ordem consolida o amor e dirige o progresso; o progresso desenvolve a ordem e reconduz o amor. Dessa inspiração altruísta criou Comte sua religião, puramente natural, racional, científica e exclusivamente humana, que não admite mistérios, revelação, vontade sobrenatural e que não aceita nenhuma crença, cuja exatidão a sua razão não lhe tenha podido demonstrar.
A religião positivista, portanto, baseando-se no conhecimento do mundo, pretende concorrer para o aperfeiçoamento moral, intelectual e prático da humanidade. Comte parte da idéia de que a natureza humana evolui segundo as leis históricas, embora em si mesma não ocorra nenhuma transformação. Comte divide o estudo da estrutura social em dois campos principais:
Estudo da ordem social: que ele denomina de estática social em que estuda o organismo social em suas relações com as condições de existência, traçando a teoria da ordem.
Estudo da evolução da sociedade: que recebe o nome de dinâmica social que parte do conjunto para as particularidades, e determina o progresso geral da humanidade. Como doutrina e método, o positivismo passa a enfrentar a sociedade individualista e liberal, através da ordem e do progresso, que Comte considerava fonte principal de todo sistema político. É nesta linha partindo da noção de solidariedade que, em sua opinião, impera uma política de paz e amor (idéia do dever). A política positiva não reconhece nenhum direito além do de cumprir o dever.
A solidariedade com a continuidade é a condição fundamental da existência e do desenvolvimento da humanidade. É, pois na humanidade que o homem irá satisfazer sua necessidade de um Deus, e seu desejo de imortalidade. Seu destino moral será servir, acima de tudo, ao Grande Ser, a humanidade.
Para o positivismo a humanidade é formada só de homens. Comte julgou a mulher condenada à inferioridade pelas leis irrevogáveis da natureza. Estava Comte, tão convencido da superioridade do homem que julgava que era o marido que deveria sustentar a esposa.
O que realmente caracteriza a política de Comte é a sua preocupação de se orientar pela moral, que nasce da fraternidade universal. Comte não consegue distinguir Ciência Política de Sociologia. O termo Ciência Política, usado por Saint-Simon, tem o mesmo significado usado por Comte. Ciência Política, para Comte, é o que diz respeito à história do Estado e à teoria e prática de sua organização. Na dimensão antropológica, o homem como individualidade não existe, na sociedade científica, senão como membro de outros grupos desde o familiar (unidade básica por excelência), até o político.
Em 1825, Comte casa-se com Caroline Massin, da qual se separa dezessete anos depois. Em 1845, conhece Clotilde de Vaux, com quem manteve um intenso relacionamento amoroso, que morre no ano seguinte. Após a morte de Clotilde, Comte decide realizar uma missão de regeneração da humanidade (atribui-se um papel messiânico). Nesta mesma época, Comte rompe com o filósofo Stuart Mill, este que o auxiliava financeiramente.
Aluno da famosa escola de Polytechnique foi secretário de Saint Simon. Versado em matemática e foi professor na Polytechnique. Faleceu em 1857 em Paris. Principais obras; em 1824 Comte, escreveu o Sistema de Política, em 1830 Curso de Filosofia Positiva e em 1852, Catecismo positivista. É o iniciador do positivismo francês, o pai oficial da sociologia e em certos aspectos, o expoente mais representativo do positivismo.
Augusto Conte teve duas fases à primeira até 1850 com a obra do curso de filosofia positiva, a fase do racionalismo e após isso a fase mística, que se deu com a obra o catecismo positivista. O positivismo filosófico tem como hipótese fundamental, a evolução da sociedade é similar à evolução do ser humano. Conte coloca a evolução humana em três estados.
Alguns escritos de Comte vão atacar frontal a metafísica subjacente à filosofia do século XVIII, especialmente nas obras de Hume e de seus seguidores do empirismo inglês. Mas comte não fica só nisso ele vai além de tais autores, ele não só aceita o sucesso da destruição das ilusões transcendentais, mas na incorporação formal da fase metafísica na evolução da humanidade como fase superada pelo advento do pensamento positivista.
Na primeira fase que era dominada pela as obras do autor Augusto Comte que tem como cunhou o termo “filosofia positiva” apesar de muitas contrastes óbvios entre o positivismo de Comte e o positivismo lógico do circulo de Viena, há muitas igualdade e clara conexões tanto histórica como intelectuais entre os dois positivismos.

2.1.1 A lei dos três estados.

Esta lei é o conceito-chave da filosofia de Conte. A lei se da ao conjunto de evolução do humana, individual ou coletiva. A humanidade passa por três estágios, são: A teologia, a metafísica e o positivismo.
Estado teológico ou fictício; todo homem é teológico na infância. Atribuem deuses a tudo, esta voltado a religião e aos mitos. Esse é o ponto de partida necessário para o ser humano. “Os fenômenos são vistos como produtos da ação direta e continua de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos.”[3]
Estado metafísico ou abstrato; é o estado da adolescência do ser humano.  Entra o papel da filosofia, a razão. Uma etapa de transição. “São explicadas em função de essências, idéias ou forças abstratas(os corpos se uniram graças à simpatia, as plantas cresceriam em virtude da presença da alma vegetativa).”[4]
Estado cientifico ou positivo; estado da maturidade do homem. Um estado fixo e definido. Aa ciência é a explicação valida e legitima. Só se aceita como verdade aquilo que se pode comprovar cientificamente. “Estado positivo que o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter conhecimentos absolutos, renuncia a perguntar-se que é a sua origem, qual o destino do universo e quais as causas íntimas dos fenômenos para procurar somente descobrir, como o uso bem combinado do racionalismo e da observação, as suas leis afetivas, isto é, as suas relações invariáveis de sucessão e semelhança.”[5]

2.1.2. A doutrina da ciência

Estaremos entrando na filosofia positivista, em seu estado cientifico. E  este filosofia positivista “deve submeter a sociedade rigorosa pesquisa cientifica, já que somente uma sociedade cientifica pode ser considerado como a única base sólida para a reorganização social, que deve encerrar o estado de crise em que se encontra há longo tempo as nações mais civilizadas.”[6]
A ciência não deve fornecer ao homem o domínio sobre a natureza. Conte vê como algo urgente o desenvolvimento da “física social”[7], uma sociologia cientifica. Sabendo que o objetivo da ciência em Conte vem a ser a pesquisa das leis, porque para ele só o conhecimento das leis dos fenômenos, cuja o resultado constante é de fazer com que possamos prever e portanto sabendo da previsão posamos modifica-los em nosso beneficio.

2.1.3. A sociologia como físico

Para obtermos uma ordem social, para impedir a crise da sociedade é preciso o saber. E este conhecimento é feito de leis provado com base dos fatos. E temos agora de descobrir essas leis. Abandonar as realidades metafísicas e ir atrás da realidade observada. “É na previsibilidade racional do desenvolvimento futuro da convivência social que se pode resumir o espírito fundamental da política positiva.”[8]
Portanto é possível estabelecer as leis dos fenômenos sociais, isto através do raciocínio e da observação. Conte divide a sociedade em estática social e dinâmica social.
Estática social; que vem estudar as condições de existências comuns a todas as sociedades em todos os tempos. Como, a sociabilidade em todos os tempos, o núcleo familiar e divisão de trabalho.tudo se conciliam. A lei fundamental desta estática á a conexão entre os diversos aspectos da vida social. Por exemplo a política não independente da economia e da cultura.
Dinâmica social; este já consiste no estudo das leis de desenvolvimento da sociedade. Sua lei fundamental consiste na lei dos três estágios. Onde a teologia, corresponde a supremacia do poder militar; a metafísica vem a ser a resolução; e o positivismo corresponde a sociedade industrial.
Alguns pontos decisivos da sociologia de Comte.
  • A estática social indaga sobre as condições da Ordem, enquanto a dinâmica estuda ao leis do progresso.
  • O progresso humano, em seu conjunto, sempre se concretizou seguindo etapas obrigatória, porque naturalmente necessário; a história da humanidade vai do estágio teológico ao estágio positivo; no entanto , Comte não desvaloriza o passado e a tradição em nome da exatidão do futuro.
  • A física social ou sociologia é fundamental para uma política racional. O problema atual, fala Comte, é que a política está na mão de quem nada entende do funcionamento da sociedade, como os literatos e os advogados.
Sendo que qualquer um pode conhecer o caminho das leis da sociedade. E isso se faz através da observação, o experimento e o método comparativo.  E mais o método histórico que constituem a única base fundamental sobre a qual  pode realmente se basear o sistema da lógica política. Porque jamais podemos mudar a sociedade a vontade, como se faz em outras áreas para descobrir o melhor fundamento.

2.1.4. A classificação das ciências

As ciências se classificam de acordo co o seus graus de hierarquização, ou seja, sendo que as mais complexas pressupõem as menos complexas. Indo em ordem decrescente de generalidade e crescente de complicação, portanto, indo da astronomia para a sociologia. Essa devem ser simultaneamente uma ordem lógica, histórica e pedagógica.
A ordem lógica é dado pelo critério da simplicidade do objeto. Seguem a ordem iniciando pelas ciências e caminha até a sociologia.
A ordem histórica é a passagem de cada uma das ciências ao estado positivo. Como a astronomia que saiu da metafísica.
A ordem pedagógica seria o fato que as ciências deveriam ser ensinadas na mesma ordem de gênese histórica.
Mesmo seguindo uma ordem hierárquica não significa que as ciências superiores sejam redutivos às inferiores. E sim cada qual tem sua autonomia.por exemplo a sociologia não pode se reduzir à biologia.
A filosofia entre no meio de toda esta história como a metodologia das ciências, o “espírito de cada uma delas, no descobrir as sua relações e conexões e no resumir, se for possível, todos os seus princípios próprios em número de princípios comuns, em conformidade com o método positivista.”[9]
O problema é que as idéias de simplicidade e complexidade do objeto são relativas aos critérios adotados, não são atributos absolutos dos abjetos.

2.1.5. A religião da humanidade

A religião da humanidade deve regenerar(dar nova existência) a sociedade com base  no conhecimento das leis sociais . a humanidade aqui está acima do individuo, é aquela que transcende os indivíduos.
Conte, fascinado pelo cristianismo, coloca que a religião deve ser a cópia do sistema eclesiástico. E os dogmas já estão prontos, são a filosofia positivista e as leis cientificas. Sabendo que a mulher deve ser o nosso anjo da guarda, é a nossa protetora e fonte da vida sentimental da humanidade. Sabendo que nesta sociedade o divorcio não será permitido e os jovens deverão se submeter aos anciões.
“A humanidade é o “Grade Ser”[10], o espaço, o grande Ambiente e a terra a Grande Fetiche esta é a trindade da religião positivista. ”[11]

2.2 Claude Bernard e o nascimento da medicina experimental

Claude Bernard nasceu em 1813 e com 65 anos faleceu. Ele descobriu a função glicogenia do fígado, apresentou uma profunda reflexão sobre a lógica da ciência. Foi determinista e ficou famoso com a publicação do livro “introdução ao estudo da medicina experimental”. Onde trata do método da observação e da experimentação.
Sabendo que o experimento sempre pressupõe alguma coisa a experimentar, e esse alguma coisa são as hipóteses. “O método experimental”,
Ao invés, tende a transformar as idéias a priori, baseada em simples intuição ou em conhecimento experimental dos fenômenos.”[12]
Bernard coloca que o homem é fantasioso e cheio de orgulho por sua própria natureza, por isso, passou a acreditar que os concepções ideais de sua mente, que só correspondiam aos seus sentimentos, representavam também a realidade. E entra com o método experimental.
O método experimental vem a ser a imposição de uma disciplina à fantasia, já que a mesma por si só não bastava para compreender o mundo. Uma disciplina voltada para a eliminação daquelas hipóteses incapazes de descrever, explicar ou prever algum aspecto do mundo real. E a ciência é fruto desses disciplinar.
A idéia experimental é uma idéia a priori, que se apresenta na forma de hipótese. Sua validade se julga submetendo suas deduções ao critério experimental.

3. O positivismo utilitarista inglês


Foi um movimento filosófico herdeiro das teses e da atitude dos iluministas. Constituiu a primeira manifestação do positivismo social na Inglaterra. Os representantes mais importantes do utilitarismo vem ser o Jeremiah Bentham, James Mill e seu filho John Stuart Mill, se levanta também Adam Smith e David Ricardo por delinear idéias econômicas e sociais da Inglaterra. Veremos inicialmente Thomas Robert Malthus.
 
3.1Os problemas de Malthus

            Thomas Robert Malthus nasceu em 1766 e veio falecer em 1834. Publicou em 1798 ensaios sobre a população. E nesses ensaios ele parte de dois postulados inegáveis sobre a população.
            O primeiro é que o alimento é necessário à vida humana. E vem afirmar que o crescimento da população humana é infinitamente maior do que o poder que a terá possui de produzir os meios subsistências necessários ao homem. Antes e ainda a lei da natureza que controla o equilíbrio, que domina os animais dentro de seus limites. Tudo muito bem definido. Já ao homem entra outra parte.
            Ao homem o que o vem controlá-lo é algo mais trágico. Esse controle se dá por amargos ingredientes que vem a ser pelo vício e pela miséria. Entra aqui o segundo item. Onde se coloca que a atração entre dois corpos, o sexo são indispensáveis à vida humana. Mais tem de haver um meio para se controlar a vida humana. Uma medida que consiste em impedir o aumento excessivo da população. Ou melhor, uma medida que não venha a ser nem a miséria e nem o vício.
            Malthus propõem abstendo-se do matrimônio por motivos de prudência e com conduta estritamente. Precisamente se privar do matrimônio, mais é algo que quase não se aceita mais, não venha a ser a mais valida.       
    

 3.2 A economia clássica


3.2.1 Adam Smith

            Adam Smith (1723-1790) pesquisou sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. Smith sustenta que;
1) Só é produtivo o trabalho manual, que cria bens materiais que têm valor objetivo em troca;
2) Os cientistas, os políticos, os professores, em suma todos os produtores de bens imateriais contribuem só indiretamente para a formação da riqueza nacional. Por isso quanto mais gente trabalhando maior será a riqueza nacional.
3) Alcança-se ápice da sabedoria quando o estado, deixando cada indivíduo livre para alcançar o máximo de bem-estar pessoal, assegurar automaticamente o máximo bem-estar pessoal, assegurar automaticamente o máximo bem estar o todos os indivíduos. Existe uma harmonia natural no sentido de que a conseqüência não intencional do egoísmo de cada um é o bem-estar de todos.

3.2.2. David Ricardo

Assim como Smith, ele também sustenta que o valor de um bem é igual o trabalho realizado para produzi-lo. E sabe que, para se obter um bom preso dos produtos deve se alcançar o livre mercado. Sem intercambio dentro e nem entres as nações. Portanto o valor da mercadoria é dado pelo trabalho necessário para produzi-la. 
  Com o aumento da população surgiu a escassez da terra e quem tinha acima do limite, implantou a renda fundiária. O que para ele não se poderia cobrar. Mais ainda muitos foram trabalhar em lugares longes e menos férteis e portanto mais trabalho, seguindo o encarecimento do produto. O problema é que os dos terrenos mais férteis são melhores e mais baratos, portanto, tornando esses proprietários mais ricos.
Sendo assim quem trabalha não recebe o valor de seu trabalho, enquanto outros enriquecem. Surgi a partir disso um sistema anti-social. Abre-se mais uma brecha no edifício da ordem social.

3.3. Robert Owen: do utilitarismo ao socialismo utópico

Robert Owen (1771-1858) tinha a confiança de mudar os homens através da melhoria das condições de vida por meio da educação. E começou por ele mesmo, logo era proprietário de uma indústria e daí iniciou o que pensava. Pagava aos funcionários bons salários e tinha boas instalações de escolas.
Os operários mostravam-se cheio de entusiasmo o convencendo cada vez mais de suas idéias. Tentou mudar nas demais fabricas, mais não conseguiu o mundo estava muito voltado para o lucro. Owen elaborou o socialismo com idéias utópicas mais tarde, onde trabalhavam todos em comum. Mais não agradou os demais filósofos, empreendedores e economistas.

3.4. o utilitarismo de Jeremiah Bentham
           
            Jeremiah Bentham (1748-1832) é o fundador do utilitarismo. “Uma idéia importante dele é de que as leis na são dadas uma vez por todas, sendo modificáveis e aperfeiçoáveis. Conseqüentemente é preciso trabalhar continuamente por uma legislação em condições de promover a máxima felicidade para o maior numero possível de pessoas.”[13]
Já na moral utilitarista ele sustentava os únicos fatos verdadeiros são o prazer e a dor.
Já sobre o legislador tem que encontrar a harmonia entre o privado, o particular com o público. E a lei penal serve como meio para se conseguir essa harmonia. Mais mesmo assim era quase em sua totalidade contra a pena de morte.

3.5. O utilitarismo de James Mill

James Mill (1773-1836), autor de Análise dos fenômenos da mente humana, de uma História das Índias Britânicas e de elementos de economia. Por mérito seu o positivismo não assumiu na Inglaterra as características de concepção autoritária. Obteve influencia dos estóicos, epicuristas e cínicas.
É o fundador da ciência do espírito. E mais os fatos da mente são as sensações, das quais as idéias representam cópias. Sendo que a lei que regula a vida das sensações e das idéias é a da contigüidade (vizinhança, junto, próximo) no espaço e no tempo. Além de estar muito próxima também não é possível pensar numa sem a outra. Essa associação vai ser usada também no capo da moral, como por exemplo, na idéia de prazer excitará a idéia da ação que é a sua causa.
E mais acreditava que as razões, com a onipotência da educação poderiam superar a política. E obter assim a felicidade plena.

 3.6. John Stuart Mill

O mesmo era filho de James Mill. Nascido em 1806 e em 1873 veio a falecer. Acreditava de inicio que seria um reformador do mundo mais com o decorrer do tempo “caio do cavalo”. Caído em depressão.
Neste momento da vida começou a se questionar e ver que se todos os objetos de sua vida se realizassem não seria a felicidade. E sim que os prazeres da vida, são o suficiente para fazer da felicidade uma coisa agradável quando colhidas de passagem sem concedera-las como objetos principais.
“Stuart Mill trabalhou com muita intensidade, dentro da tradição empirista, associacionista e utilitarista, construindo um conjunto de teorias lógico e ético - políticas.” [14]

3.6.1Critica a teoria do silogismo

“A lógica é a ciência da prova, isto é, da inferência (dedução/ conseqüência) correta de proporção de outras proposições. Toda resposta a qualquer questão formuláveis deve estar contida em uma proposição ou afirmativa. Toda verdade e todo erro residem na proposição.”[15]
Mas as argumentações são cadeias de proposições, que deveriam levar as conclusões verdadeiras se as premissas são verdadeiras. E o silogismo foi considerado como tipo de argumentação válida.
Mais qual é o valor do silogismo? Pergunta Mill. Usando um exemplo, para esclarecer melhor. Todos os homens são mortais. O Rodrigo é um homem, portanto ele é mortal. Mas o problema é como sabemos que todos os homens são mortais? Sabemos por que vimos a morte de André, Pedro,... Portanto é da experiência que atraímos a verdade das proposições.
E mais ele coloca que o silogismo não acrescenta nada mais ao meu conhecimento ao dizer Rodrigo é mortal, já incluem que todos os homens são mortais.

3.6.2. As ciências morais, a economia e a política.

No campo da moral, Mill reafirma a liberdade do querer humano. De querermos agir sobre as causas da própria ação, como agimos sobre as causas dos processos naturais sabemos que não somos impedidos de obedece por algum motivo, mais às vezes sentimos a necessidade de resistir ao motivo.
Já na economia ele coloca que deve ter leis de distribuição de riqueza. “Mas estas leis dependem da vontade humana, portanto, do direito e do costume. A distribuição de obra e exclusiva do homem, e pode pô-las à disposição de quem quiser e nas condições que mais lhe convenha.”[16]
A política vem para melhorar as condições dos trabalhadores. Mill defende a teoria da independência segundo o qual o bem-estar do povo deve ser fruto da justiça e do auto - governo. As classes dos trabalhadores devem tomar as providências para a melhoria de sua própria posição. Ele também defende uma democracia representativa onde todos devem ser representados.
            Sobre o socialismo, ele tem questiona sobre o mesmo, se não põe em risco a liberdade humana. O que impede o mesmo de aderir ao socialismo.

            3. 6.3 A defesa da liberdade do indivíduo

         “À liberdade individual e dedicado o ensaio Sobre a Liberdade, fruto da colaboração da mulher. O núcleo teórico do trabalho está em reafirmar “a importância, para o homem e a sociedade, de ampla variedade de características e de completa liberdade da natureza humana a expandir-se em direção enumeráveis e contrastantes.”[17]

            A liberdade deve ser protegida contra a tirania da opinião e do sentimento predominante, contra a tendência da sociedade. Nem que para isso se usa penalidades civis.
            O que Mill defende é o direito do indivíduo a viver como lhe aprouver: “Cada qual é o guardião único de sua saúde, seja corporal, mental e espiritual.”[18] Naturalmente a liberdade de cada individuo acaba quando inicia a do outro. A idéia de Mill é a maior liberdade para cada individuo, pára o bem-estar de todos.

4. O POSITIVISMO EVOLUCIONISTA DE HERBERT SPENCER

4.1 Religião e ciência são “correlatas”[19]

            Em 1860 Spencer anuncia o projeto de Sistema de filosofia que deveria abranger todo o cognoscível. Em seus primeiros princípios, já inicia tratando da complexa e delicada questão das relações entre religião e ciência. Onde a religião se eleva o mérito de ter entrevisto desde o inicio a última verdade e nunca ter deixado de insistir nela, mais também é verdade que foi a ciência que ajudou ou forçou a religião a se purificar dos seus elementos não-religiosos, como os elementos animistas e mágicos.
            Spencer sustenta que a realidade última é “incognoscível”[20] e que o  universo é mistério. E isso é afirmado pela religião e pela ciência. “A explicação daquilo é explicável nada mais mostra, com a maior clareza, do que a inexplicabilidade daquilo que permanece. Tanto do mundo externo como do mundo interno.”[21]
            O mundo continua sendo um mistério para os dois. Por maior que seja o progresso feito na vinculação dos fatos e na formação de generalidade dos fatos, a verdade fundamental vai continuar inacessível.

4.2 A evolução do universo: do homogêneo ao heterogêneo

            Para Spencer as verdades cientificam, ampliam e aperfeiçoas o conhecimento. Entretanto elas existem separadas, até quando a processo continuo de agrupação. E a filosofia para ele é o conhecimento totalmente agrupado. É o processo de unificação do conhecimento. Enquanto a ciência é parcialmente unificado.
            Spencer foi quem introduziu o termo evolução. Que é a passagem de uma forma menos coerente a uma forma mais coerente, é a passagem do homogêneo para o heterogêneo, é a passagem do indefinido ao definido.
            “Spencer define evolução: A evolução é a interação de matéria acompanhada da dispersão de movimento, em que a matéria parra de homogeneidade indefinida e incoerente a heterogeneidade definida e coerente, ao passo que o movimento contido sofre transformação paralela.”[22]

4.3 Biologia, ética e sociedade.

            “A evolução do universo é processo necessário. O ponto de partida da evolução é a homogeneidade, que é o estado instável. E em todos os casos encontramos progresso em direção ao equilíbrio. No que se refere ao homem, a evolução só pode terminar com o estabelecimento da maior perfeição e da mais completa felicidade.”[23]    
            Biologia, aqui Spencer sustenta que a vida consiste na adaptação dos organismos ao ambiente, desde a comida até mesmo os órgãos dos corpos. Esse ambiente que muda continuamente os desafia. Depois da ação do tempo a ainda a seleção natural, ao qual favorece a sobrevivência do mais adequado.
            Na sociedade, Spencer reconhece na consciência humana elemento a priori, no sentido de que são independentes da experiência singular e temporal do indivíduo. Para Spencer aquilo que é a priori para o individuo é aposteriori para a espécie, “no sentido de que determinados comportamentos intelectuais uniformes e constantes são produtos da experiência acumulada da espécie no seu desenvolvimento, que é transmitido por hereditariedade na estrutura orgânica do sistema nervoso.”[24]   
Spencer ima sociologia orientado para a defesa do indivíduo. Onde a sociedade existe para os indivíduos e não vise-versa e que o desenvolvimento da sociedade é determinada pela realização dos indivíduos. Conseqüentemente ele olha desconfiado para a intervenção do estado.
No campo da ética, a mesma deve ser um instrumento para sempre de melhor adaptação do homem às condições de vida. “E a evolução, acumulado e transmitindo por hereditariedade experiências e esquemas de comportamento, fornece ao individuo a priori morais que, precisamente, são a priori para o comportamentos essenciais para sobrevivência da espécie.”[25]        
 POSITIVISMO NA ALEMANHA

            Como já vimos nas páginas anteriores deste trabalho, o pensamento positivo está espalhado por todos os cantos do mundo. Neste item iremos falar do positivismo na Alemanha através de seus representantes.
            Do ponto de vista geográfico, o positivismo alemão do século XIX se desenvolveu em contato externo com os autores ingleses, mais do que com os franceses, como já acontecia com o anterior empirismo. Não obstante o predomínio da filosofia racionalista continuou com tudo firme. Do mesmo modo como no século XVIII, ou século das luzes, Leibniz, Wolff, Kant, o domínio de Kant e dos seus derivados idealistas continua no século.
            Do ponto de vista de sistema, o positivismo alemão se redivide em quadros: primeiramente ocorre um positivismo puro, ao modo do tipo padrão da França ou Inglaterra. Paralelamente a isto surgem muitos outros autores.
            Finalmente, no século XX, explode a primeira vez vastamente o positivismo alemão, com o nome neopositivismo, que teve no círculo de Viena a sua fonte principal.
            Temos na Alemanha, assim como em outros países, inúmeros representantes, mas neste trabalho falaremos de apenas seis: Ernst Haeckel, Richard Avenarius, Ernst Mach, Ernst Laas, Eugen Dühring, Friedrich Jodl.
a)    Ernst Haeckel: (1834-1919).
Obras: * Morfologia Geral dos Organismos, 1866.
            * Os Enigmas do Mundo, 1899.
Filosofo e naturalista alemão, nascido em Potsdam. Entrou para a classe de história natural da Universidade de Würzburgo. Prosseguiu estudos em Berlim e Viena, para finalmente se doutorar em medicina. Ensinou, a partir de 1862, na Universidade de Iena, anatomia comparada, passando em 1865 a cátedra de zoologia, em que se manteve até 1908. Mantinha correspondência com o sábio alemão emigrado para o Brasil, Fritz Müller, estabelecido em Blumenau, SC, de quem recebia materiais para estudo.
Foi o mais popular divulgador do evolucionismo.
b)    Richard Avenarius: (1813-1896).
Obras: * Crítica da experiência pura.
            * O conceito humano do mundo.
Segundo Richard Avenarius, o eu é constituído por um complexo de fatos sensoriais, os quais variam em função de outros fatos, e estes formam o ambiente esterno. Mas, fatos sensoriais, físicos e fisiológicos, são, não só o que chamamos eu, mas também o que chamamos coisa ou mundo. Por isso não existe distinção real entre o eu e o mundo. É ilusória a distinção entre o eu e o mundo.
c)    Ernst Mach: (1834-1916).
Obras: * Análise das sensações e a proporção do físico e Psíquico, 1900.
            * Conhecimento e erro, bloqueio para a psicologia da investigação, 1905.
Nascido em Turas (Morávia), professor em Graz, Praga, Viena, criador de um empirismo puro, fenomenista, antisubstancialista, devendo inclusive as ciências físicas tratar seus objetos como se fossem somente sensações, de acordo com o princípio de economia do pensamento, sendo pois assim as leis naturais senão abreviações da pluralidade das experiências.
Para Mach, a única realidade é o dado imediato, sendo que a diversidade das conexões depende exclusivamente do ponto de vista no qual se coloca o pensamento ao estabelecê-las. A função do pensamento neste trabalho sobre os dados sensoriais não é dar-nos a realidade, a qual é realizada toda pelo sentido, mas manipular arbitrariamente esta realidade para permitir-nos dominá-la com mais facilidade na vida prática. Das várias interpretações da realidade, nenhuma é mais verdadeira do que as outras: algumas são mais “cômodas” do que as outras. Exemplo disso é a interpretação mecânico-matemática da natureza, não explica os fenômenos quando exprime as diferenças qualitativas dos números e das figuras. O valor da ciência é, portanto, prático e não teorético.
d)    Ernst Laas: (1837-1885).
Obras: * Idealismo e Positivismo.
Nascido em Potsdam e professor em Strasburgo. Em sua obra a história da filosofia é vista como campo de batalha entre dois tipos únicos de filosofia: o platonismo e o positivismo. Para Laas, porém, em suas diversas formas, o platonismo não está em condições de satisfazer as necessidades materiais e espirituais do homem, coisa que o positivismo pode fazer, pois sua moral é “moral para esta vida, com motivos que encontram no aquém a sua raiz”. Afirmando a solidariedade social e o progresso da cultura, Laas vê “a idade de ouro não atrás de nós, mas a nossa frente”.
e)    Eugen Dühring: (1833-1921).
Obras: * Dialética natural, 1865.
                       * Curso de filosofia, 1875.
                       *Lógica e teoria da ciência, 1878.
                       * História crítica dos princípios universais da mecânica, 1873.
                       * História crítica da economia política e do socialismo, 1871.
Professor em Berlim, antimetafísico, entende contudo a filosofia como uma concepção do universo a partir de resultados científicos, em que cabe o Espírito, mas não o conjunto de superstições das religiões.
O mais conhecido positivista social alemão. Foi escritor fecundo e brilhante. Seus trabalhos tratam da filosofia teórica, da história da ciência e da economia política.
Ele alimentava elevado conceito de si mesmo, a ponto de considerar-se autêntico reformador da humanidade. Era polêmico com todos, dos judeus aos socialistas. Influenciado pelas razões do positivismo e também pelas da tendência do “retorno a Kant”, ele considera o idealismo como imaginação infantil, incapaz até de distinguir entre alucinação e realidade. No campo ético-social, defendeu um tipo de socialismo que chama de personalismo. Ergue-se contra a dialética Hegeliana.
f)     Friedrich Jodl: (1848-1914).
Obras: * História da ética, 1888-1889.
Nascido em Viena, professor em Praga e depois em Viena, positivista monista, mantidos o espírito como aspecto da realidade e a ética.
Contrário à religião da humanidade de Comte, onde sustenta que a humanidade é capaz de aperfeiçoamento, mas nunca será perfeita, razão por que não devemos adorá-la nem venerá-la. Monista materialista, Jodl é avesso às metafísicas transcendentes, afirmando que entre a substância e o pensamento, que é uma função do pensamento dessa substância no homem, nada mais há do que toda a história da evolução do mundo orgânico. Essa é a sua metafísica.

POSITIVISMO NA ITÁLIA

            É depois da unificação que o positivismo se impõe e se difunde na Itália, mesmo que seus representantes já tivessem antecipado temas positivistas. Tudo isso por volta de 1870 e 1900. Dando seus melhores frutos na reflexão sobre a criminologia (Lombroso), na pedagogia (Gabelli e Angiulli), na historiografia (Villari) e na medicina (Tommasi e Murri).
            Contrário ao espiritualismo dos filósofos anteriores (Rosmini, Gioberti) e avessos ao idealismo que se difundia na Itália meridional, os positivistas italianos reafirmaram a necessidade de relacionar a filosofia com o desenvolvimento das teorias científicas, assumiram atitudes críticas em relação às metafísicas da transcendência e do espírito e renovaram os estudos antropológicos, jurídicos e sociológicos.
            Na Itália, o positivismo envolveu inclusive intelectuais que tiveram funções dirigentes no movimento operário.
Assim como nos outros itens, neste veremos também o positivismo na Itália através de seus representantes: Carlo Cattaneo, Roberto Ardigò, César Lombroso, Salvador Tommasi, Augusto Murri, Pascoal Villari, Aristides Gabelli.
a)    Carlo Cattaneo: (1801-1869).
Obras: * Idea di uma psicologia della scienza.
            * Psicologia delle menti associate.
O iniciador do positivismo na Itália, até mesmo antes da unificação, foi Carlo Cattaneo, profundo estudioso de assuntos econômicos, jurídicos, históricos e filosóficos. Ele traçou o programa de uma psicologia social, destinada a resolver tanto o problema da civilização da humanidade na sua continuidade histórica quanto o da organização social na sua unidade intrínseca, através do estudo do jogo das ações e reações que uma mente individual exerce sobre a outra.
b)    Roberto Ardigò: (1828-1920).
Obras: * La morale dei positivisti, 1885 ou 1879.
            * La psicologia come scienza positiva, 1870.
           * A formação natural no fato do sistema solar, 1877.
Roberto Ardigò, tendo recebido influência de Spencer, ensina que toda realidade é uma formação natural que vai do sistema solar até as mais elevadas expressões do pensamento humano; a vida psíquica é considerada por ele aquela que revela do modo mais singular a vida do universo.
Para Roberto Ardigò, a diferença entre o homem e o animal é principalmente orgânica. No homem a organização mais perfeita do sistema nervoso, especialmente do cérebro, permite um desenvolvimento psíquico perfeito. Toda realidade é homogênea. Nada de transcendente.
c)    César Lombroso: (1836-1909).
Obras: * O homem delinqüente, 1876.
            * Gênio e Degeneração, 1897.
Realizou contribuições relevantes no campo da sociologia do crime.
Foi diretor do manicômio de Pavia e depois professor de psiquiatria e antropologia criminal em Turim.
Foi pelo exame do Crânio de um criminoso que Lombroso pensou em encontrar a confirmação para as suas teses gerais para a delinqüência. Os criminosos não cometem delinqüências por ato consciente e livre de má vontade, mas sim porque têm más tendências, tendências que repetem sua origem em organização física e psíquica diferente da normal. A maior parte dos delitos é realizada por indivíduos biologicamente inclinados para o delito. As características anatômicas e de caráter do delinqüente nato são: “a escassez de pêlos, a pequena capacidade craniana, a testa retraída, .... a pequena sensibilidade à dor, a completa insensibilidade moral, a indolência...”. assemelha-se a um homem selvagem.
d)    Salvador Tommasi: (1813-1888).
Obras: * O naturalismo moderno, 1866.
Professor em Pavia e depois em Nápoles. Era clínico e fisiológico.
Segundo Tommasi, nas ciências objetivas e naturais, a doutrina não pode consistir em um a priori, não pode surgir de especulações metafísicas, não pode ser uma intuição e muito menos um sentimento.
e)    Augusto Murri: (1841-1932).
Obras: * Quatro lições e uma perícia, 1905.
Murri estava persuadido de que não há dois ou mais métodos para alcançar a verdade, mas apenas um. Para se chegar a esse conhecimento, é preciso ter a capacidade de imaginar, a imaginação, mas não só isso, levantar hipóteses em cima dessas imaginações, e finalmente criticá-las. Quem não erra não existe. Ou ainda se perguntar: Porque devo acreditar nisso?
f)     Pascoal Villari: (1827-1917).
Obras: * Sobre a origem e o progresso da filosofia da história, 1854.
            * A filosofia positiva e o método histórico, 1865.
Historiador de Savonarola, de Maquiavel e da Florença Comunal. Lança-se contra a filosofia metafísica. Declara-se contra alguns comtianos da França pelo fato desses equiparar as idéias abstratas a sonhos, e transformar o positivismo em materialismo.
g)    Aristides Gabelli: (1827-1917).
Obras: * A pedagogia e a filosofia, 1872.
            * A pedagogia, o estado e a família, 1876.
            * A filosofia e a escola, 1888.
            * A filosofia e a pesquisa positiva, 1868.
            * O homem e as ciências morais, 1869.
            Inicialmente, professor de pedagogia e antropologia na Universidade de Bolonha e depois professor de pedagogia em Nápoles.



[1] Pág 296 CONTE
[2] Comte, A. Curso de Filosofia positiva, in Col. Os Pensadores, São Paulo, Abril Cultural, 1973, p.7-11.
[3] 97
[4] 98
[5] 99
[6] 00
[7] ter o conhecimento dos fatos sociais e políticos
[8] 301
[9] 304
[10] 304
[11] 305 306
[12] 307
[13] Idem, p. 313
[14] Idem. p. 319 
[15] Idem.p. 319
[16] Idem, p. 322
[17] Idem, p. 324
[18] Idem, p.325
[19] mostra mútua dependência
[20] enigma
[21] Idem. p. 326
[22] Idem, p. 330
[23] Idem, p. 330
[24] Idem, p. 331
[25] Idem, p. 332

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