1- NEO
IDEALISMO
Como ponto de partida temos que ter
presente que o Idealismo desenvolvido por Hegel obteve algumas conseqüências
que foram tremendas, houve uma reação em cadeia de correntes filosóficas contra
o Idealismo como, os Positivistas, Realistas, Voluntaristas e Materialistas.
O idealismo teve tantas críticas que se
pode dizer que toda a modernidade dos séculos XIX e XX foi um levante contra o
idealismo em sua forma mais simples, sua “dialética” e seu fundamento por
tantas vezes deturpados, o “espírito absoluto”.
Tudo levava a crer que o Idealismo não se
recuperaria após tamanha investida contra suas bases. Mas ocorreu justamente o
inverso, enquanto as correntes contrárias cantavam vitória sobre o já
imaginado, “falecido” idealismo, ele renasce com mais força e com
características diversas de acordo com a tradição filosófica de cada país;
difundindo-se principalmente na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos e na
Itália.
Principais
Características Assumidas em Cada País
França
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O Idealismo é desenvolvido e assimilado
tendo motivos espiritualistas subjacentes.
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Na França o idealismo repercutiu numa linha
ideológica espiritualista, a qual desejava eliminar do pensamento filosófico
qualquer resíduo de uma realidade extramental. Podemos com isso dizer que o
neo-idealismo francês quer extirpar o positivismo que ia de vento em poupa com
seus renomeados representantes, que atuavam no campo da erudicidade e do
criticismo.
2.1. Octave Hamelin: Ele firmou-se no idealismo crítico,
empenhando-se com maior acento na negação da coisa em si. Para ele o pensamento
é a única realidade, sendo o objeto total criação do sujeito e estas idéias,
que formam as representações, estão condicionadas por categorias a priori do espírito. No entanto o
processo representativo de cada consciência finita, sugere a necessidade de um
princípio que seja absoluto e super-individual.
Dada a recebida influência do
espiritualismo Francês, ele identifica essa consciência absoluta como Deus.
Portanto, Deus tem lugar em seu sistema, como ser pessoal, livre, criador,
providencial, mas dentro do horizonte idealista.
2.2.
Léon Brunschvicg: O cerne da teoria do idealismo perfeito, a imanência integral também é considerada
por ele como algo indiscutível. Para ele o dever da filosofia é refletir sobre
a qualidade do saber que o espírito
humano conquista por vias positivas e tomar posse dos métodos e dos resultados
por ele descobertos. Para ele a ciência era o laboratório da filosofia. É fácil
perceber a influência positivista em seu pensamento, quando trata a ciência
como o único meio de informação. Mas como idealista crê que toda a realidade se
resume ao conteúdo do pensamento.
3. Neo-idealismo Anglo-saxônico
Inglaterra
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Tem como característica o pensamento e
ideais platônicos.
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De forma geral o neo-idealismo inglês se
destaca por sua busca em estabelecer valores de cunho religioso. Isso se fez
através de referências à filosofia platônica que cria um idealismo baseado no
dualismo e na antítese entre eterno e mutável.
Esse movimento acabou também ganhando
adeptos nos Estados Unidos, como Josiah Royce.
3.1. Francis H. Bradley: Representante máximo do idealismo inglês.
Desenvolveu suas teorias idealistas buscando renovar a tradição religiosa
platônica, como crítica aos pensamentos positivistas e empiristas. Sua visão
idealista é baseada no dualismo e na antítese entre eterno e mutável
assemelhando-se assim em muito a Platão.
Assim como Hegel contestou a distinção
tradicionalmente admitida entre sujeito e objeto, Bradley absorve essas idéias
e ainda adverte que a realidade deve não ser contraditória, sendo assim, ele
observa que os fenômenos experimentados pelo homem são insuficientes para
definir a realidade absoluta, pois ela apresenta contradições.
assemelha-se a Kant, que diz que só
temos acesso ao fenômeno e não ao noumenon.
Fora de toda contradição, a realidade
absoluta, ao contrário de todo devir, é onde essência e existência são uma só
coisa, formando assim uma totalidade e uma unidade perfeita.
3.2. Josiah Royce: Para Royce o pensamento humano não pode
ficar acomodado em conhecimentos limitados e parciais, ou seja finitos, precisa
almejar e buscar axiomas, elementos fixos do saber que permitam julgar o bem e
o mal e permaneçam para toda a eternidade. Essa é a busca da consciência
absoluta. O homem mesmo sendo um ente finito postula uma consciência absoluta,
a qual Royce denomina de Deus. É em Deus que se integram todas as fragmentações
das consciências finitas e onde nossa individualidade é aperfeiçoada e
completada.
É a partir disso que Royce refere-se á
sociabilidade dizendo que colocar nossas ações a serviço da ordem social é o
mais elevado destino do espírito humano, pois sem a ordem social não há plena
realização humana
4. Neo-idealismo na Itália
Itália
É o país que mais se
manteve fiel ao pensamento dos
idealistas, os alemães.mestres
Além da tradicional escolástica, que se
renovou, instalaram-se também o positivismo e o idealismo. Este se fez notório
já no final do século XIX, com uma progressão que se destacou, sobretudo depois
de 1900, com prestígio até cerca de 1940.
A escola hegeliana de direita, seguida por Augusto Vera e Bertrando
Spaventa, propunha a compatibilidade entre filosofia e cristianismo além de
acreditarem que a filosofia hegeliana servia de justificação do Estado existente.
A escola hegiliana de esquerda, seguida por Feuerback, Strauss e Bruno
Bauer, substituiu totalmente os elementos religiosos pela filosofia, dizendo
que através da religião e da teologia podemos saber muitas coisas sobre o
homem, menos sobre Deus. Em nome da dialética eles negavam o Estado existente
4.1.
Benedeto Croce: Croce se insere no quadro da filosofia
italiana como continuador do idealismo de Bertrando Spaventa, e, no quadro
geral, como um neo-hegeliano, que reformula o sistema idealista e panteísta de
Hegel. Croce assimila a teoria hegeliana de que as coisas (realidade) são
essencialmente espírito, além de que o espírito está num eterno devir, mas a
metafísica hegeliana é por ele abandonada. Croce no lugar desta metafísica
adota uma visão circular, onde arte e religião coexistem com a filosofia
independente do momento do desenvolvimento humano, sendo essas
interdependentes.
4.1.1.
Reformulação da Dialética Hegeliana, uma Filosofia do Espírito: Assim a doutrina croceana identifica no
espírito quatro atividades, a estética, a lógica, a economia e a ética.
Estética: Das quatro atividades do espírito, a que Croce mais se
interessou foi a estética. Croce acredita que é o mesmo espírito que age no
homem comum e no filósofo, mas o filósofo tem por dever dar respostas mais
laboriosamente elaboradas ás questões que até o homem comum sabe as respostas
Historicismo: As quatro atividades do espírito citadas anteriormente,
tem como elemento unificador à filosofia, que se confunde com a própria história,
pois é essa a única realidade absoluta, portanto objeto primário da filosofia.
Croce acredita também que
independentemente do tempo em que se pronunciarem os conhecimentos
históricos, eles serão sempre atuais, pois responderão às necessidades da
situação presenteportanto para Croce toda história é história contemporânea.
4.2.
Giovanni Gentile: Giovanni Gentile, como idealista buscou
inspiração no pensamento hegeliano, no entanto também encontrou suas raízes no
renascimento italiano, assim formando seu idealismo, o qual denominou de atualismo. Para Gentile o objeto do
pensamento é o seu próprio ato de pensar, assemelhando-se até aqui a Berkley,
que diz, “ser é ser pensado”. Nada há
fora do ato pensante e tudo ocorre dialeticamente. O ato puro do pensamento se
põe como sujeito, se opõe como objeto, se compõe na consciência que o sujeito
toma de si mesmo como pensando o seu mesmo objeto. Desta forma a matéria se
reduz ao espírito e a multiplicidade à unidade.
Dialética
Gentiliana: Sua dialética
distancia-se do pensamento hegeliano, por ver nesse a teoria de que o espírito
poderia em certo momento ser estranho a si mesmo. Pois para ele não há no
espírito absoluto, que é ato puro, distinção entre atividade teórica e prática,
nem entre pensante e pensado; sendo assim ele desenvolve em seu pensamento uma
unidade total do espírito.
5.
REAÇÕES AO NEO-IDEALISMO
A principal crítica a Croce foi, a
legitimação do fascismo, devido ao seu pensamento dizer que todo fato histórico
é necessário e não pode ser mudado, o fascismo seria uma conseqüência lógica da
história, no entanto ele mesmo coloca-se como crítico ao fascismo.
Quanto a Gentile, exerceu grande influência
na cultura italiana durante sua vida. No entanto, após sua morte não se ouviu
mais discussões sobre o atualismo, sua filosofia. Por isso suas idéias não
tiveram repercussão fora da Itália.
O neo-idealismo anglo-saxão teve uma forte
reação contrária de pensadores do movimento neo-realista.
6.
CONCLUSÃO
O neo-idealismo assim como o idealismo de
Hegel teve como tese fundamental a identidade entre sujeito e objeto, finito e
infinito. Reduzindo desta forma o homem e o mundo a expressões do absoluto.
FILOSOFIA ANALÍTICA
A filosofia analítica começou com a chegada
de Wittgenstein a Cambridge em 1912 para estudar com Bertrand Russell.
Desde a fase pós-positivista aos dias de hoje, a filosofia de
língua inglesa é principalmente analítica, no antigo sentido pré-linguístico,
ainda que contemple variadíssimos
métodos e doutrinas.
Russell e Wittgenstein sustentaram que o
pensamento e o discurso são analisáveis em proposições elementares que
representam diretamente estados de coisas, complexos constituídos por relações
que os termos lógicos "não", "e", "ou",
"se" e, talvez, "todos" simbolizam. A verdade ou falsidade
das proposições complexas resulta do modo como verdade e falsidade se encontram
distribuídas entre os componentes elementares. Algumas proposições são
verdadeiras qualquer que seja o valor de verdade dos seus componentes
elementares e constituem as verdades da lógica e da matemática.Ambos
acreditavam que a linguagem comum ocultava o verdadeiro conteúdo lógico das
proposições complexas, que só poderia tornar-se claro mediante o tipo de
redução analítica proposto.
O Círculo de Viena, liderado por Carnap e
Schlick, adotou a concepção segundo a qual a filosofia consiste em análise
lógica e que a lógica e a matemática são disciplinas analíticas (puramente
formais e empiricamente vazias). Seguiram Russell ao considerarem as
proposições elementares como relatos da experiência imediata Rejeitaram,
contudo, as ontologias analíticas dos seus predecessores. Contra Wittgenstein,
defenderam que a linguagem é convencional, e não pictórica ou representativa.
Contra Russell, sustentaram que os corpos e as mentes não são menos reais que
os acontecimentos, apesar de se tratar de construções e não de elementos.
2.1
BERTRAND RUSSELL: Aderiu sucessivamente ao idealismo, ao realismo, ao neopositivismo, à
análise lingüística, ao fenomenismo. Mas, há uma perspectiva de fundo à qual
ele sempre se manteve fiel durante sua quase centenária existência: a
perspectiva própria da filosofia inglesa, a qual se caracteriza por um forte
apego à experiência e por um acentuado interesse pelas questões de ordem
epistemológica e moral, e não metafísica e teológica.
A lógica: Na lógica são importantes as considerações de Russell em torno da
definição dos indivíduos, das classes, dos tipos e das descrições. A
propriedade dos indivíduos é serem membros de uma classe, enquanto é
propriedade das classes serem membros de um ou mais tipos. Os nomes de
indivíduos não só significam, mas também denotam alguma coisa, isto é,
designam uma entidade real. Já as classes e os tipos são dotados somente de
significação. Russell os chama por isso, de símbolos incompletos
Os nomes próprios são, sem dúvida,
denotativos e têm objeto real correspondente. Já uma expressão descritiva, não
sendo nome, pode não corresponder a nenhum objeto real.
A linguagem:
Nesta matéria a
posição de Russell está tão próxima da dos neopositivistas que muitas vezes
foi e ainda é confundida com ela. Existem, de fato, vários pontos em comum
entre ele e os neopositivistas: a mesma elevação da linguagem científica a
linguagem ideal, a mesma absolutização da experiência sensível, a mesma negação
do valor objetivo das linguagens metafísica, ética e religiosa. Russell se
afasta, contudo, dos neopositivistas num ponto de capital importância, o do
critério de significação. Ele rejeita o critério neopositivista de verificação
experimental, o qual implica duas coisas: a) aquilo que não pode ser constatado
como verdadeiro ou falso não tem sentido; b) duas proposições verificadas do
mesmo modo têm o mesmo significado. Russell rejeita e contesta a ambas.
Querendo propor um critério próprio de significação,
Russell distingue primeiramente entre sentido e significação: dotadas
de sentido são as palavras; de significação, as proposições. Mas as palavras
têm sentido somente se denotam um objeto real. As proposições, ao contrário,
têm significação se são logicamente correias, mesmo que as palavras que as
compõem não sejam denotativas
2.2 George Edward Moore: Para
Moore, uma análise de expressão verbal seria como a decomposição dessa
expressão complexa em seus elementos constituintes. Ele afirma que tanto o
analysandum quanto o analysans devem ser conceitos ou proposições e não
expressões verbais.
A caracterização que Moore dá da análise de
um conceito é a seguinte: o analysandum é o fazer a análise de um conceito e o
analysans equivale a indicar um novo conceito. A análise de um conceito não é a
decomposição de elementos constitutivos, mas é a explicitação de seu
significado.
Ficando claro que o conceito não é uma
entidade mental, nem algo que temos acesso. Ao contrário, o conceito deve ser
entendido como o conteúdo significativo das expressões verbais.
3.0 FILOSOFIA DA LINGUAGEM
Segundo eles, a missão da filosofia não é
adquirir novas informações sobre alguma realidade sobrenatural, mas esclarecer
os conhecimentos adquiridos por outro modo. Todos nós sabemos, por exemplo, que
existem relações causais (que o rugido é causado pelo leão, o ovo pela galinha
etc.). O filósofo não é o primeiro a descobri-las. Mas uma coisa é saber que
existem relações causais, outra analisar a natureza da causalidade ou, o que dá
no mesmo, o "significado" da proposição "uma coisa é causa de
outra". É para esta análise que o filósofo deve voltar a sua atenção.
Todos os problemas da filosofia, dizem os
analistas, podem e devem ser estudados do ponto de vista lingüístico: tanto os
psicológicos como os ontológicos, tanto os religiosos como os éticos. Em outras
palavras, os problemas filosóficos são problemas do significado de certos
termos.
Os analistas estão de acordo com
Wittgenstein não só no que se refere à natureza estritamente semântica dos
problemas filosóficos, como também quanto à pluralidade dos jogos lingüísticos
e, por isso, também a respeito da necessidade de se rejeitar o critério de
verificação experimental como critério supremo de significação.
Alguns querem que a função de critério
caiba à linguagem corrente (cotidiana) e entendem a análise filosófica como uma
pesquisa sobre a linguagem comum. Outros atribuem a função de critério a uma
linguagem especial, técnica, regulada, institucionalizada. Por linguagem
"regulada" entendem eles qualquer linguagem que tenha um complexo
suficiente e apropriado de regras.
Outro critério, bastante usado na análise
da linguagem teológica, foi proposto por K. Popper: o critério da
falsificabilidade. Se não for possível apresentar nenhum caso no qual uma
proposição seja falsificável, ela não tem conteúdo empírico, quer dizer, não é
científica.
3.1
A ANÁLISE DA LINGUAGEM
Não se pode pôr em dúvida que a análise da
linguagem é um instrumento indispensável para a pesquisa filosófica. Contudo
reduzir a filosofia a simples análise da linguagem é cometer uma
"inconsistência reducionística” não menos grave do que a dos
neopositivistas. Transformar todos os problemas filosóficos em problemas
lingüísticos leva inevitavelmente à eliminação dos problemas que mais
preocupam o homem, como os da existência de Deus, da imortalidade da alma, da
lei moral, isto é, à eliminação daqueles problemas que já os neopositivistas
tinham posto de lado como destituídos de sentido por serem metafísicos
3.1.1 Ludwig Wittgenstein: A identidade do neopositivismo ou positivismo lógico, se expressão
através de três teorias, são elas:
_ A análise da
linguagem pode resolver sozinhos os problemas filosóficos
_ Somente as
proposições experimentais ou factuais ou científicos é que tem sentido
_ As proposições da
metafísica, e da estética, da religião, da moral etc. não têm conteúdo, por
estas procederem somente de experiências.
Segundo Wittgenstein a expressão do
pensamento é a linguagem. Assim o que está além da linguagem não faz sentido,
ou seja o significado da palavra é o seu uso na língua. A linguagem não é um
fenômeno único, mas sim a ordem de um número indefinido de “jogos de
linguagem”. Servimo-nos da linguagem não só para falar, mas também para as
coisas mais variadas.
O termo linguagem designa um conjunto de
elementos- nomes, proposições que, combinados entre si de uma determinada
maneira, têm uma significação possuem vida; como que saem de si próprios para
evocar (chamar) outros objetos, ou as mais variadas situações que compõem o
mundo em geral.
Dentro do ponto de
vista lingüístico, pode-se ainda afirmar que segundo o pensamento de
Wittgenstein não é somente tarefa exclusiva do cientista e do filósofo que
podem ser demarcados a partir do dizer e do mostrar. Do ponto de vista
filosófico a linguagem é concebida como um conjunto de formas lógicas
proposicionais possíveis, ou melhor, de todas as formas proposicionais que
permitem representar significativamente os fatos
Para Wittgenstein a metalinguagem se dá
fora da linguagem e fora do mundo, isto é, fora das possibilidades de expressão
lingüística. Só há, nesse sentido, linguagem. Pode-se afirmar que o significado
da palavra é o seu uso da língua, e pode se afirmar também que a linguagem não
é um fenômeno único, mas sim a ordem de um número indefinido de “jogos de
linguagem”. Nós fazemos uso da linguagem não somente para falar, mas também
para as coisas mais variadas. A que chamamos de símbolos que são as palavras,
frases, proposições, perguntar, rezar, saudar etc.
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4.0
NEOPOSITIVISMO
Foram três correntes
filosóficas bastante, próximas que desenvolveram a tradição analítica.
Na primeira corrente, vê-se uma atitude
filosófica de cunho empirista, aos moldes do empirismo humeniano. Na Segunda
corrente, tem-se uma atenção especial ao estudo da linguagem. Aqui se coloca o
neopositivismo lógico. Na terceira corrente, temos a filosofia analítica
impulsionada pela obra: "investigações filosóficas" de L.
Wittgenstein. Constata-se que a linguagem tomou-se o grande método da filosofia
contemporânea
Outro fator relevante no empirismo lógico,
foi a importante inspiração que teve a partir das "investigações
filosóficas" de L- Wittgenstein.
4.1
CÍRCULO DE VIENA
Mais conhecido por Neopositivismo ou
positivismo lógico. Neopositivismo é a aplicação das teorias do empirismo
inglês para a análise da linguagem. Ora, o Neopositivismo foi buscar na lógica
e na matemática, os fundamentos que possibilitassem uma análise adequada da
linguagem científica, ou seja, ele queria encontrar um critério adequado para
diferenciar pseudoproposições de proposições científicas.
O
Neopositivismo, tal como foi elaborado pelo Círculo de Viena, situa-se no
prolongamento do empirismo de Hume, do positivismo de Comte e de Mill e mais
imediatamente, do empiriocriticismo de Avenarius e Mach. Mas outras influências
se fazem também sentir, especialmente as de Russel e da logística.
4.3 AS TEORIAS FUNDAMENTAIS DO NEOPOSITIVISMO
1) o princípio de verificação constitui o
critério de distinção entre proposições sensatas e proposições insensatas, de
modo que tal princípio se configura como critério de significância que delimita
a esfera da linguagem sensata da linguagem sem sentido que leva á expressão o
mundo das nossas emoções e de nossos medos
2) que, com base neste princípio, só tem
sentido as proposições possíveis de verificação empírica ou factual, vale
dizer, as afirmações das ciências empíricas;
3) que a matemática e a lógica constituem
somente conjuntos de tautologias, convencionalmente estipuladas e incapazes de
dizer algo sobre o mundo;
4) que. a metafísica, juntamente com a
ética e a religião, não sendo constituídas por conceitos e proposições
factualmente verificáveis, são um conjunto de questões aparentes que se baseiam
em pseudoconceitos;
5) que. o trabalho que resta ao filósofo
sério é o da análise da semântica (relação entre linguagem e. realidade, à qual
a linguagem se refere) e da sintática (relações dos sinais de unia linguagem
entre si);
6) a filosofia não é doutrina, mas sim
atividade: atividade clarificadora da linguagem.
A análise lógica deve ser um resultado de
esforços coletivos de forma parcial, detalhada e verificável, segundo eles, E
.deste modo, metafísica e teologia não dizem nada, apenas um estado de espírito
e para isso, arte, música e poesia fazem muito bem este papel.
A tese fundamental do empirismo lógico que
se expressa no manifesto de 1929é "excluir
toda e qualquer possibilidade de um conhecimento sintético a priori que faça
nexos necessários entre diversos estado de coisas, visto que os elementos da
experiência estão isolados uns dos outros.
Segundo
os neopositivistas, a filosofia não é uma ciência pois não tem objeto próprio,
tudo o que já existe tem competência para investigar os fatos e fenômenos do
mundo. A filosofia só tem doutrinas para investigar e não pode ser considerada
um sistema, mas sim, uma atividade onde seu objeto é a linguagem tendo como
fim, o esclarecimento do significado das proposições. De acordo com os
positivistas lógicos, o critério de decisão das proposições é o critério de verificação ou verificabilidade,
ou seja, só se conhece o significado de uma proposição quando se conhece com
pode ser verificada.
4.5
ALGUNS TEÓRICOS DESTA CORRENTE
Karl Popper: Neopositivismo e filosofia
analítica: Acredita ser o responsável pela morte do positivismo e embaralhou com
muita inteligência o pensamento de Viena. Foi contra o Princípio de Verificação
(princípio de significância) e a teoria da Indução defendida pêlos
freqüentadores do Círculo de Viena. Rejeitou totalmente a antimelafísica dos
vienenses, acreditando que a metafísica é a protagonista das teorias
científicas. Foi contra o totalitarismo e o convencionalismo.
Questão
de indução: Popper nega a
indução que era defendida pêlos vienenses. Em relação a indução repetitiva ou
por enumeração (que consiste em observações freqüentemente repetidas), Popper
diz que mesmo existindo a repetição por muitas vezes, não me garante a verdade
daquilo.
A mente: Nossa mente é provida de pressupostos,
hipóteses como afirma alguns filósofos. Popper não aceita a teoria da tabula
rasa, mas defende a teoria de que somos uma tabula plena, e que nossa mente é
como um quadro negro, cheia de sinais que a tradição e a evolução cultural nos
deixaram escritos. Para observarmos devemos ter as questões bem definidas, pois
não conseguimos observar tudo. E essa observação deve nos ajudar a criar
hipóteses, idéias e teorias para a realização dos nossos problemas
O
critério da falseabilidade: Por causa do problema se cria a hipótese.
Essa hipótese pode ser válida como inválida. Essa hipótese inválida Popper
chama de. "hipótese falseada".
Mesmo que urna hipótese seja considerada
como verdadeira por muitos anos e em um determinado momento ser desmentida por
uma outra hipótese, Popper vai chamar esse caso de "método dedutivo dos
controles" e essa relação entre a verificação e a falseação, Popper chama
de "assimetria lógica".
O
progresso da ciência: E
pela ciência que buscamos a verdade. Mas essa verdade é dada pela teoria e não
pêlos fatos. Não possuímos um critério de verdade, por mais que achamos que uma
determinada teoria é verdadeira, as conseqüências delas são infinitas e nós não
podemos verificar tudo. Somente acontece a ciência quando eliminamos teorias e.
substituímos por outras teorias que nos aproximam mais da verdade
Significado
e a crítica das teorias metafísicas: Popper vê a metafísica como a grande protagonista das teorias
científicas. Olhando do ponto de vista psicológico a pesquisa científica é
impossível sem as idéias da metafísica, e do ponto de vista histórico as
teorias científicas partem de. idéias metafísicas, e a metafísica com o
crescimento o mundo transforma-se em teorias verificáveis
Histiricismo e holismo: Segundo o historicismo a função das
ciências sociais deveria ser a de captar as leis de desenvolvimento da evolução
humana e prever os seus desdobramentos posteriores.
A
sociedade aberta: A
sociedade aberta de Popper é caracterizada pelo exercício critico da razão
humana, pelas instituições democráticas e pela liberdade dos indivíduos e. dos
grupos tendo em vista a resolução dos problemas sociais, que Popper chama
também de reforma.
Defende a revolução armada unicamente quando possui o objeto de
alcançar a democracia.
A democracia é entendida por Popper como
uma entidade que possui instituições democráticas e essas instituições quando
necessárias, podem derrubar o governo sem recorrera violência. E essa
democracia segundo Popper deve ser assegurada pela razão.
Rudolf Carnap: Procurou relacionar a
linguagem da matemática com as ciências em geral, unindo o empirismo com a
lógica matemática
Uma das preocupações centrais de Carnap
reside no estudo do conhecimento científico, no que diz respeito à investigação
de seus critérios de verdade. Se o princípio que determina esta verdade for o de
sua verificação empírica, como pretendiam os empiristas lógicos, isto é, se
somente podem ser consideradas verdadeiras as proposições passíveis de ser
observados factualmente, que fazer com as proposições epistemológicas, que não
se referem a fatos, mas às proposições que os atestam? Será a epistemologia
destituída de verdade? A resposta de Carnap a esta questão é que as proposições
epistemológicas são proposições dotadas de significado, que se referem não
diretamente aos fatos, mas antes à linguagem empregada para referir-se aos
fatos. Neste sentido, a tarefa da filosofia é depurar a linguagem científica de
suas imprecisões, construindo linguagens que obedeçam ao rigor de uma sintaxe
lógica.
Outra importante contribuição de Carnap
consiste no princípio da confirmabilidade. não podendo ser verificados,
tais leis podem, contudo, vir a ser confirmadas, gradualmente, pela
experiência. Embora não haja possibilidade de atingir uma confirmação absoluta,
quanto mais evidências empíricas se obtiverem, a seu favor, maior o grau
relativo da dita lei, proposição ou teoria em questão.
O pensamento de Carnap influiu de maneira
determinante na propagação do empirismo lógico e sua posterior difusão por
várias correntes filosóficas contemporâneas. Igualmente decisiva é a contribuição
deste pensador ao âmbito da lógica; é possível considerar ter sido ele o
reformador das bases da lógica indutiva, reestruturando-a a partir das noções
de confirmabilidade e de probabilidade.
Neo-Escolástica ou Neo-Tomismo
O termo neo-tomismo serve para referir-se
como uma das correntes especificas da neo-escolastica. Neo-escolastica é o
renascimento do pensamento catółico tradicional e neo-tomismo, o renascimento
do pensamento de Tomas de Aquino.
O tomismo foi recomendado pela Igreja
Catółica (pelo Papa Leão XIII. A neo-escolastica ou o neo-tomismo constituem,
mesmo hoje, comumente grandę parte da filosofia da Igreja Catółica.. Contudo,
não devemos aplicar o termo filosofia cristã como sinônimo de neo-escolastica.
Sendo que entre os neo-tomistas tem-se numerosos pensadores de valor fora do
catolicismo
. Após a publicação da encíclica papai
Aeterm Patris, segui-se um florescimento de iniciativas tomisticas: a edição
critica das obras de Tomas, a sua tradução em quase todas as línguas, a
fundação de universidade e de centros de estudo do pensamento de Aquino.
CARACTERISTISCAS: São múltiplas
as razoes que levaram ao renasciniento do pensamento escolástico. Os pensadores
neo-escolasticos reagiram ao racionalismo de origem iluminista, ao imanentismo
idealista e ao materialismo positivista, opuseram-se aos aspectos para eles
sempre mais inquietantes do liberalismo político, isto ć, ao laicismo e a
secularização, e procuraram enfrentar as correntes culturais européias, sempre
mais contrarias ao dado revelado e a teologia crista.
"Contra o positivismo e o
agnosticismo, a neo-escolastica sustenta a possibilidade e necessidade da
metafísica; contra o idealismo, o realismo gnosiołógico; contra o relativismo e
subjetivismo, o sentido absoluto da verdade e a objetividade do ser e do valor;
contra o racionalismo e empirismo extremos, a colaboração da razão e da experiência
no conhecimento; contra o imaterialismo e o espiritualismo radicais, a
dualidade corpóreo-espirituał do homem; contra o individualismo, o
personalismo. Estas posições fundamentais concretizam-se na teoria do
conhecimento, na doutrina da abstração e do valor objetivo do.s conceitos
universais; em antropologia, numa concepção do homem como pessoa e espírito
encamado; em ontologia, na afirmação do ser, sua analogia e substancialidade,
seus princípios e causas; em teologia filosófica e em etica, na possibilidade
do conhecimento de Deus e dos valores morais"
Urna característica básica da
neo-escolastica ó o conceber a Filosofia como um pensar que tem em conta a
tradição; elabora-se em função dos
métodos c doutrinas dos grandes mestres medievais, sobretudo São Tomas O
neo-tomismo, ou tomismo moderno, ć urna escola no sentido estrito da palavra.
Possuí problemas próprios, sem métodos peculiares e urn acervo de doutrinas
comuns professadas por todos os sens representantes.
FILOSOFIA PERENE : Os neo-escolasticos procuram o que há de permanente no espírito
ocidental; acham-no na filosofia platónico-aristotelica, de um lado e, de
outro, no patrimônio espirituał do cristianismo. E assim, com este ponto de
partida, tenta-se esclarecer a situação do homem moderno no entendimento de si
mesmo e do mundo. Não se pretende ficar imobilizado no historicismo; mas se
pretende, numa continua compreensão de todas as posições filosóficas
importantes, dar urna resposta sistematico-realista as quest0es suscitadas pelo
homem que filosofa.
O SER, O ATO E A POTENCIA: No centro da filosofia tomista esta a metafísica, cujo objęto é o
ser enquanto tal. O conceito de ser não ć unívoco, mas análogo. A doutrina mais
importante relativa ao ser ć a do ato e potencia; constitui a tese central do
sistema, no qual tudo esta em conexão com ela. Todo ser criado ó dotado de
essência e existência distintas e inseparáveis, quando em Deus essas se
identificam. A existência ć o ato da essência, que a atualiza.
O ESPIR1TO:
O espírito constitui o
grau mais elevado do ser. Ele e capaz de conhecer as essências inteligíveis
imateriais e de querer fins supramateriais. O espírito possui duas funções
fundamentais: conhecer e querer. O conhecimento ć intuitivo, e então e
designado como intelecto, ou discursivo. O querer ć uma reação, pertence a
ordem espirituał. Assim como o intelecto pode conhecer essências
supramateriais, assim a vontade pode quere-las. Por ser imaterial, a vontade
não ó determinada por nenhum objęto finito, mas ć livre em face deles.
O CONHECIMENTO:
A teoria do conhecimento
nas correntes tomistas nao constitui objęto de disciplina especial, mas, é mais
do que um capitulo da metafisica. De modo algum pode servir de fundamento a
filosofia do ser.
DEUS: Deus ć única existência necessária, visto que não se pode atribuir
existência ao ser empirico conhecido sem admitir um criador. De fato, em todo
ente existente empirico a essencia e realmente diferente da existencia. É o ato
puro.
ETICA: A doutrina dos valores do tomismo ó urna
doutrina do bem. Tais valores também tem seu fundamento no ser. Distinguem-se
dois grandes reinos do valor, o dos valores estéticos, o bem ć contemplativo, e
a dos valores práticos, perante os quais a atitude ó ativa. A doutrina da lei
moral desempenha, por sua vez, importante papel no sistema tomista. O
comportamento humano ć determinado pela consciência.
influencias recebidas: a) A revalorização da filosofia tomista foi
promovida diretamente pelo papa Leão XIII b) as doutrinas políticas que
Maritain conseguiu com o pensamento de Santo Tomas. Fazendo com que tal
pensamento adquirisse notáveis prestígios também em ambientes que se lhe
mostravam sempre hostis (especialmente na Inglaterra, na Franca e nos Estados
Unidos).
INFLUENCIAS
DEIXADAS: a) A neo-escolastica influenciou o movimento
social catółico. Aqui no Brasil, a neo-escolastica está presente na teologia da
libertação. Nao só no Brasil, mas na America Latina. Pois, a Neo-Escolastica
tenta conciliar fe e razao sendo que nem uma nem outra tem maior autonomia de
ser, mas as duas caminham juntas, se complementam. b) Também influenciou
no pensamento de muitos filósofos,. Teve grandę influencia no pensamento
filosófico do Brasil e na Argentina. c) Maritain também soube, com
efeito, criar uma síntese entre as aspirações do nosso tempo e as teses
fundamentais do pensamento tomista. e) Alguns centros mundiais de
irradiação neo-tomistas, após a encíclica Aeterni Patris (1879) pelo papa leão
XIII, onde fez menção da importância da filosofia tomista para o mundo
catółico. Surge então a escola de Louvain, fundada em 1892, pelo Cardeal
Mercier, representou papel dos mais relevantes para o florescimento da
neo-escolastica e do neo-tomismo contemporâneos.
O Instituto Catółico de Paris, a
universidade catółica de Milão, a universidade de Friburgo, o Angelicum Romamim
foram outros tantos centros de onde irradiou e irradia o neo-tomismo.
consideracóes finais: Diante da crise da ciência e do pensamento
modernos, a neo-escolastica vem propor urna volta ao pensamento escolástico,
tomista. Pensamento baseado na filosofia do ser, a filosofia perene. Tal
filosofia, a Metafísica, havia sido deixada de lado na modernidade, sendo
substituída pela gnosiologia. Para os neo-escolasticos, o caminho para as novas
problemáticas passa pela mediação da filosofia tradicional.
Dos pensadores que seguiram essa trilha
vale fazer lembrança de Jacques Maritain, considerado o maior expoente da
neo-escolastica. Joseph Marechal, cujo grandę feito foi abrir o dialogo cntre a
filosofia cscolastica e a moderna. Além de ir buscar nos próprios estudos de
Kant a prova de que a metafísica. Gilson destaca-se por apontar que ao longo da
historia da filosofia ha duas correntes, o essencialismo e o existencialismo..
De fato, a filosofia contemporânea pode, com isso, ser considerada a filosofia
que esta situada no horizonte da pluralidade. Visto que, mesmo problemas
considerados por muitos como resolvidos ou abandonados, voltam a ocupar
relevante espaço entre os pensadores de nosso tempo.
AXIOLOGIA
Axiologia vem do grego axis e quer dizer
precioso, valioso. E o eixo que orienta o comportamento, a morał do homem. A
filosofia até o século XIX não empregava o termo "valor" no sentido
em que e, atualmente, usado, mas desde os seus primórdios sua realidade. Sendo
que o primeiro pensador e certamente Sócrates. Alguns outros filósofos
puseram-se indiretamente a pensar a questão dos valores, por isso nos deteremos
mais sobre os dois maiores pensadores da Axiologia, a saber, Max Scheler e
Nicolai Hartmann. As características dessa que também e chamada de Teoria dos
valores..
A Axiologia surge com o intuito de tornar
filosófico o discurso acerca dos valores, no intuito de substituir a Ética e a
Metafísica quando estas eram usadas como fundamentos no entendimento dos
valores.
noção, origem e caracteristicas: A axiologia ou Teoria dos valores tem seus
fundamentos próximos a ética de Brentano e na fenomenologia. Sendo que os
discípulos imediatos de Brentano foram os primeiros a se ocuparem
filosoficamente do problema do valor, Meinong e Von Ehrenfels.
Depois disso, a teoria dos valores teve urn
desenvolvimento magnífico nos grandes pensadores alemães: Max Scheler e Nicolai
Hartmann. A axiologia também chamada teoria geral do valor, e intencionada pela
filosofia a partir dos finais do século XIX. Contudo, surge apenas no século
passado, a partir de outros campos do saber. Por volta do ano 1900, na Alemanha
e do ano 1910, na Inglaterra e na América, as teorias do valor aparecem em
primeiro plano. Esses primeiros traços da axiologia começam a se desenvolver
ligados ao ensino universitário de filosofia, aparecem também na Franca e na Bélgica.
A acepção da palavra axiologia é
relativamente recente na historia da filosofia, mas o tema do valor (do grego,
aquilo que e precioso) e bastante antigo. Pode se chamar de valor tudo aquilo
que faz o objęto de uma atitude de adesão ou de recusa ou ainda de um juízo
critico. Em principio, a axiologia ocupa-se de todos os modos pelos quais se
toma posição a favor ou contra uma coisa, ou quando a podemos submeter a um
juízo critico. A Axiologia se ocupa na interrogação acerca dos valores que e
múltipla: que são os valores? Que espécie de ser lhes corresponde? Qual a
hierarquia dos valores? Entre outras. As respostas a esse tipo de questão quase
sempre são buscadas na Ética e na Metafísica.
O conceito de valor não pode ser
unilateralmente definido. Pode ser clarificado, mostrando-se os seus complexos
conteúdos, como fizeram alguns autores.
BRENTANO: Para Brentano,
o amor justo É o amor evidente que leva em si mesmo a razão da sua justiça. Um
objęto É digno de ser amado com amor justo quando obriga a reconhecer essa
autentica qualidade de se exigir ser amado. São os momentos que antecedem o
surgimento da axiologia. Quando eu prefiro uma coisa é porque vejo que essa coisa
tem valor, e valiosa. Nesse caso, os valores são algo que as coisas possuem e
que exercem sobre nos urna estranha pressão; não se limitam a estar ai, a ser
apreendidos, mas obrigam-nos a estima-los, a valoriza-los. Posso ver urna coisa
boa e não a procurar; mas o que não posso deixar e de estima-la. Valor e
aquilo, pois, que as coisas tem e nos obrigam a estima-Ias.
Assim, o valor não se constitui como algo
subjetivo, mas é a bondade apreendida no objęto que o toma valoroso para o
sujeito. Contudo, não são somente os objetos existentes que possuem valor, os
ideais como a justiça perfeita, o saber total, a saúde plena, constituem na
verdade aquilo que mais estimamos, que mais possuem valor, os quais são
inexistentes.
Valorizar não e dar valor mas reconhecer o
valor que a coisa tem. Ha uma distinção entre o valor e a coisa valiosa. As
coisas tem valores distintos e em graus diferentes. O valor e uma qualidade das
coisas, não a própria coisa. As coisas valiosas da-se o nome de bens. Valor
também não e urna qualidade real de urn objęto. Os valores apresentam,
primeiramente, polaridade, isto e, são necessariamente positivos ou negativos.
Outra característica dos valores e que eles
possuem matéria, um conteúdo peculiar. Os valores classificam-se em uteis
(capaz-incapaz, abundante-escasso), vitais (sao-enfermo, forte-debil,
seleto-vulgar), intelectuais (verdade-erro, evidente-provavel), morais
(bom-mau, justo-injusto), esteticos (belo-feio, elegante-deselegante),
religiosos (santo-profano), etc., em todos os casos seguido a dupla forma polar
do positivo e do negativo.
Cada época tem urna sensibilidade para
certos valores.
max SCHELER: A vigilância constante do pensamento e o
permanente contato com os fenômenos explicam a profunda originalidade de suas idéias
e a atmosfera espirituał que sabia criar ao redor das situações mais simples e
banais. Tinha o dom de colocar o espírito em contato vivo e direto com as
coisas, o que deu urn sentido realista a sua filosofia, avessa ao subjetivismo
idealista tão presente na tradição alemã.
A abertura ao mundo, que considerava o
atributo essencial do homem, manifesta a necessidade que sentia de respeitar a
plenitude e a diversidade do universo. O sentido duramente ontołógico e
realista de sua postura filosófica, oposta a hostilidade radical ao mundo que
marca o pensamento moderno, tem a mesma origem. Para ele, a experiência do
conhecimento estava acima da posse da verdade, o que explica a amplitude
de sua curiosidade e receptividade em
relação a todos os movimentos culturais e ao progresso cientifico nos mais
diversos domínios. Manteve-se permanentemente atento a tudo o que se produzia
de novo no campo das ciências sociais, da psicologia, da fisiologia, da
pesquisa clinica e das teorias físicas, bem como das ciências da religião,
sempre preocupado em integrar os novos dados científicos a sua cosmovisão
filosófica.
INFLUêNCIAS
recebidas: A axiologia, em
sua origem, recebe suas primeiras influencias de Lotze que foi quem introduziu
os conceitos de "valor" e de "valer" na filosofia
contemporânea, contrapondo rigorosamente o mundo do "valor" ao mundo
do “ser”. Também o teólogo Ritschł e o filósofo Brentano contribuíram como
pioneiros para que a problemática axiológica se fixasse na filosofia.
Max Scheler, principal pensador da
axiologia, foi influenciado pela fenomenologia de Husserl, pelo existencialismo
de Heidegger, pelo idealismo alemão, pela biofilosofia ou filosofia da vida e
por fim o que marcou mais o pensamento de Scheler foi o cristianismo, que
serviu como pano de fundo na elaboração da filosofia dos valores ou axiologia.
De Husserl Scheler absorveu de em particular
o caráter fundamental da intuição
influências
deixadas: Scheler é um
semeador de idéias geniais em desordem, falhas de uma raiz donde brotem e que
lhes de a plenitude do seu sentido. Depois do uso da fenomenologia como
conhecimento de essências, e necessário pô-la ao serviço de uma metafísica
sistemática.
Scheler não fez isso, mas preparou o
caminho para a metafísica atual. Concentrou a sua atenção nos temas do homem e
da sua vida: a sua filosofia estava orientada para urna antropologia filosófica
que não chegou a amadurecer. Esta tendência, ao adquirir sistematismo
fundamental o converter-se em metafísica rigorosa, desembocou na analítica
existencial.
A ética de Scheler inspirou a ética de
Hartmann e, em geral, a de todas aquelas doutrinas (realistas ou pragmáticas)
que reconhecem a objetividade dos valores e de sua hierarquią. Mas, na analise
fenomenołógica da experiência emotiva do homem, o seu exemplo viria a ser
continuado, sobretudo por Heidegger.
Em suma, a grandę influencia deixada pelą
axiologia foi a Ética e a Morał.
Considerações
finais: A axiologia foi
urn verdadeiro caminho construído através da fenomenologia de Husserl e
Heidegger. Caminho este, percorrido principalmente por Scheler, que passou por
varias transformações, de mudanças de opiniões, crenças e chegando cada vez
mais a convicções que este autor, não é mais um filosofo cristão, mas um autêntico
cristão filósofo que usou todo o aparato filosófico a serviço de uma cultura, o
cristianismo.
Por fim, pode-se dizer que a axiologia não
cumpriu a intenção com a qual surgiu no principio do século XX, mas contribui,
pelo contrario, para a ligação das vertentes que pretendia substituir - a Ética
e a Metafísica. Assim, a teoria dos valores encerrou-se como capitulo,
necessitando de uma fundamentação. A
filosofia do nosso tempo,, para alem da teoria do valor, empreendeu urn caminho
mais fecundo no entrar resolutamente (decididamente) pela via da metafísica.
O PERSONALISMO
Como fenômeno histórico, o personalismo nasceu na Franca, com Emmanuel
Mounier, e desenvolveu-se em tomo da revista "Esprit" (fundada por
Mounier. A idéia central do pensamento personalista e a idéia de pessoa, na sua subjetividade,
inviolabilidade, liberdade, criatividade e responsabilidade, de pessoa
encarnada em um corpo, situada na historia e constitutivamente comunitária.. E,
em nome da pessoa e sob o signo dessa idéia, o personalismo se apresenta como
analise do mundo moderno, e projeta uma saída para a crise através de uma
"revolução personalista e comunitária" fundamentada em uma fé crista
aceita para alem de qualquer reserva e vivida sem compromissos.
Diante do mal econômico e morał, por
conseguinte, alguns jovens consideraram que a saída para a "desordem
estabelecida" não consistia em uma revolução econômica que ignorasse os
fundamentos morais e religiosos da crise, nem em revolução puramente
espirituał, desinteressada dos dramas tecidos pelos acontecimentos históricos
efetivos, e sim muito mais na teorização e na construção de uma “comunidade de
pessoas”.
De qualquer forma, como na raiz do
movimento personalista existe a intenção decidida de testemunhar a verdade em toda circunstância o personalismo não
podia se ligar — e não se ligou — aos particularismos táticos de um ou de outro
partido. “Ele nasceu e se desenvolveu como movimento, feito de idéias,
críticas, estímulos, controvérsias e iniciativas, pois o personalismo é uma
filosofia, não uma simples atitude, é uma filosofia, não, porém, um sistema”.
Mas não foram somente os membros da revista
que aderiram ao movimento personalista, movimento que, ademais, se expressou em
correntes diversificadas, como observa o próprio Mounier:
"Poderíamos identificar urna tendência
existencialista do personalismo (que reuniria Berdjajev, Landsberg, Ricoeur e
Nedoncelle), uma tendência marxista, frequentemente paralela a primeira, e uma
tendência mais clássica, que se insere facilmente na tradicional corrente
introspectiva da filosofia francesa (Lachieze-Rey, Nabert, Le Senne, Madinier e
Jean Lacroix)".
Revisionismo Marxista
O pensamento e as doutrinas de Karl Marx
tiveram uma forte difusão no século XX, principalmente porque Rússia e China
adotaram como doutrina de Estado. Nesse século o marxismo se difunde da
Alemanha para Franca, Itália e Rússia. Nesse período ha urna cisão entre os
seguidores de Marx, de um lado os marxistas ortodoxos e de outro urn grupo de
pensadores, estudiosos que modificam substancialmente algumas teses do
pensamento de Karl Marx. O que distingue o marxismo não ortodoxo ou
revisionista do marxismo ortodoxo e o modo de entender a dialética.
ORIGEM:
O período de reformas
acontece após a morte de Marx e Engels, com o filósofo Euduad Bernstein
(1850-1932). O nome revisionismo foi justamente aplicado ao conjunto de
concepções que propunham uma revisão do pensamento marxista. Bernstein acaba
por se tornar símbolo do revisionismo, justamente pela polêmica por ele levantada
entre os que defendiam o pensamento original (ortodoxos) e os que propunham uma
reforma (os revisionistas). Bernstein mostra que as previsões centrais, feitas
pela teoria marxista, revelaram-se privadas de fundamentos e foram desmentidas
pela própria história, pois o número de proprietários não diminuiu mais sim
aumentaram.
DIFERENÇA: ORTODOXO E REVISIONISTAS
Para o marxismo ortodoxo a dialética rege
com leis interrogáveis todos os eventos da natureza e da historia. Para os
revisionista ou marxistas heterodoxos, a dialética não possui leis e não se
refere a natureza, mas ao sujeito singular nas suas relações com a historia.
Cada sujeito é um produto da dialética, nas suas relações com a historia
podendo exercer sobre ela uma ação própria. Opondo-se a alienação que nela está
sempre presente.
Um outro aspecto que distingue os marxistas
revisionista dos ortodoxos e a consideração favorável, positiva em relação a
religião como importante fator de superação da opressão e da dor, dos marxistas
revisionista, na qual se debatę a humanidade. Para os marxistas ortodoxos a religião
é o ópio do povo, deve por isso ser destruída.
No fim do século XX quando o marxismo
começa a se difundir da Alemanha para os paises europeus, começa a se discutir
sobre confiabilidade de certas previsões de Marx, como o empobrecimento do
proletariado, do progressivo recrudescimento do confronto entre as classes do
capitalismo.
Visão Filosófica de Marcuse: Compreende elementos procedentes de três
fontes principais, ou seja, tem influências de Freud, Hobbes e Marx.
De Freud vem à tese
segundo o qual o ser profundo do homem consiste no instinto do prazer. O motivo
último de toda a atividade humana é o prazer: em tudo que faz, o homem procura
o prazer e é tanto mais feliz quanto maior é o prazer que consegue.
De Hobbes vem à
distinção de dois estados na vida humana, o estado de natureza e o social. No
estado da natureza se tem o início do estado civil ou civil. No estado social o
homem aprende a renunciar a um prazer momentâneo.
Apoiado em Freud,
Marcuse recorda que a história do homem é a história de sua repressão. A
cultura impõe constrições não só a sua existência na sociedade, mas também a
sua existência biológica.
Outra visão de
Marcuse tem origem em Marx. Somente quando o interesse comum prevalecer sobre
todos os interesses particulares e quando se realizar o tempo reservado as
diversões em verdadeiro tempo livre, é que se atingirá a meta da pacificação da
luta pela existência
A Sociedade Unidimensional: Segundo Marcuse, “a maior parte das
necessidades de nosso tempo, a necessidade de relaxar-se, de divertir-se, de
comportar-se e de consumir de acordo com os anúncios publicitários, de amar e
odiar aquilo que os outros amam e odeiam, pertencem a esta categoria de falsas
necessidades.
A sociedade industrial é genial ela desenvolve
a necessidade obsessiva de produzir e consumir o supérfluo. Em conclusão, a
sociedade industrial, que se faz através da tecnologia e da ciência, é
organizada para conseguir um domínio sempre mais eficaz sobre o homem e sobre a
natureza.
A Libertação: Por isso o primeiro passo para se remover as cadeias da
sociedade industrial seria tomar consciência do estado de escravidão que ele
impõe, porque toda libertação depende da consciência da servidão. Neste caso o
único meio de salvação segundo Marcuse, vem dos rejeitados e dos
marginalizados, dos explorados e dos perseguidos, de outras raças e outras
cores. A sua presença é que poderá despertar e deve despertar o homem
industrial, pois será possível analisar que estes estão fora do contexto
democrático.
ERNEST BLOCH
Concepção de Homem: Bloch é um dos maiores representantes do revisionismo. A
sua revisão profunda do marxismo consiste principalmente em dois pontos: 1) no
abandono do princípio da dialética, que ele substitui pelo da possibilidade; 2)
no centrar a interpretação da história numa nova concepção do homem, e não no
estudo dos fenômenos econômicos, como fizera Marx.
A alma da nova
antropologia elaborada por Bloch é a esperança; ele atribui a esta dimensão uma
prioridade absoluta sobre as outras: vida, pensamento, vontade, amor, etc.
O princípio da
esperança é princípio ontológico genuíno, é o princípio da ontologia, do
não-ainda-ser.
O impulso de esperar
amplia o horizonte do homem, longe de restringi-lo.
O homem é a
possibilidade real de tudo o que aconteceu na sua história e, sobretudo, do que
ele ainda pode se tornar, em progresso ilimitado. O homem é possibilidade que
não se exaure.
A esperança desvenda
o futuro – para a pesquisa filosófica do homem, a esperança é reveladora. Isto
vale para a filosofia marxista, cujo objetivo primário é transformar o mundo,
orientado para o futuro.
Bloch põe como
fundamento da filosofia da esperança a tese marxista segundo a qual o homem se
encontra em estado de alienação.
Onde há Esperança, há Religião: Para Bloch, a religião não é apenas a
expressão da alienação do homem. Onde há esperança, há religião, afirma Bloch,
que, em Thomas Munzer como teólogo da
revolução e depois no mais recente Ateísmo
no Cristianismo, distingue a dimensão teocrática do cristianismo de sua
dimensão herética.
Ensinamentos
religiosos como o dos profetas e de Cristo, não são de forma alguma ópios dos
povos, mas caminhos de protesto e busca de uma condição humana mais justa e
mais feliz.
ROGER GARAUDY
Pensamento: Desde os primeiros
escritos Garaudy assumiu uma atitude bem pouco marxista diante da religião e do
cristianismo, uma atitude de abertura, de dialogo, de valorização, muito
contrario ao marxismo que se caracteriza pelo ódio, aversão e condenação
O Problema da Transcendência: Transcendência, para ele, é "a
consciência da incompleteza do homem, a dimensão do infinito". "A
transcendência é um humanismo prometéico ou
faustiano que rejeita todo dado,
sensível ou inteligível, para enfatizar a ação, a criação contínua do homem
pelo homem.
Segundo Garaudy, essa
transcendência não pode ter lugar numa ordenação religiosa, numa igreja, mesmo
que fosse ela a Igreja católica, mas somente numa organização política e
social.
THEODOR W. ADORNO
Pensamento: Nas obras escritas em colaboração com Horkheimer, Adorno estuda
problemas fundamentais como os relativos à estrutura da sociedade, à natureza
do progresso, ao valor da ciência etc.
"Teoria Crítica" de Adorno: A teoria social elaborada por
Adorno não tem a intenção de oferecer um quadro global da sociedade em sentido
absoluto, mas uma compreensão provisória da realidade social num determinado
momento histórico. Ela é essencialmente critica enquanto não se propõe explicar
e ratificar a realidade existente, mas procurar a meta perseguida pelo homem de
uma sociedade mais racional. A "teoria crítica" se apresenta
intencionalmente como teoria do fragmento histórico, isto é, como teoria
fragmentária. Excluindo a totalidade. Com a teoria crítica, seu objetivo é
integrar num único complexo as diversas observações dos especialistas para ter
um quadro unitário da realidade.
INFLUÊNCIAS DEIXADAS
A revisão do marxismo
trouxe muitas conseqüências influências nos âmbitos da Epistemologia, da
antropologia e da ética. Nesta última, destacou-se principalmente um retorno
aos valores espirituais.
A partir de 1920, a
revisão marxista influenciou profundamente o pensamento ocidental em muitos
campos. Na Inglaterra houve continuidade de uma crítica marxista da economia
política; nos Estados Unidos iniciou-se uma abordagem marxista crítica dos
problemas do subdesenvolvimento e desenvolvimento do terceiro mundo. De forma
geral, as conseqüências da revisionismo Marxista se fazem sentir nos Estados
Unidos, na Alemanha, na Itália, na França, em virtude da ascensão de movimentos
esquerdistas, cuja pretensão revolucionária se acompanha de uma contestação
mais geral de todas de todas de ideologia dominante.
PRAGMATISMO
Surgiu como reação em duas frentes, reação
ao racionalismo em geral, sobretudo ao idealismo hegeliano, e reação ao
positivismo, ao qual ele mesmo pertence, buscando, todavia ultrapassá-lo algum
tanto, através de seu critério de verdade, o sucesso.
A coisa em si não se consegue conhecer,
senão naquilo que a experiência oferece, ficando, portanto para nós a realidade
reduzida a um conglomerado de elementos heterogêneos. A base gnosiológica do
pragmatismo é a do sucesso como critério de verdade, assim analisado por seus
propugnadores. Do ponto de vista sociológico, representa a filosofia de uma
nação voltada com confiança para o futuro, enquanto do ponto de vista da
história das idéias se configura como uma contribuição mais significativa dos
EUA à filosofia ocidental. Ocorre também uma fonte alemã do pragmatismo, cruzando
com o neopositivismo e até com o neokantismo. Neste sentido é lembrado
Friedrich Albert Lange (1828-1875) como efetivo fundador do pragmatismo alemão.
PRAGMATISMO EM CHARLES SANDERS PEIRCE
AS CATEGORIAS: Ao iniciarmos nossos estudos sobre o
Pragmatismo devemos estar atentos, primeiramente, àquilo que o próprio Peirce
nomeou como sendo Categorias. As categorias foram classificadas pelo modo
como o fenômeno aparece à consciência como: Primeiridade, Segundidade e
Terceiridade.
Primeiridade: A
Primeiridade é o fenômeno no presente momento em que vivemos. E um primeiro
contato com a realidade que transfere os movimentos à consciência imediata que
é a pura qualidade de sentimento. Sendo que tudo isso acontece no presente e
este é muito rápido, quando queremos percebê-lo já se tomou passado.
Qualidade de sentimento é a primeira, forma
de. percepção do mundo, sendo também potencialidade de vir a ser, comparando
aqui com o termo aristotélico de ato e potência, podemos afirmar que esta
qualidade de sentimento tem a capacidade de tomar-se. Como puro sentimento a
primeiridade possui como características fundamentais à liberdade, a intimidade
e a “subjetividade”.
Segundidade: A
segundidade tem como característica a sensação composta por duas partes: o
sentimento e a força da inerência desse sentimento num sujeito
A segundidade como sensação encontra
oposição e resistência nestas experiências que são feitas com o outro que age
por si mesmo
Terceiridade: Com
a terceiridade está completo o que Peirce chamou de Categorias do pensamento e
da natureza.
Desse modo
podemos afirmar com as mesmas palavras de Santaella que a terceiridade é uma
"síntese intelectual" dessas duas categorias e sendo síntese
intelectual ela é a generalização dos fenômenos através das experiências
individuais que necessitam de tempo para chegar a tal universalidade.
PRAGMATISMO JAMESIANO
James, tal como Peirce e os cartesianos,
queriam que as suas idéias fossem cognições racionais. Mas ele percebe que era
simplesmente uma questão de ser claro a respeito de tais idéias, de se conhecer
os seus propósitos práticos, de se dispor a regras pragmáticas. E parece pensar
também que a aquisição de regras pragmáticas é bem mais um processo de
autoconsciência do que pensa Peirce
James formula um método para determinar que
a credibilidade tem uma proposição filosófica para nós.
De acordo
com James, toda função da filosofia deveria ser a de encontrar que diferença
definida fará para cada um de nós, em momentos definidos da nossa vida, que
esta fórmula-mundo ou aquela fórmula-mundo seja a que efetivamente é
verdadeira.
James diz
que as idéias verdadeiras do ponto de vista instrumental obtêm para si próprias
a classificação de verdadeiras, fazendo-se verdadeiras pela forma como
trabalham.
ESTRUTURALISMO
Ainda na filosofia, podemos dizer que o estruturalismo foi uma reação contra
o existencialismo O estruturalismo caracteriza-se por destronar o sujeito (eu)
em favor de estruturas profundas e inconscientes. O homem passa de sujeito a
objeto. Não é mais o homem que projeta criativamente o caminho a ser
percorrido, mas são as estruturas que delimitam o seu andar. Dessa forma, os
estruturalistas colocam as estruturas como fundamento da conduta humana.
NOÇÃO: Lévi - Strauss, Althusser, Foucault e Lacan
elaboraram um conjunto de usos filosóficos para o conceito de estrutura.
Esses voltaram-se contra o existencialismo, o subjetivismo idealista, o
humanismo personalista, o historicismo e o Resumidamente, os estruturalistas
pretenderam inverter a direção em que andava o saber sobre o homem, decidindo
destronar o sujeito( o eu, a consciência ou espírito) e suas capacidades de
liberdade , autodeterminação, auto-transcendência, e criatividade em favor de
"estruturas" profundas e inconscientes, onipresentes e onideterminantes.
E isso a fim de tornar científicas as "ciências humanas".
O estruturalismo nada mais é do que um
ponto de vista epistemológico. Sendo assim não é considerado uma teoria, nem um
método, mas trata-se de uma posição frente as bases daquilo que se considera
conhecimento humano.
Assim para os estruturalistas uma estrutura
é um todo, elementar ou complexo, definido pelas relações, ao mesmo tempo de
identidade e de diferença, entre suas partes. A noção de estrutura está
intimamente associada às noções de sistema, de modelo e de forma.
O estruturalismo implica ainda outras duas
idéias: a de totalidade e a de interdependência. Esse conjunto só será valido
se pudermos efetivamente articular, dar-lhes uma estrutura que revele ao mesmo
tempo os limites e o seu arranjo interno, e é justamente por isto ser um
problema de que se afirma a solução antes de a apresentar, que se fala de
estruturalismo. Ainda podemos dizer que o estruturalismo consiste em descobrir
nos fatos observados, a razão oculta da sua aparência, em trazer à luz essa
configuração subjacente a que se pode, pois, como já vimos anteriormente,
chamar estrutura.
FERDINAND DE SAUSSURE
O pensamento de Ferdinand de Saussure: O itinerário intelectual de Saussure se
caracteriza por uma significativa atividade docente e pela busca de um
entendimento científico do fenômeno lingüístico.
O papel pioneiro de Saussure em lingüística
corresponde também ao papel pioneiro da lingüística no estruturalismo
contemporâneo. Deste beneficiam-se inúmeras disciplinas relacionadas ao estudo
do ser humano, de seu comportamento, de suas obras de atividade, mas, sobretudo
de sua linguagem. O homem é o animal da palavra e a sociedade humana é a
sociedade que tem língua.
Lingüística: Sausurre
Antropologia: L. Strauss
Pos-estruturalismo: M. Foucault
O NEO-REALISMO
Corrente filosófica que se desenvolveu no
início do século XX em reação contra o idealismo. O Neo-realismo caracteriza-se
pela busca da superação do dualismo psicofísico e pela tese de haver uma
estreita colaboração entre a filosofia e a ciência.
Baseia-se todavia em uma tese fundamental
comum, que constitui sua novidade e seu ponto de destaque do realismo
tradicional, como também sua linha de defesa contra o idealismo. Sustenta que,
a relação cognoscível não modifica a natureza do próprio objeto. Elimina
completamente a dependência existencial ou qualitativa do objeto do
conhecimento ao sujeito. De fato o seu objetivo principal era o de explicar a
possibilidade de um objeto estar presente na consciência e ser ao mesmo tempo
independente da sua relação com ela. No estudo dos problemas filosóficos dos
neo-realistas adotaram uma perspectiva analítica e acentuaram a importância da
linguagem como instrumento filosófico.
ORIGEM: O neo-realismo surgiu e se desenvolveu principalmente
na Inglaterra após a publicação de diferentes disciplinas (filosofia, história
da filosofia, ciência, matemática, literatura) por parte de estudiosos do
assunto.
TEMÁTICA PRINCIPAL: Entre as concepções do idealismo e do
espiritualismo, de um lado e do pragmatismo e do materialismo do outro, o
neo-realismo quer reafirmar a realidade e a consistência objetiva do mundo
externo, sem, no entanto, resolvê-lo exclusivamente no principio material.
Aproveita como embasamento teórico os pressupostos recentes da ciência e um
pouco da tradição empírica inglesa.
O neo-realismo se separa do empirismo num
ponto capital: Enquanto este último se detém no dado subjetivo da sensação,
esquecendo-se de toda metafísica do cosmos, o neo-realismo pretende superar
este limite e pesquisar uma forma total, mais global e objetiva da realidade.
Os neo-realistas americanos reduzem os
chamados atos cognoscitivos a conhecimentos naturais. Para eles, não há
diferença alguma entre o ato cognoscitivo e, por exemplo, a saraivada. Fatos
físicos e humanos, filosóficos e espirituais são postos na mesma ordem da
realidade. Enfim, para os neo-realistas americanos, o mundo é simplesmente mera
representação, não do sujeito, como vê o idealismo, mas representação por si
só. Não há diferença entre aparência e realidade.
Outra manifestação americana na filosofia é
o realismo crítico. Segundo o mesmo, o homem não experimenta diretamente a
existência de um objeto, mas afirma-a com um ato de intuição, de que a
experiência e o raciocínio provam a legitimidade. Conhecer um determinado
objeto, significa atribuir-lhe uma determinada essência. E o conhecimento é
verdadeiro quando a essência corresponde á existência do objeto a que se
refere. O conhecimento é falso quando a essência se refere a um objeto
imaginado real, mas que não é.
INFLUÊNCIAS DEIXADAS: As influencias deixadas pelo Neo-realismo no atual pensamento, sobretudo
nas novas orientações da epistemologia contemporânea, que na virada do século
XIX apresentava uma crise dos métodos das ciências da natureza.
No círculo de Viena, que surgiu com a
intenção de investigar ate onde as teorias, através da analise da sua estrutura
lógica tem probabilidade de ser verdadeira ou falsa. O circulo de Viena sofreu
influencia de Wittgenstein e da lógica de Russel e Whitehead. Esses autores
representam a tendência neopositivismo ou empirista lógica.
Na
filosofia chamada Analítica, a qual a preocupação esta mais centrada a reflexão
sobre as proposições, a lógica matemática de Frege, via Russel e Whitehead, é
base primordial de tal pensamento, que se faz presente nas principais
universidades do ocidente.
Por fim, na lógica moderna, em oposição à
de Aristóteles, se
faz presente à lógica matemática como aquela que vem superar a linguagem não
simbólica.
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