quarta-feira, 12 de junho de 2013

1- NEO IDEALISMO

Como ponto de partida temos que ter presente que o Idealismo desenvolvido por Hegel obteve algumas conseqüências que foram tremendas, houve uma reação em cadeia de correntes filosóficas contra o Idealismo como, os Positivistas, Realistas, Voluntaristas e Materialistas.
O idealismo teve tantas críticas que se pode dizer que toda a modernidade dos séculos XIX e XX foi um levante contra o idealismo em sua forma mais simples, sua “dialética” e seu fundamento por tantas vezes deturpados, o “espírito absoluto”.
Tudo levava a crer que o Idealismo não se recuperaria após tamanha investida contra suas bases. Mas ocorreu justamente o inverso, enquanto as correntes contrárias cantavam vitória sobre o já imaginado, “falecido” idealismo, ele renasce com mais força e com características diversas de acordo com a tradição filosófica de cada país; difundindo-se principalmente na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Itália.

Principais Características Assumidas em Cada País

França
O Idealismo é desenvolvido e assimilado tendo motivos espiritualistas subjacentes.

Na França o idealismo repercutiu numa linha ideológica espiritualista, a qual desejava eliminar do pensamento filosófico qualquer resíduo de uma realidade extramental. Podemos com isso dizer que o neo-idealismo francês quer extirpar o positivismo que ia de vento em poupa com seus renomeados representantes, que atuavam no campo da erudicidade e do criticismo.

2.1. Octave Hamelin: Ele firmou-se no idealismo crítico, empenhando-se com maior acento na negação da coisa em si. Para ele o pensamento é a única realidade, sendo o objeto total criação do sujeito e estas idéias, que formam as representações, estão condicionadas por categorias a priori do espírito. No entanto o processo representativo de cada consciência finita, sugere a necessidade de um princípio que seja absoluto e super-individual.
Dada a recebida influência do espiritualismo Francês, ele identifica essa consciência absoluta como Deus. Portanto, Deus tem lugar em seu sistema, como ser pessoal, livre, criador, providencial, mas dentro do horizonte idealista.

2.2. Léon Brunschvicg: O cerne da teoria do idealismo perfeito, a imanência integral também é considerada por ele como algo indiscutível. Para ele o dever da filosofia é refletir sobre a  qualidade do saber que o espírito humano conquista por vias positivas e tomar posse dos métodos e dos resultados por ele descobertos. Para ele a ciência era o laboratório da filosofia. É fácil perceber a influência positivista em seu pensamento, quando trata a ciência como o único meio de informação. Mas como idealista crê que toda a realidade se resume ao conteúdo do pensamento.

3. Neo-idealismo Anglo-saxônico

Inglaterra

Tem como característica o pensamento e ideais platônicos.

De forma geral o neo-idealismo inglês se destaca por sua busca em estabelecer valores de cunho religioso. Isso se fez através de referências à filosofia platônica que cria um idealismo baseado no dualismo e na antítese entre eterno e mutável.
Esse movimento acabou também ganhando adeptos nos Estados Unidos, como Josiah Royce.

3.1. Francis H. Bradley: Representante máximo do idealismo inglês. Desenvolveu suas teorias idealistas buscando renovar a tradição religiosa platônica, como crítica aos pensamentos positivistas e empiristas. Sua visão idealista é baseada no dualismo e na antítese entre eterno e mutável assemelhando-se assim em muito a Platão.
Assim como Hegel contestou a distinção tradicionalmente admitida entre sujeito e objeto, Bradley absorve essas idéias e ainda adverte que a realidade deve não ser contraditória, sendo assim, ele observa que os fenômenos experimentados pelo homem são insuficientes para definir a realidade absoluta, pois ela apresenta contradições. assemelha-se  a Kant, que diz que só temos acesso ao fenômeno e não ao noumenon.
Fora de toda contradição, a realidade absoluta, ao contrário de todo devir, é onde essência e existência são uma só coisa, formando assim uma totalidade e uma unidade perfeita.

3.2. Josiah Royce: Para Royce o pensamento humano não pode ficar acomodado em conhecimentos limitados e parciais, ou seja finitos, precisa almejar e buscar axiomas, elementos fixos do saber que permitam julgar o bem e o mal e permaneçam para toda a eternidade. Essa é a busca da consciência absoluta. O homem mesmo sendo um ente finito postula uma consciência absoluta, a qual Royce denomina de Deus. É em Deus que se integram todas as fragmentações das consciências finitas e onde nossa individualidade é aperfeiçoada e completada.
É a partir disso que Royce refere-se á sociabilidade dizendo que colocar nossas ações a serviço da ordem social é o mais elevado destino do espírito humano, pois sem a ordem social não há plena realização humana

4. Neo-idealismo na Itália 

Itália É o país que mais se manteve fiel ao pensamento dos  idealistas, os alemães.mestres
Além da tradicional escolástica, que se renovou, instalaram-se também o positivismo e o idealismo. Este se fez notório já no final do século XIX, com uma progressão que se destacou, sobretudo depois de 1900, com prestígio até cerca de 1940.
A escola hegeliana de direita, seguida por Augusto Vera e Bertrando Spaventa, propunha a compatibilidade entre filosofia e cristianismo além de acreditarem que a filosofia hegeliana servia de justificação do Estado existente.
A escola hegiliana de esquerda, seguida por Feuerback, Strauss e Bruno Bauer, substituiu totalmente os elementos religiosos pela filosofia, dizendo que através da religião e da teologia podemos saber muitas coisas sobre o homem, menos sobre Deus. Em nome da dialética eles negavam o Estado existente

4.1. Benedeto Croce: Croce se insere no quadro da filosofia italiana como continuador do idealismo de Bertrando Spaventa, e, no quadro geral, como um neo-hegeliano, que reformula o sistema idealista e panteísta de Hegel. Croce assimila a teoria hegeliana de que as coisas (realidade) são essencialmente espírito, além de que o espírito está num eterno devir, mas a metafísica hegeliana é por ele abandonada. Croce no lugar desta metafísica adota uma visão circular, onde arte e religião coexistem com a filosofia independente do momento do desenvolvimento humano, sendo essas interdependentes.

4.1.1. Reformulação da Dialética Hegeliana, uma Filosofia do Espírito: Assim a doutrina croceana identifica no espírito quatro atividades, a estética, a lógica, a economia e a ética.
 Estética: Das quatro atividades do espírito, a que Croce mais se interessou foi a estética. Croce acredita que é o mesmo espírito que age no homem comum e no filósofo, mas o filósofo tem por dever dar respostas mais laboriosamente elaboradas ás questões que até o homem comum sabe as respostas
 Historicismo: As quatro atividades do espírito citadas anteriormente, tem como elemento unificador à filosofia, que se confunde com a própria história, pois é essa a única realidade absoluta, portanto objeto primário da filosofia. Croce acredita também que  independentemente do tempo em que se pronunciarem os conhecimentos históricos, eles serão sempre atuais, pois responderão às necessidades da situação presenteportanto para Croce toda história é história contemporânea.

4.2. Giovanni Gentile: Giovanni Gentile, como idealista buscou inspiração no pensamento hegeliano, no entanto também encontrou suas raízes no renascimento italiano, assim formando seu idealismo, o qual denominou de atualismo. Para Gentile o objeto do pensamento é o seu próprio ato de pensar, assemelhando-se até aqui a Berkley, que diz, “ser é ser pensado”. Nada há fora do ato pensante e tudo ocorre dialeticamente. O ato puro do pensamento se põe como sujeito, se opõe como objeto, se compõe na consciência que o sujeito toma de si mesmo como pensando o seu mesmo objeto. Desta forma a matéria se reduz ao espírito e a multiplicidade à unidade.
Dialética Gentiliana: Sua dialética distancia-se do pensamento hegeliano, por ver nesse a teoria de que o espírito poderia em certo momento ser estranho a si mesmo. Pois para ele não há no espírito absoluto, que é ato puro, distinção entre atividade teórica e prática, nem entre pensante e pensado; sendo assim ele desenvolve em seu pensamento uma unidade total do espírito.

5. REAÇÕES AO NEO-IDEALISMO
A principal crítica a Croce foi, a legitimação do fascismo, devido ao seu pensamento dizer que todo fato histórico é necessário e não pode ser mudado, o fascismo seria uma conseqüência lógica da história, no entanto ele mesmo coloca-se como crítico ao fascismo. 
Quanto a Gentile, exerceu grande influência na cultura italiana durante sua vida. No entanto, após sua morte não se ouviu mais discussões sobre o atualismo, sua filosofia. Por isso suas idéias não tiveram repercussão fora da Itália.
O neo-idealismo anglo-saxão teve uma forte reação contrária de pensadores do movimento neo-realista.

6. CONCLUSÃO
O neo-idealismo assim como o idealismo de Hegel teve como tese fundamental a identidade entre sujeito e objeto, finito e infinito. Reduzindo desta forma o homem e o mundo a expressões do absoluto.

FILOSOFIA ANALÍTICA


A filosofia analítica começou com a chegada de Wittgenstein a Cambridge em 1912 para estudar com Bertrand Russell.
  Desde a fase pós-positivista aos dias de hoje, a filosofia de língua inglesa é principalmente analítica, no antigo sentido pré-linguístico, ainda que contemple  variadíssimos métodos e doutrinas.  
Russell e Wittgenstein sustentaram que o pensamento e o discurso são analisáveis em proposições elementares que representam diretamente estados de coisas, complexos constituídos por relações que os termos lógicos "não", "e", "ou", "se" e, talvez, "todos" simbolizam. A verdade ou falsidade das proposições complexas resulta do modo como verdade e falsidade se encontram distribuídas entre os componentes elementares. Algumas proposições são verdadeiras qualquer que seja o valor de verdade dos seus componentes elementares e constituem as verdades da lógica e da matemática.Ambos acreditavam que a linguagem comum ocultava o verdadeiro conteúdo lógico das proposições complexas, que só poderia tornar-se claro mediante o tipo de redução analítica proposto.
O Círculo de Viena, liderado por Carnap e Schlick, adotou a concepção segundo a qual a filosofia consiste em análise lógica e que a lógica e a matemática são disciplinas analíticas (puramente formais e empiricamente vazias). Seguiram Russell ao considerarem as proposições elementares como relatos da experiência imediata Rejeitaram, contudo, as ontologias analíticas dos seus predecessores. Contra Wittgenstein, defenderam que a linguagem é convencional, e não pictórica ou representativa. Contra Russell, sustentaram que os corpos e as mentes não são menos reais que os acontecimentos, apesar de se tratar de construções e não de elementos.

 

2.1 BERTRAND RUSSELL: Aderiu sucessivamente ao idealismo, ao realismo, ao neopositi­vismo, à análise lingüística, ao fenomenismo. Mas, há uma perspectiva de fundo à qual ele sempre se manteve fiel durante sua quase centená­ria existência: a perspectiva própria da filosofia inglesa, a qual se ca­racteriza por um forte apego à experiência e por um acentuado inte­resse pelas questões de ordem epistemológica e moral, e não metafísica e teológica.

A lógica: Na lógica são importantes as considerações de Russell em torno da definição dos indivíduos, das classes, dos tipos e das descrições. A propriedade dos indivíduos é serem membros de uma classe, enquanto é propriedade das classes serem membros de um ou mais tipos. Os nomes de indivíduos não só significam, mas tam­bém denotam alguma coisa, isto é, designam uma entidade real. Já as classes e os tipos são dotados somente de significação. Russell os cha­ma por isso, de símbolos incompletos

Os nomes próprios são, sem dúvida, denotativos e têm objeto real correspondente. Já uma expressão descritiva, não sendo nome, pode não corresponder a ne­nhum objeto real.
 A linguagem: Nesta matéria a posição de Russell está tão próxima da dos neo­positivistas que muitas vezes foi e ainda é confundida com ela. Exis­tem, de fato, vários pontos em comum entre ele e os neopositivistas: a mesma elevação da linguagem científica a linguagem ideal, a mesma absolutização da experiência sensível, a mesma negação do valor objetivo das linguagens metafísica, ética e religiosa. Russell se afasta, con­tudo, dos neopositivistas num ponto de capital importância, o do cri­tério de significação. Ele rejeita o critério neopositivista de verificação experimental, o qual implica duas coisas: a) aquilo que não pode ser constatado como verdadeiro ou falso não tem sentido; b) duas propo­sições verificadas do mesmo modo têm o mesmo significado. Russell re­jeita e contesta a ambas.
Querendo propor um critério próprio de significação, Russell dis­tingue primeiramente entre sentido e significação: dotadas de sentido são as palavras; de significação, as propo­sições. Mas as palavras têm sentido somente se denotam um objeto real. As proposições, ao contrário, têm significação se são logicamente correias, mesmo que as palavras que as compõem não sejam denotativas

2.2 George Edward Moore: Para Moore, uma análise de expressão verbal seria como a decomposição dessa expressão complexa em seus elementos constituintes. Ele afirma que tanto o analysandum quanto o analysans devem ser conceitos ou proposições e não expressões verbais.

A caracterização que Moore dá da análise de um conceito é a seguinte: o analysandum é o fazer a análise de um conceito e o analysans equivale a indicar um novo conceito. A análise de um conceito não é a decomposição de elementos constitutivos, mas é a explicitação de seu significado.
Ficando claro que o conceito não é uma entidade mental, nem algo que temos acesso. Ao contrário, o conceito deve ser entendido como o conteúdo significativo das expressões verbais.

 

3.0 FILOSOFIA DA LINGUAGEM


Segundo eles, a missão da filosofia não é adquirir novas informações sobre alguma realidade sobrenatural, mas esclarecer os conhecimentos adquiridos por outro modo. Todos nós sabemos, por exemplo, que existem relações causais (que o rugido é causado pelo leão, o ovo pela galinha etc.). O filósofo não é o primeiro a descobri-las. Mas uma coisa é saber que existem relações causais, outra analisar a natureza da causalidade ou, o que dá no mes­mo, o "significado" da proposição "uma coisa é causa de outra". É para esta análise que o filósofo deve voltar a sua atenção.
Todos os problemas da filosofia, dizem os analistas, podem e de­vem ser estudados do ponto de vista lingüístico: tanto os psicológicos como os ontológicos, tanto os religiosos como os éticos. Em outras palavras, os problemas filosóficos são problemas do significado de certos termos.
Os analistas estão de acordo com Wittgenstein não só no que se refere à natureza estritamente semântica dos problemas filosóficos, como também quanto à pluralidade dos jogos lingüísticos e, por isso, também a respeito da necessidade de se rejeitar o critério de verificação experi­mental como critério supremo de significação.
Alguns querem que a função de critério caiba à linguagem corrente (cotidiana) e entendem a análise filosófica como uma pesquisa sobre a linguagem comum. Outros atri­buem a função de critério a uma linguagem especial, técnica, regulada, institucionalizada. Por linguagem "regulada" entendem eles qualquer linguagem que tenha um complexo suficiente e apropriado de regras.
Outro critério, bastante usado na análise da linguagem teológica, foi proposto por K. Popper: o critério da falsificabilidade. Se não for possível apresentar nenhum caso no qual uma proposição seja falsificável, ela não tem conteúdo empírico, quer dizer, não é científica.

3.1 A ANÁLISE DA LINGUAGEM

Não se pode pôr em dúvida que a análise da linguagem é um instrumento indispensável para a pesquisa filosófica. Contudo reduzir a filosofia a simples análise da linguagem é cometer uma "inconsistência reducionística” não menos grave do que a dos neopositivistas. Transformar todos os problemas filosóficos em problemas lingüísticos leva inevitavelmente à eliminação dos pro­blemas que mais preocupam o homem, como os da existência de Deus, da imortalidade da alma, da lei moral, isto é, à eliminação da­queles problemas que já os neopositivistas tinham posto de lado como destituídos de sentido por serem metafísicos

3.1.1 Ludwig Wittgenstein: A identidade do neopositivismo ou positivismo lógico, se expressão através de três teorias, são elas:
_ A análise da linguagem pode resolver sozinhos os problemas filosóficos
_ Somente as proposições experimentais ou factuais ou científicos é que tem sentido
_ As proposições da metafísica, e da estética, da religião, da moral etc. não têm conteúdo, por estas procederem somente de experiências.
Segundo Wittgenstein a expressão do pensamento é a linguagem. Assim o que está além da linguagem não faz sentido, ou seja o significado da palavra é o seu uso na língua. A linguagem não é um fenômeno único, mas sim a ordem de um número indefinido de “jogos de linguagem”. Servimo-nos da linguagem não só para falar, mas também para as coisas mais variadas.
O termo linguagem designa um conjunto de elementos- nomes, proposições que, combinados entre si de uma determinada maneira, têm uma significação possuem vida; como que saem de si próprios para evocar (chamar) outros objetos, ou as mais variadas situações que compõem o mundo em geral.
Dentro do ponto de vista lingüístico, pode-se ainda afirmar que segundo o pensamento de Wittgenstein não é somente tarefa exclusiva do cientista e do filósofo que podem ser demarcados a partir do dizer e do mostrar. Do ponto de vista filosófico a linguagem é concebida como um conjunto de formas lógicas proposicionais possíveis, ou melhor, de todas as formas proposicionais que permitem representar significativamente os fatos
Para Wittgenstein a metalinguagem se dá fora da linguagem e fora do mundo, isto é, fora das possibilidades de expressão lingüística. Só há, nesse sentido, linguagem. Pode-se afirmar que o significado da palavra é o seu uso da língua, e pode se afirmar também que a linguagem não é um fenômeno único, mas sim a ordem de um número indefinido de “jogos de linguagem”. Nós fazemos uso da linguagem não somente para falar, mas também para as coisas mais variadas. A que chamamos de símbolos que são as palavras, frases, proposições, perguntar, rezar, saudar etc.


 
4.0 NEOPOSITIVISMO

Foram três correntes filosóficas bastante, próximas que desenvolveram a tradição analítica.
Na primeira corrente, vê-se uma atitude filosófica de cunho empirista, aos moldes do empirismo humeniano. Na Segunda corrente, tem-se uma atenção especial ao estudo da linguagem. Aqui se coloca o neopositivismo lógico. Na terceira corrente, temos a filosofia analítica impulsionada pela obra: "investigações filosóficas" de L. Wittgenstein. Constata-se que a linguagem tomou-se o grande método da filosofia contemporânea
Outro fator relevante no empirismo lógico, foi a importante inspiração que teve a partir das "investigações filosóficas" de L- Wittgenstein.

4.1 CÍRCULO DE VIENA

Mais conhecido por Neopositivismo ou positivismo lógico. Neopositivismo é a aplicação das teorias do empirismo inglês para a análise da linguagem. Ora, o Neopositivismo foi buscar na lógica e na matemática, os fundamentos que possibilitassem uma análise adequada da linguagem científica, ou seja, ele queria encontrar um critério adequado para diferenciar pseudoproposições de proposições científicas.
 O Neopositivismo, tal como foi elaborado pelo Círculo de Viena, situa-se no prolongamento do empirismo de Hume, do positivismo de Comte e de Mill e mais imediatamente, do empiriocriticismo de Avenarius e Mach. Mas outras influências se fazem também sentir, especialmente as de Russel e da logística.
 
4.3 AS TEORIAS FUNDAMENTAIS DO NEOPOSITIVISMO

1) o princípio de verificação constitui o critério de distinção entre proposições sensatas e proposições insensatas, de modo que tal princípio se configura como critério de significância que delimita a esfera da linguagem sensata da linguagem sem sentido que leva á expressão o mundo das nossas emoções e de nossos medos
2) que, com base neste princípio, só tem sentido as proposições possíveis de verificação empírica ou factual, vale dizer, as afirmações das ciências empíricas;
3) que a matemática e a lógica constituem somente conjuntos de tautologias, convencionalmente estipuladas e incapazes de dizer algo sobre o mundo;
4) que. a metafísica, juntamente com a ética e a religião, não sendo constituídas por conceitos e proposições factualmente verificáveis, são um conjunto de questões aparentes que se baseiam em pseudoconceitos;
5) que. o trabalho que resta ao filósofo sério é o da análise da semântica (relação entre linguagem e. realidade, à qual a linguagem se refere) e da sintática (relações dos sinais de unia linguagem entre si);
6) a filosofia não é doutrina, mas sim atividade: atividade clarificadora da linguagem.
A análise lógica deve ser um resultado de esforços coletivos de forma parcial, detalhada e verificável, segundo eles, E .deste modo, metafísica e teologia não dizem nada, apenas um estado de espírito e para isso, arte, música e poesia fazem muito bem este papel.
A tese fundamental do empirismo lógico que se expressa no manifesto de 1929é "excluir toda e qualquer possibilidade de um conhecimento sintético a priori que faça nexos necessários entre diversos estado de coisas, visto que os elementos da experiência estão isolados uns dos outros.
  Segundo os neopositivistas, a filosofia não é uma ciência pois não tem objeto próprio, tudo o que já existe tem competência para investigar os fatos e fenômenos do mundo. A filosofia só tem doutrinas para investigar e não pode ser considerada um sistema, mas sim, uma atividade onde seu objeto é a linguagem tendo como fim, o esclarecimento do significado das proposições. De acordo com os positivistas lógicos, o critério de decisão das proposições é o critério de verificação ou verificabilidade, ou seja, só se conhece o significado de uma proposição quando se conhece com pode ser verificada.

4.5 ALGUNS TEÓRICOS DESTA CORRENTE

 

Karl Popper: Neopositivismo e filosofia analítica: Acredita ser o responsável pela morte do positivismo e embaralhou com muita inteligência o pensamento de Viena. Foi contra o Princípio de Verificação (princípio de significância) e a teoria da Indução defendida pêlos freqüentadores do Círculo de Viena. Rejeitou totalmente a antimelafísica dos vienenses, acreditando que a metafísica é a protagonista das teorias científicas. Foi contra o totalitarismo e o convencionalismo.


Questão de indução: Popper nega a indução que era defendida pêlos vienenses. Em relação a indução repetitiva ou por enumeração (que consiste em observações freqüentemente repetidas), Popper diz que mesmo existindo a repetição por muitas vezes, não me garante a verdade daquilo.
A mente: Nossa mente é provida de pressupostos, hipóteses como afirma alguns filósofos. Popper não aceita a teoria da tabula rasa, mas defende a teoria de que somos uma tabula plena, e que nossa mente é como um quadro negro, cheia de sinais que a tradição e a evolução cultural nos deixaram escritos. Para observarmos devemos ter as questões bem definidas, pois não conseguimos observar tudo. E essa observação deve nos ajudar a criar hipóteses, idéias e teorias para a realização dos nossos problemas
O critério da falseabilidade:  Por causa do problema se cria a hipótese. Essa hipótese pode ser válida como inválida. Essa hipótese inválida Popper chama de. "hipótese falseada".
Mesmo que urna hipótese seja considerada como verdadeira por muitos anos e em um determinado momento ser desmentida por uma outra hipótese, Popper vai chamar esse caso de "método dedutivo dos controles" e essa relação entre a verificação e a falseação, Popper chama de "assimetria lógica".
O progresso da ciência: E pela ciência que buscamos a verdade. Mas essa verdade é dada pela teoria e não pêlos fatos. Não possuímos um critério de verdade, por mais que achamos que uma determinada teoria é verdadeira, as conseqüências delas são infinitas e nós não podemos verificar tudo. Somente acontece a ciência quando eliminamos teorias e. substituímos por outras teorias que nos aproximam mais da verdade
Significado e a crítica das teorias metafísicas: Popper vê a metafísica como a grande protagonista das teorias científicas. Olhando do ponto de vista psicológico a pesquisa científica é impossível sem as idéias da metafísica, e do ponto de vista histórico as teorias científicas partem de. idéias metafísicas, e a metafísica com o crescimento o mundo transforma-se em teorias verificáveis
Histiricismo e holismo: Segundo o historicismo a função das ciências sociais deveria ser a de captar as leis de desenvolvimento da evolução humana e prever os seus desdobramentos posteriores.
A sociedade aberta: A sociedade aberta de Popper é caracterizada pelo exercício critico da razão humana, pelas instituições democráticas e pela liberdade dos indivíduos e. dos grupos tendo em vista a resolução dos problemas sociais, que Popper chama também de reforma.
Defende a revolução armada unicamente quando possui o objeto de alcançar a democracia.
A democracia é entendida por Popper como uma entidade que possui instituições democráticas e essas instituições quando necessárias, podem derrubar o governo sem recorrera violência. E essa democracia segundo Popper deve ser assegurada pela razão.

 Rudolf Carnap: Procurou relacionar a linguagem da matemática com as ciências em geral, unindo o empirismo com a lógica matemática
Uma das preocupações centrais de Carnap reside no estudo do conhecimento científico, no que diz respeito à investigação de seus critérios de verdade. Se o princípio que determina esta verdade for o de sua verificação empírica, como pretendiam os empiristas lógicos, isto é, se somente podem ser consideradas verdadeiras as proposições passíveis de ser observados factualmente, que fazer com as proposições epistemológicas, que não se referem a fatos, mas às proposições que os atestam? Será a epistemologia destituída de verdade? A resposta de Carnap a esta questão é que as proposições epistemológicas são proposições dotadas de significado, que se referem não diretamente aos fatos, mas antes à linguagem empregada para referir-se aos fatos. Neste sentido, a tarefa da filosofia é depurar a linguagem científica de suas imprecisões, construindo linguagens que obedeçam ao rigor de uma sintaxe lógica.
Outra importante contribuição de Carnap consiste no princípio da confirmabilidade. não podendo ser verificados, tais leis podem, contudo, vir a ser confirmadas, gradualmente, pela experiência. Embora não haja possibilidade de atingir uma confirmação absoluta, quanto mais evidências empíricas se obtiverem, a seu favor, maior o grau relativo da dita lei, proposição ou teoria em questão.
O pensamento de Carnap influiu de maneira determinante na propagação do empirismo lógico e sua posterior difusão por várias correntes filosóficas contemporâneas. Igualmente decisiva é a contribuição deste pensador ao âmbito da lógica; é possível considerar ter sido ele o reformador das bases da lógica indutiva, reestruturando-a a partir das noções de confirmabilidade e de probabilidade.

Neo-Escolástica ou Neo-Tomismo

O termo neo-tomismo serve para referir-se como uma das correntes especificas da neo-escolastica. Neo-escolastica é o renascimento do pensamento catółico tradicional e neo-tomismo, o renascimento do pensamento de Tomas de Aquino.
O tomismo foi recomendado pela Igreja Catółica (pelo Papa Leão XIII. A neo-escolastica ou o neo-tomismo constituem, mesmo hoje, comumente grandę parte da filosofia da Igreja Catółica.. Contudo, não devemos aplicar o termo filosofia cristã como sinônimo de neo-escolastica. Sendo que entre os neo-tomistas tem-se numerosos pensadores de valor fora do catolicismo
. Após a publicação da encíclica papai Aeterm Patris, segui-se um florescimento de iniciativas tomisticas: a edição critica das obras de Tomas, a sua tradução em quase todas as línguas, a fundação de universidade e de centros de estudo do pensamento de Aquino.

 

CARACTERISTISCAS: São múltiplas as razoes que levaram ao renasciniento do pensamento escolástico. Os pensadores neo-escolasticos reagiram ao racionalismo de origem iluminista, ao imanentismo idealista e ao materialismo positivista, opuseram-se aos aspectos para eles sempre mais inquietantes do liberalismo político, isto ć, ao laicismo e a secularização, e procuraram enfrentar as correntes culturais européias, sempre mais contrarias ao dado revelado e a teologia crista.

"Contra o positivismo e o agnosticismo, a neo-escolastica sustenta a possibilidade e necessidade da metafísica; contra o idealismo, o realismo gnosiołógico; contra o relativismo e subjetivismo, o sentido absoluto da verdade e a objetividade do ser e do valor; contra o racionalismo e empirismo extremos, a colaboração da razão e da experiência no conhecimento; contra o imaterialismo e o espiritualismo radicais, a dualidade corpóreo-espirituał do homem; contra o individualismo, o personalismo. Estas posições fundamentais concretizam-se na teoria do conhecimento, na doutrina da abstração e do valor objetivo do.s conceitos universais; em antropologia, numa concepção do homem como pessoa e espírito encamado; em ontologia, na afirmação do ser, sua analogia e substancialidade, seus princípios e causas; em teologia filosófica e em etica, na possibilidade do conhecimento de Deus e dos valores morais"
Urna característica básica da neo-escolastica ó o conceber a Filosofia como um pensar que tem em conta a tradição;  elabora-se em função dos métodos c doutrinas dos grandes mestres medievais, sobretudo São Tomas O neo-tomismo, ou tomismo moderno, ć urna escola no sentido estrito da palavra. Possuí problemas próprios, sem métodos peculiares e urn acervo de doutrinas comuns professadas por todos os sens representantes.
FILOSOFIA PERENE : Os neo-escolasticos procuram o que há de permanente no espírito ocidental; acham-no na filosofia platónico-aristotelica, de um lado e, de outro, no patrimônio espirituał do cristianismo. E assim, com este ponto de partida, tenta-se esclarecer a situação do homem moderno no entendimento de si mesmo e do mundo. Não se pretende ficar imobilizado no historicismo; mas se pretende, numa continua compreensão de todas as posições filosóficas importantes, dar urna resposta sistematico-realista as quest0es suscitadas pelo homem que filosofa.
O SER, O ATO E A POTENCIA: No centro da filosofia tomista esta a metafísica, cujo objęto é o ser enquanto tal. O conceito de ser não ć unívoco, mas análogo. A doutrina mais importante relativa ao ser ć a do ato e potencia; constitui a tese central do sistema, no qual tudo esta em conexão com ela. Todo ser criado ó dotado de essência e existência distintas e inseparáveis, quando em Deus essas se identificam. A existência ć o ato da essência, que a atualiza.
O ESPIR1TO: O espírito constitui o grau mais elevado do ser. Ele e capaz de conhecer as essências inteligíveis imateriais e de querer fins supramateriais. O espírito possui duas funções fundamentais: conhecer e querer. O conhecimento ć intuitivo, e então e designado como intelecto, ou discursivo. O querer ć uma reação, pertence a ordem espirituał. Assim como o intelecto pode conhecer essências supramateriais, assim a vontade pode quere-las. Por ser imaterial, a vontade não ó determinada por nenhum objęto finito, mas ć livre em face deles.
O CONHECIMENTO: A teoria do conhecimento nas correntes tomistas nao constitui objęto de disciplina especial, mas, é mais do que um capitulo da metafisica. De modo algum pode servir de fundamento a filosofia do ser.
DEUSDeus ć única existência necessária, visto que não se pode atribuir existência ao ser empirico conhecido sem admitir um criador. De fato, em todo ente existente empirico a essencia e realmente diferente da existencia. É o ato puro.
ETICA: A doutrina dos valores do tomismo ó urna doutrina do bem. Tais valores também tem seu fundamento no ser. Distinguem-se dois grandes reinos do valor, o dos valores estéticos, o bem ć contemplativo, e a dos valores práticos, perante os quais a atitude ó ativa. A doutrina da lei moral desempenha, por sua vez, importante papel no sistema tomista. O comportamento humano ć determinado pela consciência.

influencias recebidas:  a) A revalorização da filosofia tomista foi promovida diretamente pelo papa Leão XIII b) as doutrinas políticas que Maritain conseguiu com o pensamento de Santo Tomas. Fazendo com que tal pensamento adquirisse notáveis prestígios também em ambientes que se lhe mostravam sempre hostis (especialmente na Inglaterra, na Franca e nos Estados Unidos).

INFLUENCIAS DEIXADAS: a) A neo-escolastica influenciou o movimento social catółico. Aqui no Brasil, a neo-escolastica está presente na teologia da libertação. Nao só no Brasil, mas na America Latina. Pois, a Neo-Escolastica tenta conciliar fe e razao sendo que nem uma nem outra tem maior autonomia de ser, mas as duas caminham juntas, se complementam. b) Também influenciou no pensamento de muitos filósofos,. Teve grandę influencia no pensamento filosófico do Brasil e na Argentina. c) Maritain também soube, com efeito, criar uma síntese entre as aspirações do nosso tempo e as teses fundamentais do pensamento tomista. e) Alguns centros mundiais de irradiação neo-tomistas, após a encíclica Aeterni Patris (1879) pelo papa leão XIII, onde fez menção da importância da filosofia tomista para o mundo catółico. Surge então a escola de Louvain, fundada em 1892, pelo Cardeal Mercier, representou papel dos mais relevantes para o florescimento da neo-escolastica e do neo-tomismo contemporâneos.
O Instituto Catółico de Paris, a universidade catółica de Milão, a universidade de Friburgo, o Angelicum Romamim foram outros tantos centros de onde irradiou e irradia o neo-tomismo.

consideracóes finais: Diante da crise da ciência e do pensamento modernos, a neo-escolastica vem propor urna volta ao pensamento escolástico, tomista. Pensamento baseado na filosofia do ser, a filosofia perene. Tal filosofia, a Metafísica, havia sido deixada de lado na modernidade, sendo substituída pela gnosiologia. Para os neo-escolasticos, o caminho para as novas problemáticas passa pela mediação da filosofia tradicional.
Dos pensadores que seguiram essa trilha vale fazer lembrança de Jacques Maritain, considerado o maior expoente da neo-escolastica. Joseph Marechal, cujo grandę feito foi abrir o dialogo cntre a filosofia cscolastica e a moderna. Além de ir buscar nos próprios estudos de Kant a prova de que a metafísica. Gilson destaca-se por apontar que ao longo da historia da filosofia ha duas correntes, o essencialismo e o existencialismo.. De fato, a filosofia contemporânea pode, com isso, ser considerada a filosofia que esta situada no horizonte da pluralidade. Visto que, mesmo problemas considerados por muitos como resolvidos ou abandonados, voltam a ocupar relevante espaço entre os pensadores de nosso tempo.


AXIOLOGIA

Axiologia vem do grego axis e quer dizer precioso, valioso. E o eixo que orienta o comportamento, a morał do homem. A filosofia até o século XIX não empregava o termo "valor" no sentido em que e, atualmente, usado, mas desde os seus primórdios sua realidade. Sendo que o primeiro pensador e certamente Sócrates. Alguns outros filósofos puseram-se indiretamente a pensar a questão dos valores, por isso nos deteremos mais sobre os dois maiores pensadores da Axiologia, a saber, Max Scheler e Nicolai Hartmann. As características dessa que também e chamada de Teoria dos valores..
A Axiologia surge com o intuito de tornar filosófico o discurso acerca dos valores, no intuito de substituir a Ética e a Metafísica quando estas eram usadas como fundamentos no entendimento dos valores.

noção, origem e caracteristicas: A axiologia ou Teoria dos valores tem seus fundamentos próximos a ética de Brentano e na fenomenologia. Sendo que os discípulos imediatos de Brentano foram os primeiros a se ocuparem filosoficamente do problema do valor, Meinong e Von Ehrenfels.
Depois disso, a teoria dos valores teve urn desenvolvimento magnífico nos grandes pensadores alemães: Max Scheler e Nicolai Hartmann. A axiologia também chamada teoria geral do valor, e intencionada pela filosofia a partir dos finais do século XIX. Contudo, surge apenas no século passado, a partir de outros campos do saber. Por volta do ano 1900, na Alemanha e do ano 1910, na Inglaterra e na América, as teorias do valor aparecem em primeiro plano. Esses primeiros traços da axiologia começam a se desenvolver ligados ao ensino universitário de filosofia, aparecem também na Franca e na Bélgica.
A acepção da palavra axiologia é relativamente recente na historia da filosofia, mas o tema do valor (do grego, aquilo que e precioso) e bastante antigo. Pode se chamar de valor tudo aquilo que faz o objęto de uma atitude de adesão ou de recusa ou ainda de um juízo critico. Em principio, a axiologia ocupa-se de todos os modos pelos quais se toma posição a favor ou contra uma coisa, ou quando a podemos submeter a um juízo critico. A Axiologia se ocupa na interrogação acerca dos valores que e múltipla: que são os valores? Que espécie de ser lhes corresponde? Qual a hierarquia dos valores? Entre outras. As respostas a esse tipo de questão quase sempre são buscadas na Ética e na Metafísica.
O conceito de valor não pode ser unilateralmente definido. Pode ser clarificado, mostrando-se os seus complexos conteúdos, como fizeram alguns autores.

BRENTANO: Para Brentano, o amor justo É o amor evidente que leva em si mesmo a razão da sua justiça. Um objęto É digno de ser amado com amor justo quando obriga a reconhecer essa autentica qualidade de se exigir ser amado. São os momentos que antecedem o surgimento da axiologia. Quando eu prefiro uma coisa é porque vejo que essa coisa tem valor, e valiosa. Nesse caso, os valores são algo que as coisas possuem e que exercem sobre nos urna estranha pressão; não se limitam a estar ai, a ser apreendidos, mas obrigam-nos a estima-los, a valoriza-los. Posso ver urna coisa boa e não a procurar; mas o que não posso deixar e de estima-la. Valor e aquilo, pois, que as coisas tem e nos obrigam a estima-Ias.
Assim, o valor não se constitui como algo subjetivo, mas é a bondade apreendida no objęto que o toma valoroso para o sujeito. Contudo, não são somente os objetos existentes que possuem valor, os ideais como a justiça perfeita, o saber total, a saúde plena, constituem na verdade aquilo que mais estimamos, que mais possuem valor, os quais são inexistentes.
Valorizar não e dar valor mas reconhecer o valor que a coisa tem. Ha uma distinção entre o valor e a coisa valiosa. As coisas tem valores distintos e em graus diferentes. O valor e uma qualidade das coisas, não a própria coisa. As coisas valiosas da-se o nome de bens. Valor também não e urna qualidade real de urn objęto. Os valores apresentam, primeiramente, polaridade, isto e, são necessariamente positivos ou negativos.
Outra característica dos valores e que eles possuem matéria, um conteúdo peculiar. Os valores classificam-se em uteis (capaz-incapaz, abundante-escasso), vitais (sao-enfermo, forte-debil, seleto-vulgar), intelectuais (verdade-erro, evidente-provavel), morais (bom-mau, justo-injusto), esteticos (belo-feio, elegante-deselegante), religiosos (santo-profano), etc., em todos os casos seguido a dupla forma polar do positivo e do negativo.
Cada época tem urna sensibilidade para certos valores.

max SCHELER: A vigilância constante do pensamento e o permanente contato com os fenômenos explicam a profunda originalidade de suas idéias e a atmosfera espirituał que sabia criar ao redor das situações mais simples e banais. Tinha o dom de colocar o espírito em contato vivo e direto com as coisas, o que deu urn sentido realista a sua filosofia, avessa ao subjetivismo idealista tão presente na tradição alemã.
A abertura ao mundo, que considerava o atributo essencial do homem, manifesta a necessidade que sentia de respeitar a plenitude e a diversidade do universo. O sentido duramente ontołógico e realista de sua postura filosófica, oposta a hostilidade radical ao mundo que marca o pensamento moderno, tem a mesma origem. Para ele, a experiência do conhecimento estava acima da posse da verdade, o que explica a amplitude de  sua curiosidade e receptividade em relação a todos os movimentos culturais e ao progresso cientifico nos mais diversos domínios. Manteve-se permanentemente atento a tudo o que se produzia de novo no campo das ciências sociais, da psicologia, da fisiologia, da pesquisa clinica e das teorias físicas, bem como das ciências da religião, sempre preocupado em integrar os novos dados científicos a sua cosmovisão filosófica.

INFLUêNCIAS recebidas: A axiologia, em sua origem, recebe suas primeiras influencias de Lotze que foi quem introduziu os conceitos de "valor" e de "valer" na filosofia contemporânea, contrapondo rigorosamente o mundo do "valor" ao mundo do “ser”. Também o teólogo Ritschł e o filósofo Brentano contribuíram como pioneiros para que a problemática axiológica se fixasse na filosofia.
Max Scheler, principal pensador da axiologia, foi influenciado pela fenomenologia de Husserl, pelo existencialismo de Heidegger, pelo idealismo alemão, pela biofilosofia ou filosofia da vida e por fim o que marcou mais o pensamento de Scheler foi o cristianismo, que serviu como pano de fundo na elaboração da filosofia dos valores ou axiologia.
De Husserl Scheler absorveu de em particular o caráter fundamental da intuição

influências deixadas: Scheler é um semeador de idéias geniais em desordem, falhas de uma raiz donde brotem e que lhes de a plenitude do seu sentido. Depois do uso da fenomenologia como conhecimento de essências, e necessário pô-la ao serviço de uma metafísica sistemática.
Scheler não fez isso, mas preparou o caminho para a metafísica atual. Concentrou a sua atenção nos temas do homem e da sua vida: a sua filosofia estava orientada para urna antropologia filosófica que não chegou a amadurecer. Esta tendência, ao adquirir sistematismo fundamental o converter-se em metafísica rigorosa, desembocou na analítica existencial.
A ética de Scheler inspirou a ética de Hartmann e, em geral, a de todas aquelas doutrinas (realistas ou pragmáticas) que reconhecem a objetividade dos valores e de sua hierarquią. Mas, na analise fenomenołógica da experiência emotiva do homem, o seu exemplo viria a ser continuado, sobretudo por Heidegger.
Em suma, a grandę influencia deixada pelą axiologia foi a Ética e a Morał.

Considerações finais: A axiologia foi urn verdadeiro caminho construído através da fenomenologia de Husserl e Heidegger. Caminho este, percorrido principalmente por Scheler, que passou por varias transformações, de mudanças de opiniões, crenças e chegando cada vez mais a convicções que este autor, não é mais um filosofo cristão, mas um autêntico cristão filósofo que usou todo o aparato filosófico a serviço de uma cultura, o cristianismo.
Por fim, pode-se dizer que a axiologia não cumpriu a intenção com a qual surgiu no principio do século XX, mas contribui, pelo contrario, para a ligação das vertentes que pretendia substituir - a Ética e a Metafísica. Assim, a teoria dos valores encerrou-se como capitulo, necessitando de uma  fundamentação. A filosofia do nosso tempo,, para alem da teoria do valor, empreendeu urn caminho mais fecundo no entrar resolutamente (decididamente) pela via da metafísica.


O PERSONALISMO

Como fenômeno histórico, o personalismo nasceu na Franca, com Emmanuel Mounier, e desenvolveu-se em tomo da revista "Esprit" (fundada por Mounier. A idéia central do pensamento personalista e a idéia de pessoa, na sua subjetividade, inviolabilidade, liberdade, criatividade e responsabilidade, de pessoa encarnada em um corpo, situada na historia e constitutivamente comunitária.. E, em nome da pessoa e sob o signo dessa idéia, o personalismo se apresenta como analise do mundo moderno, e projeta uma saída para a crise através de uma "revolução personalista e comunitária" fundamentada em uma fé crista aceita para alem de qualquer reserva e vivida sem compromissos.
Diante do mal econômico e morał, por conseguinte, alguns jovens consideraram que a saída para a "desordem estabelecida" não consistia em uma revolução econômica que ignorasse os fundamentos morais e religiosos da crise, nem em revolução puramente espirituał, desinteressada dos dramas tecidos pelos acontecimentos históricos efetivos, e sim muito mais na teorização e na construção de uma “comunidade de pessoas”.
De qualquer forma, como na raiz do movimento personalista existe a intenção decidida de testemunhar a verdade em toda circunstância o personalismo não podia se ligar — e não se ligou — aos particularismos táticos de um ou de outro partido. “Ele nasceu e se desenvolveu como movimento, feito de idéias, críticas, estímulos, controvérsias e iniciativas, pois o personalismo é uma filosofia, não uma simples atitude, é uma filosofia, não, porém, um sistema”.
Mas não foram somente os membros da revista que aderiram ao movimento personalista, movimento que, ademais, se expressou em correntes diversificadas, como observa o próprio Mounier:
"Poderíamos identificar urna tendência existencialista do personalismo (que reuniria Berdjajev, Landsberg, Ricoeur e Nedoncelle), uma tendência marxista, frequentemente paralela a primeira, e uma tendência mais clássica, que se insere facilmente na tradicional corrente introspectiva da filosofia francesa (Lachieze-Rey, Nabert, Le Senne, Madinier e Jean Lacroix)".


Revisionismo Marxista

O pensamento e as doutrinas de Karl Marx tiveram uma forte difusão no século XX, principalmente porque Rússia e China adotaram como doutrina de Estado. Nesse século o marxismo se difunde da Alemanha para Franca, Itália e Rússia. Nesse período ha urna cisão entre os seguidores de Marx, de um lado os marxistas ortodoxos e de outro urn grupo de pensadores, estudiosos que modificam substancialmente algumas teses do pensamento de Karl Marx. O que distingue o marxismo não ortodoxo ou revisionista do marxismo ortodoxo e o modo de entender a dialética.

ORIGEM: O período de reformas acontece após a morte de Marx e Engels, com o filósofo Euduad Bernstein (1850-1932). O nome revisionismo foi justamente aplicado ao conjunto de concepções que propunham uma revisão do pensamento marxista. Bernstein acaba por se tornar símbolo do revisionismo, justamente pela polêmica por ele levantada entre os que defendiam o pensamento original (ortodoxos) e os que propunham uma reforma (os revisionistas). Bernstein mostra que as previsões centrais, feitas pela teoria marxista, revelaram-se privadas de fundamentos e foram desmentidas pela própria história, pois o número de proprietários não diminuiu mais sim aumentaram.

DIFERENÇA: ORTODOXO E REVISIONISTAS
Para o marxismo ortodoxo a dialética rege com leis interrogáveis todos os eventos da natureza e da historia. Para os revisionista ou marxistas heterodoxos, a dialética não possui leis e não se refere a natureza, mas ao sujeito singular nas suas relações com a historia. Cada sujeito é um produto da dialética, nas suas relações com a historia podendo exercer sobre ela uma ação própria. Opondo-se a alienação que nela está sempre presente.
Um outro aspecto que distingue os marxistas revisionista dos ortodoxos e a consideração favorável, positiva em relação a religião como importante fator de superação da opressão e da dor, dos marxistas revisionista, na qual se debatę a humanidade. Para os marxistas ortodoxos a religião é o ópio do povo, deve por isso ser destruída.
No fim do século XX quando o marxismo começa a se difundir da Alemanha para os paises europeus, começa a se discutir sobre confiabilidade de certas previsões de Marx, como o empobrecimento do proletariado, do progressivo recrudescimento do confronto entre as classes do capitalismo.


Visão Filosófica de Marcuse: Compreende elementos procedentes de três fontes principais, ou seja, tem influências de Freud, Hobbes e Marx.
De Freud vem à tese segundo o qual o ser profundo do homem consiste no instinto do prazer. O motivo último de toda a atividade humana é o prazer: em tudo que faz, o homem procura o prazer e é tanto mais feliz quanto maior é o prazer que consegue.
De Hobbes vem à distinção de dois estados na vida humana, o estado de natureza e o social. No estado da natureza se tem o início do estado civil ou civil. No estado social o homem aprende a renunciar a um prazer momentâneo.
Apoiado em Freud, Marcuse recorda que a história do homem é a história de sua repressão. A cultura impõe constrições não só a sua existência na sociedade, mas também a sua existência biológica.
Outra visão de Marcuse tem origem em Marx. Somente quando o interesse comum prevalecer sobre todos os interesses particulares e quando se realizar o tempo reservado as diversões em verdadeiro tempo livre, é que se atingirá a meta da pacificação da luta pela existência

A Sociedade Unidimensional: Segundo Marcuse, “a maior parte das necessidades de nosso tempo, a necessidade de relaxar-se, de divertir-se, de comportar-se e de consumir de acordo com os anúncios publicitários, de amar e odiar aquilo que os outros amam e odeiam, pertencem a esta categoria de falsas necessidades.
 A sociedade industrial é genial ela desenvolve a necessidade obsessiva de produzir e consumir o supérfluo. Em conclusão, a sociedade industrial, que se faz através da tecnologia e da ciência, é organizada para conseguir um domínio sempre mais eficaz sobre o homem e sobre a natureza.

A Libertação: Por isso o primeiro passo para se remover as cadeias da sociedade industrial seria tomar consciência do estado de escravidão que ele impõe, porque toda libertação depende da consciência da servidão. Neste caso o único meio de salvação segundo Marcuse, vem dos rejeitados e dos marginalizados, dos explorados e dos perseguidos, de outras raças e outras cores. A sua presença é que poderá despertar e deve despertar o homem industrial, pois será possível analisar que estes estão fora do contexto democrático.

ERNEST BLOCH

Concepção de Homem: Bloch é um dos maiores representantes do revisionismo. A sua revisão profunda do marxismo consiste principalmente em dois pontos: 1) no abandono do princípio da dialética, que ele substitui pelo da possibilidade; 2) no centrar a interpretação da história numa nova concepção do homem, e não no estudo dos fenômenos econômicos, como fizera Marx.
A alma da nova antropologia elaborada por Bloch é a esperança; ele atribui a esta dimensão uma prioridade absoluta sobre as outras: vida, pensamento, vontade, amor, etc.
O princípio da esperança é princípio ontológico genuíno, é o princípio da ontologia, do não-ainda-ser.
O impulso de esperar amplia o horizonte do homem, longe de restringi-lo.
O homem é a possibilidade real de tudo o que aconteceu na sua história e, sobretudo, do que ele ainda pode se tornar, em progresso ilimitado. O homem é possibilidade que não se exaure.
A esperança desvenda o futuro – para a pesquisa filosófica do homem, a esperança é reveladora. Isto vale para a filosofia marxista, cujo objetivo primário é transformar o mundo, orientado para o futuro.
Bloch põe como fundamento da filosofia da esperança a tese marxista segundo a qual o homem se encontra em estado de alienação.

Onde há Esperança, há Religião: Para Bloch, a religião não é apenas a expressão da alienação do homem. Onde há esperança, há religião, afirma Bloch, que, em Thomas Munzer como teólogo da revolução e depois no mais recente Ateísmo no Cristianismo, distingue a dimensão teocrática do cristianismo de sua dimensão herética.
Ensinamentos religiosos como o dos profetas e de Cristo, não são de forma alguma ópios dos povos, mas caminhos de protesto e busca de uma condição humana mais justa e mais feliz.

ROGER GARAUDY

Pensamento:  Desde os primeiros escritos Garaudy assumiu uma atitude bem pouco marxista diante da religião e do cristianismo, uma atitude de abertura, de dialogo, de valorização, muito contrario ao marxismo que se caracteriza pelo ódio, aversão e condenação

O Problema da Transcendência: Transcendência, para ele, é "a consciência da incompleteza do homem, a dimensão do infinito". "A transcendência é um humanismo prometéico ou faustiano que rejeita todo dado, sensível ou inteligível, para enfatizar a ação, a criação contínua do homem pelo homem.
Segundo Garaudy, essa transcendência não pode ter lugar numa ordenação religiosa, numa igreja, mesmo que fosse ela a Igreja católica, mas somente numa organização política e social.


THEODOR W. ADORNO
Pensamento: Nas obras escritas em colaboração com Horkheimer, Adorno estuda problemas fundamentais como os relativos à estrutura da sociedade, à natureza do progresso, ao valor da ciência etc.

"Teoria Crítica" de Adorno: A teoria social elaborada por Adorno não tem a intenção de oferecer um quadro global da sociedade em sentido absoluto, mas uma compreensão provisória da realidade social num determinado momento histórico. Ela é essencialmente critica enquanto não se propõe explicar e ratificar a realidade existente, mas procurar a meta perseguida pelo homem de uma sociedade mais racional. A "teoria crítica" se apresenta intencionalmente como teoria do fragmento histórico, isto é, como teoria fragmentária. Excluindo a totalidade. Com a teoria crítica, seu objetivo é integrar num único complexo as diversas observações dos especialistas para ter um quadro unitário da realidade.

INFLUÊNCIAS DEIXADAS

A revisão do marxismo trouxe muitas conseqüências influências nos âmbitos da Epistemologia, da antropologia e da ética. Nesta última, destacou-se principalmente um retorno aos valores espirituais.
A partir de 1920, a revisão marxista influenciou profundamente o pensamento ocidental em muitos campos. Na Inglaterra houve continuidade de uma crítica marxista da economia política; nos Estados Unidos iniciou-se uma abordagem marxista crítica dos problemas do subdesenvolvimento e desenvolvimento do terceiro mundo. De forma geral, as conseqüências da revisionismo Marxista se fazem sentir nos Estados Unidos, na Alemanha, na Itália, na França, em virtude da ascensão de movimentos esquerdistas, cuja pretensão revolucionária se acompanha de uma contestação mais geral de todas de todas de ideologia dominante.

PRAGMATISMO
Surgiu como reação em duas frentes, reação ao racionalismo em geral, sobretudo ao idealismo hegeliano, e reação ao positivismo, ao qual ele mesmo pertence, buscando, todavia ultrapassá-lo algum tanto, através de seu critério de verdade, o sucesso.
A coisa em si não se consegue conhecer, senão naquilo que a experiência oferece, ficando, portanto para nós a realidade reduzida a um conglomerado de elementos heterogêneos. A base gnosiológica do pragmatismo é a do sucesso como critério de verdade, assim analisado por seus propugnadores. Do ponto de vista sociológico, representa a filosofia de uma nação voltada com confiança para o futuro, enquanto do ponto de vista da história das idéias se configura como uma contribuição mais significativa dos EUA à filosofia ocidental. Ocorre também uma fonte alemã do pragmatismo, cruzando com o neopositivismo e até com o neokantismo. Neste sentido é lembrado Friedrich Albert Lange (1828-1875) como efetivo fundador do pragmatismo alemão.

PRAGMATISMO EM CHARLES SANDERS PEIRCE

AS CATEGORIAS: Ao iniciarmos nossos estudos sobre o Pragmatismo devemos estar atentos, primeiramente, àquilo que o próprio Peirce nomeou como sendo Categorias.          As categorias foram classificadas pelo modo como o fenômeno aparece à consciência como: Primeiridade, Segundidade e Terceiridade.

Primeiridade: A Primeiridade é o fenômeno no presente momento em que vivemos. E um primeiro contato com a realidade que transfere os movimentos à consciência imediata que é a pura qualidade de sentimento. Sendo que tudo isso acontece no presente e este é muito rápido, quando queremos percebê-lo já se tomou passado.
Qualidade de sentimento é a primeira, forma de. percepção do mundo, sendo também potencialidade de vir a ser, comparando aqui com o termo aristotélico de ato e potência, podemos afirmar que esta qualidade de sentimento tem a capacidade de tomar-se. Como puro sentimento a primeiridade possui como características fundamentais à liberdade, a intimidade e a “subjetividade”.

Segundidade: A segundidade tem como característica a sensação composta por duas partes: o sentimento e a força da inerência desse sentimento num sujeito
A segundidade como sensação encontra oposição e resistência nestas experiências que são feitas com o outro que age por si mesmo                                 

Terceiridade: Com a terceiridade está completo o que Peirce chamou de Categorias do pensamento e da natureza.
Desse modo podemos afirmar com as mesmas palavras de Santaella que a terceiridade é uma "síntese intelectual" dessas duas categorias e sendo síntese intelectual ela é a generalização dos fenômenos através das experiências individuais que necessitam de tempo para chegar a tal universalidade.

PRAGMATISMO JAMESIANO

James, tal como Peirce e os cartesianos, queriam que as suas idéias fossem cognições racionais. Mas ele percebe que era simplesmente uma questão de ser claro a respeito de tais idéias, de se conhecer os seus propósitos práticos, de se dispor a regras pragmáticas. E parece pensar também que a aquisição de regras pragmáticas é bem mais um processo de autoconsciência do que pensa Peirce
James formula um método para determinar que a credibilidade tem uma proposição filosófica para nós.
De acordo com James, toda função da filosofia deveria ser a de encontrar que diferença definida fará para cada um de nós, em momentos definidos da nossa vida, que esta fórmula-mundo ou aquela fórmula-mundo seja a que efetivamente é verdadeira.
James diz que as idéias verdadeiras do ponto de vista instrumental obtêm para si próprias a classificação de verdadeiras, fazendo-se verdadeiras pela forma como trabalham.







ESTRUTURALISMO

Ainda na filosofia, podemos dizer que o estruturalismo foi uma reação contra o existencialismo O estruturalismo caracteriza-se por destronar o sujeito (eu) em favor de estruturas profundas e inconscientes. O homem passa de sujeito a objeto. Não é mais o homem que projeta criativamente o caminho a ser percorrido, mas são as estruturas que delimitam o seu andar. Dessa forma, os estruturalistas colocam as estruturas como fundamento da conduta humana.

NOÇÃO: Lévi - Strauss, Althusser, Foucault e Lacan elaboraram um conjunto de usos filosóficos para o conceito de estrutura. Esses voltaram-se contra o existencialismo, o subjetivismo idealista, o humanismo personalista, o historicismo e o Resumidamente, os estruturalistas pretenderam inverter a direção em que andava o saber sobre o homem, decidindo destronar o sujeito( o eu, a consciência ou espírito) e suas capacidades de liberdade , autodeterminação, auto-transcendência, e criatividade em favor de "estruturas" profundas e inconscientes, onipresentes e onideterminantes. E isso a fim de tornar científicas as "ciências humanas".
O estruturalismo nada mais é do que um ponto de vista epistemológico. Sendo assim não é considerado uma teoria, nem um método, mas trata-se de uma posição frente as bases daquilo que se considera conhecimento humano.
Assim para os estruturalistas uma estrutura é um todo, elementar ou complexo, definido pelas relações, ao mesmo tempo de identidade e de diferença, entre suas partes. A noção de estrutura está intimamente associada às noções de sistema, de modelo e de forma.
O estruturalismo implica ainda outras duas idéias: a de totalidade e a de interdependência. Esse conjunto só será valido se pudermos efetivamente articular, dar-lhes uma estrutura que revele ao mesmo tempo os limites e o seu arranjo interno, e é justamente por isto ser um problema de que se afirma a solução antes de a apresentar, que se fala de estruturalismo. Ainda podemos dizer que o estruturalismo consiste em descobrir nos fatos observados, a razão oculta da sua aparência, em trazer à luz essa configuração subjacente a que se pode, pois, como já vimos anteriormente, chamar estrutura.

FERDINAND DE SAUSSURE

O pensamento de Ferdinand de Saussure: O itinerário intelectual de Saussure se caracteriza por uma significativa atividade docente e pela busca de um entendimento científico do fenômeno lingüístico.
O papel pioneiro de Saussure em lingüística corresponde também ao papel pioneiro da lingüística no estruturalismo contemporâneo. Deste beneficiam-se inúmeras disciplinas relacionadas ao estudo do ser humano, de seu comportamento, de suas obras de atividade, mas, sobretudo de sua linguagem. O homem é o animal da palavra e a sociedade humana é a sociedade que tem língua.

Lingüística: Sausurre
Antropologia: L. Strauss
Pos-estruturalismo: M. Foucault



O NEO-REALISMO

Corrente filosófica que se desenvolveu no início do século XX em reação contra o idealismo. O Neo-realismo caracteriza-se pela busca da superação do dualismo psicofísico e pela tese de haver uma estreita colaboração entre a filosofia e a ciência.
Baseia-se todavia em uma tese fundamental comum, que constitui sua novidade e seu ponto de destaque do realismo tradicional, como também sua linha de defesa contra o idealismo. Sustenta que, a relação cognoscível não modifica a natureza do próprio objeto. Elimina completamente a dependência existencial ou qualitativa do objeto do conhecimento ao sujeito. De fato o seu objetivo principal era o de explicar a possibilidade de um objeto estar presente na consciência e ser ao mesmo tempo independente da sua relação com ela. No estudo dos problemas filosóficos dos neo-realistas adotaram uma perspectiva analítica e acentuaram a importância da linguagem como instrumento filosófico.

ORIGEM: O neo-realismo surgiu e se desenvolveu principalmente na Inglaterra após a publicação de diferentes disciplinas (filosofia, história da filosofia, ciência, matemática, literatura) por parte de estudiosos do assunto.

TEMÁTICA PRINCIPAL: Entre as concepções do idealismo e do espiritualismo, de um lado e do pragmatismo e do materialismo do outro, o neo-realismo quer reafirmar a realidade e a consistência objetiva do mundo externo, sem, no entanto, resolvê-lo exclusivamente no principio material. Aproveita como embasamento teórico os pressupostos recentes da ciência e um pouco da tradição empírica inglesa.
O neo-realismo se separa do empirismo num ponto capital: Enquanto este último se detém no dado subjetivo da sensação, esquecendo-se de toda metafísica do cosmos, o neo-realismo pretende superar este limite e pesquisar uma forma total, mais global e objetiva da realidade.
Os neo-realistas americanos reduzem os chamados atos cognoscitivos a conhecimentos naturais. Para eles, não há diferença alguma entre o ato cognoscitivo e, por exemplo, a saraivada. Fatos físicos e humanos, filosóficos e espirituais são postos na mesma ordem da realidade. Enfim, para os neo-realistas americanos, o mundo é simplesmente mera representação, não do sujeito, como vê o idealismo, mas representação por si só. Não há diferença entre aparência e realidade.
Outra manifestação americana na filosofia é o realismo crítico. Segundo o mesmo, o homem não experimenta diretamente a existência de um objeto, mas afirma-a com um ato de intuição, de que a experiência e o raciocínio provam a legitimidade. Conhecer um determinado objeto, significa atribuir-lhe uma determinada essência. E o conhecimento é verdadeiro quando a essência corresponde á existência do objeto a que se refere. O conhecimento é falso quando a essência se refere a um objeto imaginado real, mas que não é.

INFLUÊNCIAS DEIXADAS: As influencias deixadas pelo Neo-realismo no atual pensamento, sobretudo nas novas orientações da epistemologia contemporânea, que na virada do século XIX apresentava uma crise dos métodos das ciências da natureza.

No círculo de Viena, que surgiu com a intenção de investigar ate onde as teorias, através da analise da sua estrutura lógica tem probabilidade de ser verdadeira ou falsa. O circulo de Viena sofreu influencia de Wittgenstein e da lógica de Russel e Whitehead. Esses autores representam a tendência neopositivismo ou empirista lógica.
 Na filosofia chamada Analítica, a qual a preocupação esta mais centrada a reflexão sobre as proposições, a lógica matemática de Frege, via Russel e Whitehead, é base primordial de tal pensamento, que se faz presente nas principais universidades do ocidente.
Por fim, na lógica moderna, em oposição à de Aristóteles, se faz presente à lógica matemática como aquela que vem superar a linguagem não simbólica.


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