SOBRE AS GALÁXIAS EM GERAL
Este trabalho aprofundará o estudo
sobre a galáxia M33 ou galáxia do triangulo, porém, para melhor compreensão da
mesma, será necessário esclarecer certos conceitos que facilitarão o bom
entendimento do assunto. O que é uma galáxia? Como se classificam? De onde
surgiram? Dentre outros dados que possam vir a esclarecer o assunto, este
trabalho também tratará destas questões uma vez que se julga fundamental uma
melhor compreensão destes termos.
Galáxia é um sinônimo de Via Láctea,
vocábulo esse que é de origem grega e que era empregado para designar conjuntos
de estrelas, gases e poeira cósmica. A partir do momento que foram avistadas
formações extragalácticas com formas parecidas com a da Via Láctea, essas foram
denominadas galáxias.
A partir de então galáxia “é um
sistema estelar aparentemente isolado no espaço cósmico contendo mais de 100
bilhões de estrelas, nebulosas, aglomerados estelares, poeira e gás”.[1] As
galáxias possuem tamanhos e formas variadas e por isso são classificadas em: “E
– galáxia de forma elíptica; S – galáxia espiral; Sb – galáxia espiral barrada;
I – galáxia irregular”.[2] Dessa
forma, galáxia elíptica é uma galáxia de forma arredondada e galáxias espirais
possuem formas que fazem jus a sua classificação, já galáxias que não possuem
formas padronizadas são chamadas de irregulares.
Quanto a origem das galáxias, não há
um consenso entre os observadores, mesmo assim, várias teorias tentam explicar
o seu surgimento. “Em geral, acredita-se que as galáxias formaram-se pelas
condensações do material intergaláctico primordial, que existiu nas primeiras
etapas de expansão do nosso universo”.[3] Porém, é
necessário lembrar que a ciência não tem certeza sobre isso, e que esta teoria
pode não passar de um mito científico.
No universo existe um número de
galáxias que atualmente é imensurável, portanto, assim como o planeta Terra
pertence a um sistema solar e esse sistema solar pertence a uma galáxia, da
mesma forma as galáxias pertencem a grupos de galáxias e esses grupos pertencem
a outros grupos. Para melhor explicar essas divisões e subdivisões, foram
criados os seguintes termos: Aglomerado e Superaglomerado.
“Aglomerado de galáxias é um agrupamento de galáxias. Os aglomerados
podem formar grupos muito pobres, como o grupo local com dez a cem galáxias, ou
ricos, como os grandes aglomerados com cerca de mil galáxias”.[4]
“Super aglomerado é um aglomerado de aglomerados de galáxias. Os
superaglomerados têm tipicamente cerca de 100 milhões de anos/luz e contém
dezenas de milhares de galáxias”.[5]
2.1. GRUPO LOCAL
O aglomerado
onde está localizada a galáxia M33 é o chamado grupo local, que está situado
num raio de 3 bilhões de anos/luz em volta da Via Láctea. Este aglomerado
possui vinte galáxias, que por sua vês, estão muitos próximas, atraídas por uma
força maior.
As três maiores galáxias desse grupo têm forma
espiral. Sendo a primeira, Andrômeda, a segunda, Via Láctea e em terceiro a
M33. As galáxias mais pequenas estão "presas" às maiores, formando o
grupo local.
3. A GALÁXIA M33
Assim como a nossa a M33
é uma galáxia espiral do tipo SC e fica na constelação do triangulo. Foi descoberta no ano de 1764 por Charles
Messier, embora se especula que tenha sido descoberto antes por Hodierna em 1654.
Situada a 2.8 milhões de anos-luz da
terra. Tem a metade do raio da nossa galáxia cerca de 60.000 anos-luz. Encontra
se inclinada 55 graus em relação a nós, com uma magnitude de 5.7. E mais ela se
aproxima de nós com a velocidade de 182km por segundos mas com o nosso
movimento em torno do centro da Via Láctea ela se aproxima a uma velocidade de
24 km/s.
A velocidade da luz é de 300.000
quilômetros por segundo e portanto um ano-luz corresponde a dez trilhões de
quilômetros (10.000.000.000.000), considerando isso a galáxia M33 está a
aproximadamente 280.000.000.000.000.000.000 Km de distância da Via Láctea. [6]
As galáxias tendem a agrupar-se gravitacionalmente. A M33 pertence a um
grupo Local que engloba 31 galáxias. Destas, a maior é a de Andrômeda (10x mais
massa que a Via Láctea), a M33 ocupa o terceiro lugar.
Possui vários braços em virtude de
sua forma espiral. A galáxia mostra centenas de regiões resolvidas em enxames,
associações e nebulosas.
Essa é uma galáxia pequena em
comparação com outras com outras galáxias como a Andrômeda galáxia M31, ou com
a nossa galáxia, porém, possui tamanho comum para galáxias espirais no
universo.
Se
observa que as estrelas desta galáxia são de um tom azulados o que nos diz, que
são estrelas novas. Pois as estrelas mudam de cor conforme sua idade, quando
nascem tem uma cor bem clara um tom meio azulado, com o passar do tempo
adquirem a cor amarela depois passam a uma cor laranjada e por fim o vermelho.
Em
si está é uma galáxia com muito pouco luminosidade sendo considerado que sua
luminosidade chega a oito vezes menos que a galáxia de Andrômeda. Sua
observação é muito difícil. . Essa galáxia pode ser observada a olho nu, mas
com a ajuda de um binóculo potente pode-se ter uma visão um pouco mais clara,
porém é preciso que haja condições temporais favoráveis.
Ela esta sendo perpassada por uma enorme faixa de
poeira. O que é normal a uma galáxia conter enorme quantidade de poeira e gás.
Estas poeiras e gases são de certa forma ingredientes para a formação de novas
estrelas.
Em um dos braços espirais da M33
está uma nebulosa de emissão gigante, parecida com a grande Nebulosa de Órion,
embora imensamente maior. Essa Nebulosa chama-se Nebulosa NGC 604 medindo
aproximadamente 1.500 anos-luz. Nessa nebulosa há uma intensa formação de estrelas.
3.1 A NEBULOSA NGC 604
A nebulosa NGC 604
encontra-se em um dos braços espirais da galáxia M33. Essa nebulosa é um dos
maiores e melhores exemplos de nascimento de estrelas em uma galáxia que fica
próxima de nós. Ela é semelhante a outras regiões onde há formação de estrelas,
como é o caso da Nebulosa de Órion, porém, ela é umas cem vezes maior que a
Nebulosa de Órion, pois esta abriga apenas quatro estrelas brilhantes centrais,
enquanto a Nebulosa NGC 604 abriga mais de 200 estrelas.
Esta
nebulosa é muito grande, medindo cerca de 1.500 anos-luz e podendo inclusive
ser facilmente observada por telescópios terrestres. Possui mais de 200
estrelas super maciças, que medem em torno de 15 a 60 vezes mais que a massa
solar, sendo que as mais pesadas chegam a atingir 120 vezes a massa do sol, e
sua temperatura superficial alcança 40.000º C. Essas estrelas da nebulosa NGC
604 são extremamente jovens, tendo se formado a mais ou menos 3 milhões de
anos.
As
estrelas da NGC 604 se encontram envoltas em uma nuvem gasosa, que com o calor
das estrelas é aquecida, causando a florescência do gás, destacando a forma
tridimensional da nebulosa. Uma torrente de radiação ultravioleta flui da
nebulosa, formando um brilho gasoso nebular em torno da NGC 604.
O
estudo dessa nebulosa tem clareado muitos pontos referentes à formação de
estrelas e à evolução do meio interestelar, podendo inclusive determinar o
mecanismo de evolução das estrelas super maciças e como elas afetam o meio
interestelar onde se encontram.
3.2 BURACO NEGRO
EM M33
O
buraco negro surge dos caroços estrelares que restam das explosões das
supernovas. Só um detalhe sobre este caroço, se ele for acima, ou melhor,
superior a três massas solares formará através da contração o buraco negro.
Caso contrário ele se tornará uma estrela de nêutrons.
“Os buracos negros são caracterizados por sua
gravidade extremamente forte, tão poderosa que nem mesmo a luz pode escapar à
sua atração; em consequência, é impossível ver um buraco negro. No entanto,
podem ser detectados se possuirem uma Estrela companheira muito próxima: a
gravidade do buraco negro atrai gás da outra Estrela, formando um disco de
acreção que gira ao redor do buraco negro em alta velocidade, aquecendo-se e
emitindo radiação.” [7]
Em geral a maioria das galáxias
possui um buraco negro. Mas especificando a galáxia M33, não há certeza se há
ou não um buraco negro. Sendo assim os
astrônomos não descartam a possibilidade ter um, mais tem um tamanho muito
pequeno. “Se for assim, assinalou David Merrit, um dos pesquisadores,
"seria o menor buraco negro já detectado"”[8].
“A massa do buraco negro é proporcional à
massa da galáxia hospedeira o que indica que a história de um buraco negro está
ligada à formação da galáxia em que está localizado”.[9]
1. INTRODUÇÃO
Na atualidade existem
diversas teorias para explicar a origem do Universo, porém existem diversos
modelos teóricos, mas cada um defende uma posição. Para explicar a origem das
galáxias também existem diversas teorias, mas acredita-se que as galáxias foram
se formando da união de material intergaláctico primordial, que existiu no
inicio da formação do Universo.
Hoje temos inúmeras galáxias no
Universo, dentre as quais está a M33 que é alvo de estudo deste trabalho. Ela
faz parte do grupo locas de galáxias, e está a 2,8 milhões de anos-luz da
terra. Possui uma nebulosa de 1.500 anos-luz, que é conhecida como Nebulosa NGC
604. Está é uma das maiores nebulosas do grupo local, possuindo mais de 200
estrelas no seu interior.
A M33 ocupa o terceiro lugar na
classificação de tamanho, ficando atrás apenas da galáxia de Andrômeda (M31) e
da nossa galáxia.
A M33 pode ser a primeira galáxia a
ser detectada que não possui um buraco negro, ou se possuir é muito pequeno.
4. CONCLUSÃO
Neste trabalho pode-se
concluir que o Universo tem dimensões inimagináveis, pois quanto mais longe se
vai na sua exploração, mais se vê que há muito para descobrir.
A galáxia que foi estudada é uma
espiral que faz parte do nosso grupo local. A M33 tem 50.000 anos-luz de
diâmetro e está a 2,8 milhões de anos-luz da terra. Ela pode ser visualizada a
olho nu em noites escuras e de céu limpo.
O que mais chama a atenção nesta
galáxia é a nebulosa NGC 604 que é uma das maiores do nosso grupo local, com
mais de 200 estrelas super maciças. Outro curiosidade é a possibilidade da não
existência de um buraco negro na M33.
5.
REFERÊNCIAS
[1]MOURÃO, R.
R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP. Editora
Nova Fronteira, 1995. p. 319.
MOURÃO, R. R. F. Atlas celeste.
SP, Editora Vozes, 2001. p. 152.
MOURÃO, R. R. F. Dicionário
Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP. Editora Nova Fronteira,
1995. p. 321.
[1] MOURÃO, R.
R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP. Editora
Nova Fronteira, 2001. p. 11.
[1] MOURÃO, R.
R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP. Editora
Nova Fronteira, 2001. p. 802.
Buracos negros. Disponível
em: <http://ouniverso.blogs.sapo.pt/arquivo/094064.html>
acesso em 13 nov. 2004
A
galáxia M33. disponível em: <http://www.astromia.com/fotouniverso/formaestrellas.htm>acesso
em 15 nov.2004
A
galáxia M33. disponível em: <http://www.astromia.com/glosario/grupolocal.htm>acesso
em 15 nov. 2004
VITOR SCHLICKMANN
GALÁXIA M33
[1] MOURÃO,
R. R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP.
Editora Nova Fronteira, 1995. p. 319.
[2] MOURÃO,
R. R. F. Atlas celeste. SP, Editora Vozes, 2001. p. 152.
[3] MOURÃO,
R. R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP.
Editora Nova Fronteira, 1995. p. 321.
[4] MOURÃO,
R. R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP.
Editora Nova Fronteira, 2001. p. 11.
[5] MOURÃO,
R. R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. SP.
Editora Nova Fronteira, 2001. p. 802.
[6] Dados retirados
de cálculos realizados pelos próprios autores do trabalho.
[7] Buracos
negros. Disponível em: < http://ouniverso.blogs.sapo.pt/arquivo/094064.html>
acesso em 13 nov. 2004
[8] Buracos
negros. Disponível em: <http://ouniverso.blogs.sapo.pt/arquivo/094064.html>
acesso em 13 nov. 2004
[9] Buracos
negros. Disponível em: < http://ouniverso.blogs.sapo.pt/arquivo/094064.html>
acesso em 13 nov. 2004
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