segunda-feira, 10 de junho de 2013

Jacques Maritain  Nasceu em Paris, aos 18/11/1882.  Faleceu em 1973.  Foi batizado no protestantismo e teve uma educação liberal, sem fé religiosa alguma.  Converte-se ao catolicismo e é batizado no dia 11/06/1906 com sua esposa.  Em 1910, Maritain vai descobrir Santo Tomás de Aquino e tornar-se o grande filósofo renovador do Tomismo.  É autor de uma vasta bibliografia sendo 53 obras no total, das quais se destacam:  1914 – LA PHILOSOPHIE BERESONIENSE (primeira obra)  1936 – HUMANISMO INTEGRAL (principal obra)  Em 1945, torna-se embaixador da França junto ao Vaticano.  Em 1963, após a morte de sua esposa em 1960, Jacques publica o “Diário de Raissa”, onde revela mais profundamente sua alma e grau de santidade que atingiu. Jacques Maritain decide se consagrar inteiramente à oração e ao estudo.  Após a morte de Raissa (sua esposa) em 04 de novembro de 1960, J. Maritain retira-se para Toulouse, com a Fraternidade dos Irmãozinhos de Foucault, onde faz seu noviciado aos 88 anos.  Morre em 28 de abril de 1973. Tinha 90 anos e morreu como quis, em um contexto de oração, de silêncio, de contemplação.  Maritain atribui à democracia de inspiração cristã 5 características:  Jacques Maritain soube fazer uma síntese feliz entre as aspirações do nosso tempo e as teses fundamentais do pensamento tomista.  O lema que sintetiza o seu pensamento é “distinguir para unir”, porque o ser abrange toda a realidade, mas possui uma relação de semelhança. Pensamento de Maritain  Campo de Pesquisa:  De toda a vasta produção filosófica de Maritain a que conserva maior interesse e atualidade é a que concerne à política;  Maritain refletiu muito e apaixonadamente sobre a situação da sociedade moderna, sobre a sua cultura, os seus ideais, a sua situação moral, política, religiosa.  “ESTAMOS VIVENDO À LIQUIDAÇÃO DO MUNDO...”.  “O seu erro foi crer que o homem pudesse salvar-se com seus próprios meios e que a história humana pudesse prescindir de Deus”.  Como se vê, na opinião de Maritain, a divisão da sociedade moderna tem sua origem no pensamento filosófico.  Para Maritain, a característica da Idade Moderna é a de ser uma idade reflexa, uma idade dominada pela tomada de consciência da experiência humana e de todas as suas formas.  Para sair da grave crise em que a sociedade moderna se encontra, Jacques Maritain propõe um novo caminho: “recuperar a dimensão religiosa que o pensamento moderno insensata e maliciosamente sufocou, voltando para a concepção cristã da vida e da sociedade”. INTRODUÇÃO: Ao longo da história da humanidade o ser humano tem se questionado sobre si e também sobre seu meio social. Estas, entre outras interrogações, perduraram séculos e chegaram até os nossos dias. Em cada momento da história se falou de tais assuntos sob óticas diferentes. Maritain, como filosofo contemporâneo, analisa o pensamento humanista moderno a partir da ótica tomista, questionando a inversão de valores, de pensamentos e de reflexão feita na modernidade, sobretudo, em Marx, Darwin e Freud. A condição humana precisa ser contemplada, assimilada e administrada de maneira correta, tendo como base o bem pessoal e o bem comum, pois a partir da condição humana é que se pode iniciar a formulação de uma moral sistemática, que preza pela prática do dever e do direito sem a necessidade de uma ação coercitiva e externa. Organizando as pessoas sob o prisma de humanismo caracterizado pela integralidade vital, torna-se possível propor uma nova forma de ser pessoa, de viver e conviver em uma sociedade que, acima de tudo, deve possuir um desejo pelo bem comum, oferecido a todos, através de uma organização democrática. O PENSAMENTO:  O tomismo em Maritain não deve ser visto como algo apenas histórico. Além de estudá-lo como conteúdo histórico, ele entende a filosofia tomista como uma filosofia perene, como algo vivo e em expansão. Uma filosofia que se bem conduzida pode auxiliar a responder problemas modernos e porque não dizer, ajudará também a resolver problemas pós-modernos, tanto de ordem especulativa como de ordem prática.  Jacques Aimé Henri Maritain, nasceu em Paris a 18 de novembro de 1882. Foi criado num ambiente protestante e racionalista. Sua infância e juventude foram marcadas por influências do protestantismo liberal (família) e do ambiente universitário (laicismo, positivismo, relativismo, idealismo). Isto tudo acabou resultando num ceticismo.  Entre os críticos, ele é considerado o mais importante pensador do século XX. Nos anos de 1909 e 1910 direcionou seus estudos nas obras de Tomás de Aquino, tornando-se um divulgador do tomismo juntamente com o pensamento moderno. Numa linha que se convencionou chamar de neotomista.  Perante o conteúdo tomista que Maritain absorveu, ele não agiu apenas como um historiador, mas preocupou-se em atualizar este conteúdo, pois para ele onde parece que tudo foi dito (tomismo) ainda há muita coisa a ser dita. Para ter o tomismo como um instrumento perante os problemas característicos de nossa época, Maritain rejeita a prática de um tomismo ‘arqueológico’ e de um neotomismo apático aos problemas do momento histórico, para acreditar num tomismo vivo e fiel aos princípios dados por Santo Tomás e isto nós constamos quando ele diz: “o tomismo não é somente algo histórico. Devemos sem dúvida estudá-lo historicamente (...) ele responde aos problemas na ordem especulativa e na ordem prática (...) Resumindo, é com um tomismo vivo e não com um tomismo arqueológico que estamos lidando”  Assim foi o mais autorizado representante do neotomismo. Para ele a sua obra era uma continuação “filosófica” da teologia de santo Tomás.  A conversão de Maritain ao catolicismo iniciou-se em 1905 quando, com sua esposa Raissa Oumançoff, que outrora fora sua companheira de estudos na Sorbonne (1902), começou a manter contato com o padre Leon Bloy. Já o interesse por santo Tomas de Aquino é posterior, historicamente datado em 1908, quando a orientação espiritual do padre Clerissal o atraiu para o tomismo.  Após a morte de Raissa (sua esposa) em 04 de novembro de 1960, J. Maritain retira-se para Toulouse, com a Fraternidade dos Irmãozinhos de Foucault, onde faz seu noviciado aos 88 anos.  Morre em 28 de abril de 1973. Tinha 90 anos e morreu como quis, em um contexto de oração, de silêncio, de contemplação.  A sua atividade especulativa se moveu constantemente entre dois pólos: santo Tomás e o pensamento moderno. 1º.) Desenvolveu a problemática filosófica nos pontos que ainda não tinham sido tratados (filosofia da ciência, filosofia da história) ou que o tinham sido de modo insuficiente (filosofia da rate, filosofia política). 2º.) Se empenhou constantemente em estudar e analisar, à luz do tomismo, as doutrinas filosóficas, religiosas, sociais e políticas, denunciando suas profundas lacunas e aberrações.  De toda a sua vasta produção filosófica a que conserva maior interesse e atualidade é a que concerne à política: ele é o teórico cristão da edificação de uma verdadeira democracia como opção válida diante dos dois sistemas gravemente opressivos que hoje imperam no mundo, o liberalismo e o comunismo.  Ele concorda com Marx, Darwin e Freud em denunciar os males ruinosos que afligem e a crise profunda que atormenta, mas se afasta deles quando se trata de determinar os métodos e os meios para salva-las.  No fim da segunda guerra mundial, Maritain escrevia: “ESTAMOS ASSISTINDO À LIQUIDAÇÃO DAQUELE MUNDO...” • que o Pessimismo de Maquiavel levou a tomar força pela essência da política; • daquele mundo que o Cisma de Lutero, separando a Alemanha da comunidade européia, fez perder o equilíbrio; • daquele mundo no qual o absolutismo do ancien regime substituiu aos poucos a ordem cristã por uma ordem de constrição cada vez mais distanciada das fontes cristãs da vida; • daquele mundo no qual o Racionalismo de Descartes e dos enciclopedistas instilou um otimismo ilusório e que o naturalismo pseudocrístão de Rousseau levou a confundir as sagradas inspirações do coração com a espera de um Reino de Deus sobre a terra, proporcionado pelo Estado e pela Revolução; • daquele mundo ao qual o Panteísmo de Hegel ensinou a deificar o movimento histórico e cujo advento foi apressado pelo regime capitalista do lucro, pelos conflitos imperialistas e pelo absolutismo desenfreado dos Estados nacionais.  O seu erro foi crer que o homem pudesse salvar-se com seus próprios meios e que a história humana pudesse prescindir de Deus.  Como se vê, na opinião de Maritain, a divisão da sociedade moderna tem sua origem no pensamento filosófico.  A característica da idade moderna é a de ser uma Idade Reflexa, uma idade dominada pela tomada de consciência da experiência humana em todas as suas formas.  Para sairmos da grave crise em que nos encontramos só nos resta um caminho: recuperarmos a dimensão religiosa que o pensamento moderno insensata e maliciosamente sufocou, voltando-nos para a concepção cristã da vida e da sociedade.  A nova cristandade é uma sociedade democrática dotada de uma filosofia própria da democracia e da política, e de uma fé secular própria. Ela se distingue da cristandade medieval por um modo novo de conhecer as relações entre o homem e o mundo, de um lado, e entre o homem e o sagrado, do outro.  A nova cristandade será um humanismo por que é motivada e estruturada pelo inviolável sentido do homem e da pessoa, tomada esta como termo e destinatária das estruturas temporais, e será um humanismo integral porque considerará o homem apoiado num fundamento transcendente, aberto às fecundações da graça e às relações vitais com Deus, que o salva e o santifica; e considerará o mundo como situação intramundana da pessoa, isto é, não como definidor absoluto do seu ser, mas como momento da sua presença.  Maritain atribui à democracia de inspiração cristã cinco características: 1ª.) PLURALISMO: a cristandade medieval era dominada pelo principio de unidade, ao passo que a nova cristandade será caracterizada por uma estrutura pluralista muito acentuada: pluralismo nos terrenos econômico, jurídico, institucional, político e também religioso. 2ª.)INFRAVALÊNCIA DO TEMPORAL: a nova cristandade concebe o temporal como fim intermediário; ela supera a concepção medieval porque reconhece ao temporal uma ordem própria e autônoma, e rejeita a concepção moderna de secularização absoluta porque institui uma subordinação real e efetiva do temporal em relação ao espiritual. 3ª.) LIBERDADE DA PESSOA: a nova cristandade afirma o valor absoluto da pessoa, a sua transcendência em relação aos meios temporais e políticos. No que se refere à consecução do seu destino eterno, a pessoa é responsável somente diante de Deus, não diante do Estado, o qual deve, por isso, respeitar e reconhecer as várias formas de se conceber a salvação e de se manifestar o culto a Deus seguidas pelos seus membros. 4ª.) AUTORIDADE DELEGADA: aquele que detém a autoridade, não a detém a titulo pessoal e autônomo, mas em virtude do consenso da multidão, que delega a autoridade não uma vez por todas, mas periodicamente. 5ª.) COLABORAÇÃO: a nova cristandade tira sua especificação da tarefa comum à qual chama todos os homens, isto é, da colaboração fundada não no medo ou na violência, mas no amor e na amizade. De resto, é só no âmbito da amizade que se resolve aquele antinomia e aquela tensão entre pessoa e sociedade que nenhum sistema capitalista ou socialista conseguiu eliminar: empenhando-se na obra comum e subordinando-se a ela, o homem se empenha e se subordina à realização da vida pessoal de outras pessoas; ele não se subordina ao Estado, à classe., mas ao bem de pessoas humanas amadas e respeitadas enquanto pessoas.

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