domingo, 16 de junho de 2013



NEOMARXISMO


Trabalho de graduação apresentado à disciplina de História da Filosofia contemporânea do curso de Filosofia do Centro Universitário de Brusque - Unifebe

Orientador: Prof. Dr. Adilsom Colombi







BRUSQUE

2005

SUMÁRIO

 

1. 0. FRIEDRICH HEGEL

2. 0. KARL MARX E ENGELS
3. 0. NEOMARXISMO OU REVISIONISMO MARXISTA
3. 1. AS REVOLUÇÕES SOCIALISTAS.
3. 2.  ORIGEM GEOGRÁFICA DO NEOMARXISMO:
3. 3. ORIGEM FILOSÍFICA DO NEOMARXISMO:
4. 0. PRINCIPAIS AUTORES
4. 1. MAX HORKHEIMER:
4. 1. 1. Principais Obras:
4. 1. 2 . Seu Pensamento:
4. 2. THEODOR W. ADORNO:
4. 2. 1. Principais Obras:
4. 2. 2. Seu Pensamento:
4. 3. ANTÔNIO GRAMSCI     
4. 4. ERNST BLOCH:
4. 4. 1. Faz uma Revisão do Marxismo:
4. 4. 2.  PRINCIPAIS OBRAS:
4. 5. MARCUSE:
4. 5. 1. Principais Obras:
4. 6. ROGER GARAUDY:
4. 6. 1. Principais Obras:

4. 7. MAO-TSE-TUNG








INTRODUÇÃO


            Quando falamos de Neo-Marxismo ou Revisionismo Marxista, estamos falando de uma “atitude daqueles que propõem a revisão das bases fundamentais” do pensamento de Karl Marx.
            Colocaremos uma breve noção de qual foi o pensamento de Hegel, Karl Marx e Engels, e que é indispensável para entendermos o Neo-Marxismo.
            Sobre o Neo-marxismo, mostraremos um pouco do pensamento dos autores: Antonio Gramsci, Herbert Marcuse, Ernest Bloch, Roger Garaudy, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Mão-Tze-Tung, que foram os principais revisionistas do pensamento de Karl Marx, dentre outros.






















1.0. FRIEDRICH HEGEL (1770-1831)

Hegel viveu durante a Revolução Francesa (1789) e acompanhou de perto toda essa mudança. A mudança do Feudalismo para a Burguesia.
Hegel deixou grande influência para o pensamento político.
Dos seus seguidores temos dois grupos:
a)    Direita Hegeliana: São os discípulos que continuaram a luta de Hegel. Professam uma filosofia idealista; em política, defendem o Estado Prussiano e, em religião, seguem o Luteranismo.
b)    Esquerda Hegeliana: Professam uma filosofia materialista; em política defendem a anarquia ou um regime socialista e, em religião, são ateus ou anticristãos.
Entre estes estão: Marx e Engels, os quais realizaram a inversão do idealismo hegeliano, assentando as bases do materialismo dialético.


















2. 0.  KARL MARX (1818-1883) E ENGELS (1820-1895)
           
Desde o século XVI já se imaginava uma sociedade de iguais. Surge então a idéia de abolição da propriedade privada.
            No século XIX, a expansão da economia, a passagem à grande indústria e ao capitalismo de monopólio e o nascimento das organizações do proletariado, são classificadas por Marx e Engels como Socialismo Utópico, na medida em que elas irão contrapor um socialismo científico, sem, contudo negar a importância desses movimentos.
            A revolução, do feudalismo para a burguesia no século XVIII, no século XIX começa a ser ameaçada pelas forças conservadoras (representadas pela nobreza e pelo clero), principalmente entre os anos 1830 e 1848, se espalhando por grande parte da Europa.
            Numa Alemanha agitada, cheia de problemas, é que surge o marxismo.
            O marxismo de Karl Marx teve a colaboração de Engels, tanto com a ajuda ideológica quanto financeira,
            Eles, Marx e Engels escreveram juntos: O manifesto comunista e a Ideologia Alemã.
            Entre outras obras Marx escreveu: 18º Brunário de Luis Bonaparte, contribuição à crítica da economia política, O capital.
            Engels escreveu: Anti-Dühring, A dialética da natureza, A origem da família, da propriedade privada e do Estado e outros.
            Marx e Engels formularam seus pensamentos a partir da realidade social por eles observadas: de um lado o avanço técnico, o aumento do poder do homem sobre a natureza, o enriquecimento e o progresso; de outro, e contraditoriamente, a escravização crescente da classe operária, cada vez mais empobrecida. Para a elaboração de sua doutrina, partiram dos economistas ingleses, da Filosofia de Hegel, e dos filósofos do socialismo Utópico.
            A teoria Marxista compõe se de uma teoria Científica (materialista histórica) e de uma filosófica (materialismo dialético).
            Para Hegel é a própria razão que faz o tecido do real, e a idéia não é uma criação subjetiva do sujeito, mas a própria realidade objetiva, de onde tudo procede. Marx não nega que o homem tenha idéias, mas as explica pela estrutura material da sociedade: a idéia é algo secundário, não no sentido de menos importante, mas no de algo derivado das condições materiais.
            O materialismo histórico não é mais do que a aplicação dos princípios do materialismo dialético ao campo da história. E, como o próprio nome indica, é a explicação da história por fatores materiais (econômicos, técnicos).
            Marx usa os termos Infra-estrutura e superestrutura. Ao desenvolver este pensamento chegaremos na luta de classes, mais-valia, etc.
            Em continuidade a isso, Marx ainda fala da alienação, fetichismo, reificação, da Ideologia (“o que faz com que os homens e as mulheres não percebam a reificação [a desumanização, a alienação] e não reajam prontamente à exploração e a ideologia”).
            Então, depois de termos uma noção do que é o Marxismo, vamos agora entrar no objetivo deste trabalho, que é o Neo-marxismo ou revisionismo marxista e seus principais representantes.



















3. 0. NEOMARXISMO OU REVISIONISMO MARXISTA

            Os teóricos que irão repensar Marx e Engels no século XX o farão já a partir da Revolução Russa de 1917. Portanto, há questões de ordem prática e revolucionária que são de grande importância.
Lênin (1870-1924), cujo verdadeiro nome era Vladimir Ilitch Ulianov, escreveu (entre outras obras): "que fazer?" e "o estado e a revolução". Quando os socialistas revolucionários, liderados pelos mencheviques, derrubaram o czarismo (monarquia absoluta) em fevereiro de 1917, Lênin se encontrava exilado na Suíça. Retornando à Rússia, liderou a facção dos bolcheviques, que tomou o poder em outubro do mesmo ano. Todos os seus escritos tinham uma finalidade prática, política. O seu propósito era restabelecer a verdadeira concepção de Marx e Engels. Lênin rompeu com o teórico alemão Kautsky acusando-o de oportunismo e de adotar posições não revolucionárias, além de imprimir interpretações positivas e não dialética ao pensamento marxista.
Criticou ainda o revisionismo de outro marxista alemão, Bernstein, segundo o qual o processo que leva ao socialismo não passaria necessariamente pela revolução, mas poderia ser o resultado de vitórias eleitorais. Para isso, Lênin propunha a quebra do estado burguês pela violência, a fim de estabelecer as funções dos sovietes e instaurar a ditadura do proletariado.
Por um lado, criticou os social-democratas, que ignoravam a necessidade de derrubar o estado burguês, e por outro os anarquistas, que achavam necessário abolir o estado imediatamente.
Sob o seu comando, a Rússia tornou-se a URSS, e a doutrina oficial passou a ser o marxismo-leninismo. Deu-se a "eliminação da propriedade privada dos meios de produção, a planificação econômica, reformas agrárias, a nacionalização dos bancos e fábricas, etc..."
Leon Trotsky (1879-1917) foi companheiro de Lênin nas lutas de outubro de 1917. Defendia a revolução permanente, que significa o prolongamento da luta de classes em escala nacional e internacional, o que deverá gerar inevitavelmente a guerra civil interna e a guerra revolucionária e externa. Partindo do princípio de que o mundo capitalista exerce influência sobre os países que pretendem implantar o socialismo, pregava a necessidade da expressão da revolução mundial. Essa posição foi combatida por Stalin, seu mais ferrenho inimigo. Trotski, perseguido, refugiou-se no México, onde foi assassinado por um stalinista.
Joseph Stálin (1879-1953), sucessor de Lênin no poder, fortaleceu o estado a tal ponto que o transformou num regime totalitário. Contrariando a orientação de Lênin e Trótski, imprimiu ao socialismo um caráter fortemente nacionalista, fortaleceu a polícia, o exército e o partido, desenvolveu o "culto à personalidade", e esteve menos preocupado com a teoria e mais com a formulação de máxima de ação. Com ele, o marxismo tornou-se dogmático, não sendo tolerada nenhuma forma de crítica, o que provocou inúmeros expurgos e perseguições, gerando o regime de terror. Após a morte de Stalin, Kruchev, seu substituto, promoveu o processo de "desestalinização".
Outra personagem bem conhecida é Rosa Luxemburgo (1871-1919), natural da Polônia, ajudou na formação da liga e Espartaquista (o nome Espártaco lembra o escravo revoltado que desafiou o governo de Roma) e depois R. L. fundou o partido comunista alemão. Defendia a tese da espontaneidade das massas e criticava o partido único, cuja conseqüência é o governo ditatorial de uma minoria. Alertou severamente sobre os perigos da burocracia, que poderia levar a eliminação da democracia.
Depois, vamos falar mais especificamente, mas só para situar, temos: Antônio Gramsci (1891-1937) foi um dos mais importantes teóricos italianos, preso durante onze anos pela ditadura fascista. Mesmo no cárcere, onde ficou até a morte, escreveu muito, enfatizando a crítica ao dogmatismo do marxismo oficial, que ao "insensibilizar" (petrificar, talvez) a teoria, impedia a prática revolucionária.
Fez uma contribuição original desenvolvendo o conceito de hegemonia. Etimologicamente, esta palavra significa "dirigir, guiar, conduzir". Segundo Gramsci, uma classe exerce a dominação não apenas pelo poder reprimido coercitivo, mas também pela persuasão, na medida em que os intelectuais elaboram um sistema convincente de idéias pelas quais se conquistam consenso e a adesão até da classe dominada. É assim também que se impede a tomada de consciência da classe dominada; essa, não tendo sua própria visão de mundo, permanece desorganizada e passiva, e as eventuais rebeliões se tornam ineficazes. Portanto, é importante o papel dos intelectuais, que asseguram a hegemonia da classe dirigente. (é mais ou menos como o Partido Lula).
Da mesma forma, a ascensão de uma classe suponha esses dois pólos inseparáveis: a unificação da teoria com a prática e da ação revolucionária com a transformação e intelectual. Ou seja, para que a classe dominada acenda (chegue) ao poder e se torne hegemônica, necessita que seus próprios intelectuais elaborem  a teoria dos novos valores.
A Escola de Frankfurt surgiu na Alemanha em 1923, representada por Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Walter Benjamim, Erich Fromm, Jürgen Habermas. Esta escola foi responsável pela formulação da chamada "teoria crítica da sociedade". Os principais temas dessa reflexão de natureza sociológica-filosófica são: a autoridade, autoritarismo, totalitarismo, a família, a cultura de massa, o papel da ciência e da técnica, a liberdade. Embora o seu ponto de partida seja marxista, os diversos autores repreensão e sistemas de forma diferentes, muitas vezes se afastando da ortodoxia marxista.
Houve ainda diversas tentativas de adaptar o materialismo histórico e dialético a correntes filosóficas como a fenomenologia e o existencialismo (Merleau-Ponty e Sartre) e à psicanálise (Wilhelm Reich, Marcuse e Erich Fromm).
De maneira geral, o marxismo, enquanto teoria e enquanto prática revolucionária, tem sofrido inúmeras alterações a partir da análise das situações históricas do nosso tempo. A experiência soviética do totalitarismo stalinista levou os europeus a reavaliação de vários aspectos importantes, a partir da crítica desencadeada pelo processo desestalinização.
Surge, então, o eurocomunismo, pelo qual os partidos comunistas ocidentais começam a repensar seus próprios caminhos. Na Itália, por exemplo, o partido comunista afirma a idéia de que existem caminhos nacionais para o socialismo, defende o pluralismo partidário e preconiza as alianças que o proletariado deve fazer com os outros grupos que compõem as classes populares, como camponeses, os intelectuais, as camadas médias.
O Partido Comunista Francês orienta se na mesma direção, substituindo o conceito de ditadura do proletariado – como fase necessária para a instauração do comunismo – pelo de  "desafio democrático", segundo o qual seria possível promover a transição pacífica e progressivamente por meio de um sistema representativo.
Na Espanha, também acentuada a importância do projeto eleitoral  e da luta pela democratização social .

3. 1. AS REVOLUÇÕES SOCIALISTAS.

Marx supunha que sua teoria poderia desencadear a revolução socialista em um país avançado como Inglaterra, onde o acirramento da luta entre as classes antagônicas talvez chegasse a um ponto insuportável. No entanto, a história nos mostrou que coube a Rússia, país de monarquia absoluta e cuja industrialização começara no final do século XIX, torna-se o primeiro país socialista .
Após a segunda guerra mundial, a expansão socialista determinou a formação das democracias populares da Europa central oriental (Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, Romênia, e Iugoslávia e Alemanha oriental) . 
Em 1945, foi a vez do Vietnã do norte; em 1948, da Coréia do norte. Em 1949, Mao-Tse-Tung e expulsou para a ilha de Formosa o governo nacionalista de Chiang Kai-shek e proclamou a república popular da China. Ainda no oriente tornaram-se socialistas e os governos do Laos e do Camboja (Campuchéa).
Na América, em 1959, Fidel Castro derrubou o governo de Fugêncio Batista e instaurou o socialismo. A vez da Nicarágua se deu no final da década de 70, quando os sandinistas expulsaram Somoza.
Na África, com o processo de descolonização, os movimentos de libertação tiveram características de esquerda, aproximando-se de Cuba e URSS. A Argélia tornou-se independente da França em 1962, transformando-se importante núcleo de fermentação anticolonialista. Na década de 70, as colônias portuguesas de Guiné-Bissau, Moçambique e Angola imprimiram caráter socialista as novas opções de governo, o mesmo ocorrendo com Berlim, o Congo, e na península arábica, com o Iêmen do Sul.
Essas revoluções nem sempre seguiram o modelo rígido marxismo-leninismo. A Argélia , por exemplo,  não aboliu totalmente a iniciativa privada e Moçambique, após 1980, permitiu a entrada de capital estrangeiro no país.




3. 2. ORIGEM GEOGRÁFICA DO NEOMARXISMO:

Nasce na Alemanha com a fundação da Escola de Frankfurt. Esta, formada por professores, em grande parte sociólogos marxistas alemães, abordou criticamente aspectos contemporâneos das formas de comunicação e culturas humanas. Deve-se à Escola de Frankfurt a criação de conceitos como Indústria Cultural e Cultura de Massa. Foi fundada em 1924 por iniciativa de Félix Weil, filho de um grande negociante de grãos de trigo na Argentina. Em 1931, Max Horkheimer tornou-se diretor da Escola que de início cogitou-se o nome Instituto para o Marxismo, mas optou-se por Instituto para a Pesquisa Social. O órgão do Instituto era a publicação chamada Arquivos Grumberg. A partir de 1931, Horkheimer já com título acadêmico, pôde exercer a função de diretor do Instituo que se associava à universidade de Frankfurt. A Escola só repudia o leninismo no pós-guerra, com Habermas.


3. 3. ORIGEM FILOSÓFICA DO NEOMARXISMO:

Designa-se por neomarxismo ou marxismo ocidental, o conjunto das correntes de pensamento nascidas nos anos vinte do século XX. Seus fundadores que tiveram maior êxito em sua difusão inicial foram Adorno e Horkheimer, e, os mesmos tornam-se criadores de um marxismo sem proletariado e com uma nova concepção de dialética, pois esta, agora rege com leis os eventos da natureza e da história enquanto que o marxismo ortodoxo, a dialética não tem leis e não se refere à natureza. Vejamos:
“O que mais distingue o marxismo não ortodoxo ou revisionista do marxismo ortodoxo é o modo de entender a dialética. Enquanto para o segundo a dialética rege com leis inderrogáveis todos os eventos da natureza e da história, para o primeiro ela não tem leis e não se refere à natureza, mas ao sujeito singular nas suas relações com a história” (MONDIN, III, 1981-83, p.233).
Com o final da II guerra, a Escola de Frankfurt passou a fazer críticas de um mundo de barbárie e totalitarismos. Questionava-se a insistência em explicar a exploração pelas diferenças de posse de bens, ao invés de explicá-las por meio dos conceitos de dominação e autoridade. O sujeito , como produto de sua relação  com a história, agora pode opor-se à alienação exercendo uma ação própria sobre a história na qual está sempre presente a alienação.
Proclamar-se marxista no mundo atual das ciências sociais é menos uma questão de se preocupar com este ou aquele tema, ou de adotar esta ou aquela metodologia, do que uma tomada de posição  expressa  pela adoção de um "discurso" determinado tanto em relação à sociedade como um todo quanto em relação à própria comunidade acadêmica em que se trabalha.

 
























4. 0. PRINCIPAIS AUTORES

4. 1. MAX HORKHEIMER:

Filósofo e Sociólogo alemão e grande crítico da sociedade industrial que se formou no século XX.  Nasceu em 1885, Estugarda, e morreu em 1973 em Nuremberg. Intelectual importante da Escola de Frankfurt, de origem judaica, seu pai era o industrial  Mortitz Horkheimer. Estava destinado a dar continuidade aos negócios do pai, porém decidiu, por intermédio de seu amigo Friedrich Pollock, associando-se em 1923 à criação do Instituto para a Pesquisa Social (Escola de Frankfurt 1924), do qual foi diretor e em 1931. Permaneceu ali até 1934 quando teve de se refugiar, como os demais companheiros. Nesse ano transferiu-se; para os Estados Unidos, passando a lecionar na Universidade de Colúmbia. Nos Estados Unidos, Horkheimer permaneceu até 1949, ano em que pôde regressar a Frankfurt e reorganizar o Instituto de Pesquisas Sociais, com Adorno.

4. 1. 1. Principais Obras:
Inícios da Filosofia Burguesa da História (1930)
Um Novo Conceito de Ideologia (1930)
Materialismo e Metafísica (1930)
Materialismo e Moral (1933), demonstra a necessidade de reunificar ética e política, sentimentos morais e transformação social.
Sobre a Polêmica do Racionalismo na Filosofia Atual (1934)
O Problema da Verdade (1935)
O Último Ataque à Metafísica (1937)
O Problema da Verdade (1935)
Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937). Horkheimer mostra a indivisão entre a teoria conceitual e práxis social.
Dialética do Esclarecimento, 1969. Obra esta em geral conhecida como a pedra angular das idéias que tiveram por berço  a Escola de Frankfurt. Aqui Adorno e Horkheimer discutem o que foi tema constante da abordagem Frankfurtiana: a dominação. Discutindo-a em seus subsistemas, como por exemplo a Indústria Cultural e o positivismo.

4. 1. 2. Seu Pensamento:
Na Teoria Crítica da sociedade Horkheimer quer estabelecer um novo programa tendo por base questões filosóficas de ordem integrada com filósofos, sociólogos, economistas, historiadores e psicólogos com a finalidade de promover o progresso da sociedade. Assim, enquanto para Marx o meio para atingir seu objetivo era a revolução, Horkheimer quer atingir seu objetivo por meio da atividade do trabalho social. Porém este não apresenta um novo pensamento marxista em relação a sociedade e o homem, apenas difere em alguns pontos. Vamos conferir?

“Há, porém, alguns pontos significativos nos quais Horkheimer se afasta da interpretação oficial do pensamento marxista. (...) separa nitidamente o socialismo da política do partido comunista (...) Atribui, (...) à dialética um domínio mais vasto do que o que Marx lhe havia atribuído. (...) e inclui não só o trabalho, mas também o saber. (...) assumiu, em relação à religião, uma atitude de interesse (...) rejeitando o juízo totalmente negativo de Marx” (MONDIN, III, 1981-83, p.253).

Vejamos então em que dimensão Horkheimer permanece fiel à doutrina marxista:
“Dando absoluta prioridade  ao trabalho, à prática, sobre o pensamento e a teoria, Horkheimer professa explícita fidelidade ao pensamento marxista. Outro ponto no qual ele está perfeitamente de acordo com Marx diz respeito à prioridade da sociedade sobre o indivíduo” (MONDIN, III, 1981-83, p.252).


4. 2. THEODOR W. ADORNO:
Theodor Wiesengrund Adorno, sociólogo, musicólogo e filósofo alemão. Nasceu no dia 11 de Setembro de 1903 em Frankfurt, filho de pai alemão e mãe italiana. Começou cedo sua vida intelectual,  em 1921-23 faz seus estudos de filosofia, sociologia, psicologia e teoria musical em Frankfurt. Livre-docente na Universidade de Frankfurt desde 1931. Em 1933, com a tomada do poder pelos nazistas, Adorno foi obrigado a refugiar-se na Inglaterra, onde passou a lecionar na Universidade Oxford, ali permanecendo até 1937. Nesse ano, transferiu-se para os Estados Unidos. Com o auxílio de Max Horkheimer, que, desde 1934, conseguira transferir o Instituto de Pesquisa Social da Escola de Frankfurt para a Universidade Columbia (Nova York).
Com o fim da Guerra, é um dos que mais desejam o retorno a Frankfurt, tornando-se diretor adjunto do Instituto Para Pesquisa Social e seu co-diretor em 1955, com a aposentadoria de Horkheimer, Adorno torna-se o novo diretor.
Sua morte ocorreu em 1969.

4. 2. 1. Principais Obras:
Seu doutorado em 1924: "A transcendência da coisa e do noemático na fenomenologia de Husserl".
Em 1931 - livre docência: "Kierkegaard. A construção do estético", Universidade de Frankfurt
Em 1947: "Dialética do Esclarecimento. Fragmentos filosóficos", juntamente com Horkheimer, é publicado em Amsterdã. Somente em 1969 o livro seria publicado na Alemanha.
Em 1949: "Filosofia da nova música". Dirige, em conjunto com Horkheimer, o Instituto de Pesquisa Social, novamente instalado em Frankfurt.
Em 1951: "Minima Moralia. Reflexões a partir da vida danificada", mostra a influência de Kierkegaard e Nietzsche; em "Notas sobre Literatura", demonstra a relação dialética entre arte e realidade social; em "Dialética Negativa" e na inacabada "Teoria Estética", dialoga com a herança hegeliana.
Em 1955: "Prismas. Crítica cultural e sociedade".



4. 2. 2. Seu Pensamento:
Diferente de Horkheimer é a teoria deste autor, “não tem a intenção de oferecer um quadro global da sociedade (...) seu objetivo é integrar num único complexo as diversas observações dos especialistas para ter um quadro unitário da realidade” (MONDIN, III,1981-83, p. 260).

Contrapõe a dialética da Fenomenologia do espírito de Hegel, como sistema, apresentando a dialética negativa, e esta por sua vez afirma que “a razão torna-se impotente para captar o real, não por sua própria impotência, mas porque o real não é razão” (REALE, 1991, p.842).
Também propõe a dialética negativa como aquela que nega a identidade entre realidade e pensamento e é assim que este autor desbarata as pretensões que teria a Filosofia  em querer captar a totalidade do real. Percebe-se que Adorno se preocupa muito e teme que a conseqüência agressiva da dialética de Hegel expressa na realidade do marxismo e também os horrores de Auschwitz continuem a se repetir na sociedade. Escreve:
“A Filosofia, como hoje ela se apresenta, nada mais serve do que para mascarar a realidade e eternizar o seu estado presente” (REALE, 1991, p. 841).
Adorno defende radicalmente a liberdade como valor absoluto da pessoa, afirma que esta não pode ser subordinada nem instrumentalizada por algum corpo social. Denuncia o domínio e a manipulação que a ciência impõe a partir do Iluminismo, pois tal sacrifício há de acarretar ao indivíduo, mais cedo ou mais tarde, um sentimento de nulidade tornando assim insignificante a realidade de sua interioridade.


4. 3. ANTÔNIO GRAMSCI
           
Antônio Gramsci nasceu em 22 de janeiro de 1891, em Ales (na provícia de Cagliari, Sardenha). Filho de Francesco e Giuseppina Marcias. É o 4º entre 7 filhos.
            O pai trabalhava em um cartório, depois é afastado do emprego, preso e condenado, acusado de irregularidades administrativas.
Antônio Gramsci desde pequeno tem sérios problemas de saúde.
            Mesmo tendo parentesco com famílias ricas, a situação financeira fica difícil e Gramsci é obrigado a trabalhar com apenas 11 anos de idade em um cartório.
            Após dois anos retorna aos estudos.
            Pelo fato de morar com o irmão, tem contato mais direto com o Partido Socialista Italiano (PSI). Nesta época já estudando o colegial onde começa, por curiosidade, a ler Karl Marx.
            Após concluir o segundo grau concorre a uma bolsa de estudos e inicia seu curso de letras.
            Apesar das dificuldades financeiras consegue aproveitar os estudos e fazer outros cursos.
            No fim de 1914 deixou a universidade para dedicar-se exclusivamente à atividade política no interior do Partido Socialista.
            Foi um dos promotores da experiência dos “conselhos de fábricas” de Turim e de ORDINE NUOVO (A Nova Ordem: com o subtítulo Resenha Semanal de Cultura Socialista. Já na primeira edição, do lado do título está escrito: “Instruí-vos porque precisamos de vossas inteligências. Agitai-vos porque precisamos de vossos entusiasmos. Organizai-vos porque carecemos de toda a vossa força”.), revista de sua expressão.
            Sua postura em relação ao Partido Socialista foi se tornando cada vez mais crítica; em 1921, foi um dos novos fundadores do novo Partido operário italiano, o partido Comunista, que ele representaria em Moscou, na Internacional comunista até 1924, quando regressou a Itália  onde foi eleito deputado. Em novembro de 1926 foi preso pela polícia fascista; depois de dois anos de degredo foi condenado a mais de 24 anos de prisão. Em abril de 1937, devido a várias anistias e indultos, foi libertado; mas seu organismo já estava irremediavelmente minado. Morreu em um hospital Romano, uma semana depois de obter a liberdade.
            No período em que Gramsci estava preso recebeu permissão para escrever na prisão, onde através de correspondências comunicava-se com seus parentes, família, amigos e grupos de interesse.
            Antônio Gramsci escreve inúmeros artigos. Escreveu também os Cadernos do
Cárcere.


4.    3. 1. Seu Pensamento:

Gramsci interroga-se, sobretudo sobre as condições necessárias para começar a desenvolver uma efetiva transformação da sociedade italiana no sentido socialista; é somente no interior dessa transformação política fundamental que encontram lugar as considerações gramscianas sobre a natureza e sobre a função do marxismo como “filosofia da práxis”.
Retornando um termo já empregado por Lênin, Gramsci chama de hegemonia o processo de formação de uma vontade coletiva, de que o grupo social de torna promotor. Atividade hegemônica é, a unificação cultural e política dos vários grupos sociais ao redor do fundamental.
Com Gramsci, nos encontramos diante de uma correção da tradicional doutrina marxista das relações entre estrutura e superestrutura, redimensionando o papel da economia; no interior da própria superestrutura, ele atribui a “primazia para a sociedade civil”.
Para Gramsci, os intelectuais, não constitui um grupo social autônomo, mas são – de mais ou menos explícito e direto – os porta-vozes da consciência que cada grupo social tem de sua função econômica, social e política.



4. 4. ERNST BLOCH:

Nasceu em Ludwigshafen no ano de 1885.
Centrou sua Filosofia na esperança; o homem vive unicamente direcionado para o futuro (autêntica dimensão do homem). A alma da nova antropologia elaborada por Bloch é a esperança.


4. 3. 1. Faz uma Revisão do Marxismo:

a) Substitui o princípio da dialética pelo da possibilidade (“ainda-não”);
b) Dá uma nova concepção de homem (esperança) – o homem vive voltado unicamente para o futuro.
A esperança é a primeira coisa fundamental que o homem tem a aprender. Apresenta como o Princípio Esperança, o que importa é aprender a esperar.
O Princípio da Esperança é o princípio da ontologia do “não-ainda-ser” (o possível, o incompleto). É uma condição positiva, constituindo o caminho para a libertação humana – impulso de esperar que amplia o horizonte do homem. É do possível que se desenvolve a realidade. O desenvolvimento se processa através de dois fatores, o subjetivo e o objetivo:
Subjetivo (Eu – indivíduo)é a potência inacabada de fazer as coisas evoluírem.
Objetivo (Coletividade)é a potencialidade da mutabilidade do mundo no quadro das suas leis, sob novas condições, sofrerão alterações sem perder o seu caráter de leis.
A esperança é o elemento de impulsão e de fundo da vida humana, o homem é chamado a se superar continuamente, projetando e criando o futuro. Portanto, a filosofia da esperança é a filosofia do futuro.

4. 3. 2. Principais obras:

Espírito da utopia (1918);
Sujeito-objeto (1949);
O princípio esperança (3 vols., 1954, 1955 e 1959);
Questões filosóficas fundamentais para uma ontologia do não-ainda-ser (1961);
Ateísmo no cristianismo (1969).


4. 4. MARCUSE:

Nasceu em Berlim no ano de 1898.
Parte de três fontes principais:
Freud → o ser profundo do homem consiste no prazer.
Hobbes → distinção do estado de natureza e o estado social.
Marx → parte do materialismo histórico e dialético.
Aproveita a perspectiva do materialismo histórico e dialético e a tese de que todas as lutas sociais são essencialmente as razões econômicas. Na visão materialista de Marcuse, o inferno existe “num único lugar, a saber, aqui na Terra e foi criado pelo homem e pela natureza”.
Toda alegria, toda felicidade dependem da habilidade em transcender a natureza. E é em virtude do poder cognitivo e transformador da Razão é que a sociedade produz meios necessários para a natureza libertar-se do seu estado bruto.
            Para ele o homem tornou-se escravo da sociedade. A sociedade industrial proporcionou ao homem um elevado grau de prazer; pensamos que vivemos livres, mas, trocamos a nossa liberdade pela prosperidade proporcionada pela industrialização, onde temos de nos comportar de modo diferente pelos centros de poder que controlam a produção.
            É das necessidades “falsas” que a sociedade se serve para manter-nos no estado de escravidão.
Necessidades Falsas – divertir-se, comportar-se e de consumir, de gostar ou não gostar aquilo que os outros gostam – de acordo com as propagandas. Torna-se um modo de viver, na medida em que são colocados ao alcance de um número cada vez maior de indivíduos.
            A sociedade industrial consegue um domínio mais eficaz sobre o homem e a natureza. Para conseguir isso recorre a qualquer meio: à política, cultura, educação, arte, filosofia, linguagem.
            Liberdade é ser autônomo, de decidir pessoalmente a respeito de si mesmo. A única esperança de libertação, segundo Marcuse, vem dos marginalizados, dos explorados, dos perseguidos, dos desocupados, de outras raças e cores e dos inaptos. Porque eles permanecem fora do processo de industrialização.

4. 4. 1. Principais Obras:

o marxismo soviético;
Eros e civilização;
O homem de uma dimensão só;
Razão e revolução;
O fim da utopia.



4. 5. ROGER GARAUDY:
Nasceu em Marselha no ano de 1913.
Defende um Marxismo Humanista.
Assumiu diante da religião e do Cristianismo, uma atitude de diálogo e de valorização. Reconhece que o Cristianismo foi importante na sociedade como a abolição da escravatura e a igualdade da mulher e de ter descoberto os conceitos de pessoa, de amor universal, de liberdade e de transcendência. Transcendência para ele éa consciência da incompleteza do homem, a dimensão do infinito” – onde, ele procura enfatizar a ação, a criação contínua do homem pelo homem. Abrindo-se um horizonte infinito que o define enquanto homem. O homem é em potência todo o seu futuro, e este futuro é a única transcendência que o humanismo conhece.
Essa transcendência somente é capaz de se realizar no comunismo. Como ele diz: “Nós, marxistas, jamais desprezamos ou ridicularizamos o cristianismo por causa de sua fé, do seu amor, dos seus sonhos, das suas esperanças. A nossa tarefa é trabalhar e combater para que tudo isso não fique eternamente distante ou ilusório. A nossa missão de comunistas consiste em aproxima-lo real e praticamente a fim de que os próprios cristãos encontrem sobre a nossa terra um início do seu céu”.
Em sua obra Reconquista da esperança, Garaudy procura a rever o problema do socialismo. Para que este se reintegre é preciso que se inicie um diálogo com o Cristianismo. Isto é possível porque a afirmação de Marx, segundo ele, está superada: “a religião é o ópio do povo”. Ter confiança para Garaudy significa que a vida e a história têm um sentido, e isto implica um empenho pela transformação do mundo. Assim ele reafirma que o homem deve ser reinventado.


4. 5. 1. Principais Obras:
A grande reviravolta;
Toda a verdade;
Da anátema ao diálogo;
Perspectivas do homem;
Reconquista da esperança.

4. 6. MAO-TSE-TUNG


Nascido de família camponesa em 1893, aos vinte anos entrou para a Escola Normal, na qual se diplomou em 1918. Em 1949, derrotada completamente a China Nacionalista, tornou-se o chefe carismático do comunismo chinês e da China Popular, que em breve se tornaria, no plano político, antagonista da Rússia soviética.
No trecho citado, Mao-Tse-Tung indica claramente as qualificações que ele quis conferir ao seu socialismo para distingui-los do de Marx e Lênin:
união entre teoria e práxis,
b) estreito contato com as massas,
c) desenvolvimento da autocrítica.
Mao-Tse-Tung quis primeiramente acentuar o valor “teorético” da práxis. Já para Marx e Engels a práxis e a produção material não são somente o elemento que configura as relações de produção e a superestrutura, mas também o critério da verdade. Aquilo que se mostra verdadeiro na práxis, é verdadeiro. A práxis é o critério da verdade, o instrumento da crítica. Lênin aponta como critério da verdade, além da práxis, também a vida. Entende este critério de modo, ainda mais avançado e preciso. Para ele são significativos não só a produção material e a vida em geral, mas também todos os setores da vida prática da sociedade: “Luta de classes, vida política, atividade científica e artística”. A experiência consolidada pela práxis leva ao conceito desta, e o conceito leva à teoria, a qual deverá, por sua vez, ser traduzida na práxis e nela ser reexaminada, novamente corrigida e ulteriormente desenvolvida em função da mesma práxis.
Para estabelecer um estreito contato o partido e as massas populares, Mao-Tse-Tung promoveu uma “revolução cultural” que prevê um retorno periódico dos estudantes, dos laureados e dos membros do partido ao trabalho nos campos ou nas fábricas. Este sistema tem a desvantagem de reduzir a possibilidade de especialização pessoal num determinado setor da ciência ou da técnica, mas obtém o efeito positivo de eliminar aquelas discriminações entre a classe operária, de um lado, e o mundo da cultura e do partido, do outro, que se verificaram e que continuam a verificar-se na maior parte dos outros países de regime comunista.
Nos últimos anos Mao-Tse-Tung usou decididamente a arma da crítica, dirigindo-a também contra as tendências humanistas que, a partir dos anos sessenta, se manifestaram em vários países comunistas, por eles tachados de revisionistas e de social-imperialistas. Marx, Engels e Lênin eram estudados cada vez mais, mas somente para com eles se ilustrarem as proposições de Mao-Tse-Tung, sendo o maoísmo reduzido às virtudes totalitárias da praticidade, da laboriosidade, da submissão e da obediência cega às normas do partido. Mas uma das fraquezas fundamentais do maoísmo, herdada necessariamente do marxismo, é a de ser incapaz de enfrentar as realidades da vida e da morte. O maoísmo permanece, portanto, um humanismo que tenta ignorar as preocupações fundamentais do homem. 



 

 



  



 

 




 


 

CONCLUSÃO

Procurou-se neste trabalho, transmitir de forma clara e precisa os sinais e transformações que viveu a sociedade pós marxista, embora nem todas as nações do globo aderiram a essa corrente filosófica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




BIBLIOGRAFIA

MONDIN, B.  Curso de Filosofia III: Os Filósofos do Ocidente; tradução do italiano Benôni Lemos. São Paulo: Edições Paulinas, 1981-83.
REALE, G. História da Filosofia: Do romantismo até nossos dias; São Paulo: Paulus, 1991.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Horkheimer. Acesso em: 22 set. 2005.
Disponível em: http://pessoal.portoweb.com.br/jzago/frankfurt.htm. Acesso em: 17 set. 2005.
Disponível em:  www.goethe.de/br/sap/kultur/arch03/pr_bioad.htm. Acesso em: 28 set. 2005.



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