quinta-feira, 30 de julho de 2009

perdoar?

O que é perdão? De acordo com o dicionário Houaiss é: “remissão de pena ou de ofensa, ou de dívida. Desculpa, indulto. Ato pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever, ou obrigação por quem compete exigi-lo”.
Perdão: ato de quem perdoa. Perdoar é olhar a ofensa recebida, sob outro prisma. É buscar colocar-se no lugar do outro. Acalmar-se e lançar um olhar de misericórdia sobre o problema. É buscar ver além das evidências. É amar com gratuidade e aceitar os limites do outro e os nossos próprios.
Por que perdoar certas pessoas é mais fácil que o fazer a outras? A mesma ofensa, vinda de pessoas diferentes, pode provocar graus diferentes de ressentimentos. A quem amamos encontramos mil desculpas para dar o perdão. É, aqui, muito mais fácil perdoar. Perdoar é amar, amar é perdoar.
Perdoar não é fácil. Quantas vezes pensamos ter perdoado e, de repente, numa situação quotidiana, alguma palavra, ou algo, nos desperta para uma mágoa ou ferida antigas. Aquela da qual nem nos lembrávamos mais. Aquela pessoa que julgávamos ter perdoado, ter parado de carregá-la conosco. É como se assoprassem as cinzas e as brasas reavivassem. Retorna, com força total, tudo que nos magoou ou pensamos que nos machucou.
Mais difícil ainda é admitir que não perdoamos. Aceitarmos que os sentimentos que carregamos é a ausência de perdão. Não é difícil falar que perdoamos. Mas as atitudes não correspondem à fala. Quantas vezes nos enganamos pensando ter perdoado e, repentinamente, estamos emitindo julgamentos ferozes, sutilmente disfarçados de conselhos ou emitidos em forma de brincadeiras, ou mesmo por meio de historinhas inocentes. Que perdão é esse que não supera julgamentos?
É como superar o desejo de vingança se, às vezes, nem mesmo temos consciência dele? Não falo de grandes vinganças, mas de pequenos revides representados por farpas esparsas, questionamentos maldosos e, mais cruel ainda, quando se percebe o outro enfraquecido e se aproveita o momento para “ajudá-lo” e cobrar, com altos juros, nossas mágoas. Fazemos dele, maldosamente, nosso dependente.
Ainda há de se ter cuidado com as muitas “faces” do rancor, da mágoa, do ressentimento. Elas nos tornam mal-humorados, amargos e desesperançados. Carregamos um fardo que corrói os corações e seus relacionamentos, enfraquece nosso ânimo e nos torna presas fáceis de doenças físicas. É a somatização de sentimentos negativos. Conviver com sentimentos negativos é minar a saúde física e psicológica. O perdão é libertador e curativo.
Muitas vezes, soberbamente, não percebemos que carregamos sentimentos negativos. Falta humildade para admitirmos nossas falhas. Entretanto, os efeitos danosos desses sentimentos, mesmo que não-conscientizados, estão minando nossa saúde espiritual, mental e mesmo física. Os conceitos modernos de medicina já aceitam a transferência de problemas não-resolvidos para o corpo. Como afirma Deepak Chopra, médico indiano, com especialização em endocrinologia nos Estados Unidos, onde reside: “Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos. Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente”.
A não-percepção de nossas fraquezas, de nosso lado escuro, nos leva a superficializar ou cortar a comunicação e o diálogo com o outro. Não existe acolhida, e sim relacionamento social. Mesmo que este seja “correto”, carece de fraternidade. E o que podemos esperar do outro? Tudo isso acrescenta mais sofrimento às nossas vidas.

Invocar o teu nome

Invocar o teu poder

Invocar a tua presença no meio de nós


Invocamos o teu nome

Invocamos o teu poder

Invocamos a tua presença no meio de mós


Manifesta senhor o teu poder

Manifesta senhor a tua força

Manifesta senhor neste lugar o teu amor que tudo podes curar

Manifesta Senhor o teu poder com prodígios milagre se dá

Manifesta Senhor neste lugar o teu grande amor que tudo pode curar
(repete tudo mais 1x e o ultimo refrão 2x)

ui


Deus


Ó Deus, criador do universo, determina aquilo que quiseres, mas, peço-te, cura e abre meus ouvidos a fim de que possa ouvir a tua voz. Cura e abre meus olhos, a fim de que eu possa reconhecer-te. Dize-me em que direção devo olhar, para que possa ver-te. Espero poder executar tudo o que mandares. Readmite, peço-te, o teu escravo fugitivo, ó Senhor e Pai clementíssimo. Já deverei ter pago o suficiente, já fiquei por muito tempo escravo dos teus inimigos, que calcas sob os teu pés, já fui enganado demais por coisas ilusórias.
De vcs nos honrarão com a sua bravura ..... velho amigo...... então o destino nos trousse a sua recompensa um novo mundo para chamarmos de casa.Vivemos entre os humanos. Sempre escondidos, mas vigiando eles em segredos, esperando, protegendo-os. Eu testemunhei a coragem e a capacidade deles. Apesar de sermos de mundo diferentes como nós, eles são mais que os olhos podem ver.
Não há limites ao ser humano, são inexplicavelmente, de uma capacidade sem igual. buscam forsas onde não e cnsegue. o ser humano é de uma complexidade inaglalavel. o ser humano é o ser humano.

vida?


Somos uma partícula que surge na arena da existência e ligo desaparece. Apesar da pequenez do ser humano, nosso pensamento caminha na esfera da imaginação mais rápido do que a luz, e é mais fértil do que o solo mais rico..
Quando considero a brevidade da minha vida, engolida pela eternidade antes e depois, o pequeno espaço que preencho e que sou capaz de enxergar, tragado na imensidão infinita de espaços sobre os quais sou ignorante, e que não me conhecem, fico assustado e atônito por estar aqui... Quem me colocou aqui? Por ordem e instrução de quem este tempo e lugar me foram alocados?
Choramos ao nascermos, sem compreender o mundo em que entramos. Morremos em silêncio, sem entender o mundo de que saímos. Quem nos colocou no anfiteatro da existência para saborear a vida e depois de alguns momentos nos fazer despedir dela como névoa que se dissipa ao calor do sol?

quem?

Quem é você?
Vc que determinou sua aparência?
Nem derteminar se queria nascer ou não, eu não tive direito.
Vc está satisfeito com a sua aparência? Já que tudo que sou, foi imposto ao nascer. Não tenho se quer decidido nascer.
Vc ganha vida com uma varinha de condão.
Não é estraordináriio está viva naquele momento e ser personagem de uma aventura maravilhosa como a vida?
Depois de pensarmos um pouco no fato de existir, não podemos deixar de pensar que um dia desapareceremos.
Será que há vida após a morte?
Não se pode pensar a sensação de existir sem se experimentar a certeza que se tem de morrer. Não era triste que a maioria das pessoas tivesse primeiro que ficar doente para só então entender o quanto a vida é bela?

De onde veio o mundo?
Um pergunta pertinente, mas que não tenho resposta.
Será que alguma coisa poderia ser eterna?
Será que em algum momento o universo surgiu de alguma coisa? E essa outra coisa de onde veio? Não tem um inicio também?
Afinal das contas, alguma coisa tem que ter surgido do nada.
Será que Deus é o criador inicial. Mas Ele, se alto criou do nada absoluto?



Arrancaram me do meu cotidiano.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:

Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:- "Dizem-me que estarei sendo enviado à Terra amanhã... Como eu vou viver lá, sendo assim pequeno e indefeso?"E Deus disse:- "Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para você. Estará lhe esperando e tomará conta de você."Criança:- "Mas diga-me: aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá?"Deus:- "Seu anjo cantará e sorrirá para você... A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz."Criança:- "Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?"Deus:- "Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar."Criança:- "E o que farei quando eu quiser Te falar?"Deus:- "Seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar."Criança:- "Eu ouvi que na Terra há homens maus. Quem me protegerá?"Deus:- "Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida."Criança:- "Mas eu serei sempre triste porque eu não Te verei mais."Deus:- "Seu anjo sempre lhe falará sobre Mim, lhe ensinará a maneira de vir a Mim, e Eu estarei sempre dentro de você."Nesse momento havia muita paz no Céu, mas as vozes da Terra já podiam ser ouvidas. A criança, apressada, pediu suavemente:- "Oh Deus, se eu estiver a ponto de ir agora, diga-me por favor, o nome do meu anjo."E Deus respondeu :- "Você chamará seu anjo de ... MÃE!"(Paulo Coelho

O Mestre da sensibilidade.

Ele tinha todos os motivos para ter depressão durante sua trajetória de vida, mas não a adquiriu; pelo contrario, pelo contrário era tranqüilo, lúcido e sereno. Todavia, no Getsêmani, expressou que sua alma estava profundamente triste.(9)

Ele usou cada segundo do seu tempo, cada pensamento da sua mente e cada gota do seu sangue para mudar o destino não apenas do povo judeu, mas também de toda a humanidade. Ninguém foi como ele.(12)

Fez milagres espantosos, aliviou a dor de todas as pessoas que o procuraram ou que cruzaram o se caminho, mas quando precisou aliviar a sua própria dor, agiu com naturalidade, esquivou-se de usar o seu poder.(12)

O mestre da vida afirmou categoricamente: “eu vim para esta hora”. Seu objetivo fundamental seria cumprido nos últimos momentos de sua história. Portanto, se quisermos conhece-lo profundamente, precisamos emergir no conteúdo dos pensamentos que ele expressou antes de ser preso, julgado e sofrer a morte clínica. Eles revelam seus mais complexos e importantes segredos. (12)

Cristo vem da palavra grega “nashiah” (messias), que significa o “ungido”. Jesus vem da forma grega e latina do hebraico “Jeshua”, que significa “o Senhor é a salvação”. (14)

É fácil reagirmos e pensarmos com lucidez quando o sucesso bate à nossa porta, mas é difícil conservarmos a serenidade quando as perdas e as dores da existência nos invadem.muitos revelam irritabilidade, intolerância e medo nessas situações. Se quisermos observar a inteligência e maturidade de alguém , não devemos analisa-la nas primaveras de sua vida, mas no momento em que atravessa os invernos de sua existência.(17)

Houve um homem que não se abala quando contrariado. Jesus não se perturbava quando seus seguidores não correspondiam às suas expectativas. Deferente de muitos pais e educadores, ele usava cada erro e dificuldade dos seus íntimos não para acusa-los e diminuí-los, mas para que revisassem suas próprias história. O mestre da escola da vida estava preocupado em corrigir os comportamentos, estimulá-los a pensar e a expandir a compreensão dos horizontes da vida.(17-18)

Era amigo íntimo da paciência. Sabia criar uma atmosfera agradável e tranqüila, mesmo quando o ambiente à sua volta era turbulento. Por isso dizia: “aprendei de mim, pois sou manso e humilde...”. (18)

Apesar de ser ele quem devesses ser confortado pelos seus discípulos, ainda conseguia reunir forças para animá-los momentos antes de sua partida, dizendo: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo”.(18)

Muitos psiquiatras e psicólogos possuem lucidez e coerência quando discorrem sobre os conflitos dos seus pacientes, mas quando tratam dos seus próprios conflitos, perdas e fracassos, não poucos têm sua estrutura emocional abalada e fecham as janelas da sua inteligência. (18)

O mestre da escola e da vida sabia das limitações humanas. Tinha consciência de que facilmente erramos e de que facilmente punimos a nós mesmos ou aos outros. Entretanto, queria de todo modo aliviar o sentimento de culpa que esmaga a emoção e criar um clima tranqüilo e solidário entre os seus discípulos. Por isso, certo dia, ensinou-os a se interiorizarem e orarem, dizendo: “perdoai as nossas ofensas assim como temos perdoado aqueles que nos têm ofendido”.(19)

Na escola da vida o melhor aluno não é aquele que tem consciência do quando sabe, mas do quando não sabe. Não é aquele que proclama a sua força, mas o que educa a sua sensibilidade. (19)

Era um maestro da sensibilidade e um agradável contador de histórias. Sabia despertar a sede do saber das pessoas, vaciná-las contra a competição social. Além disso, era alegre, tranqüilo, brando, lúcido, coerente, estável, seguro, sociável e, acima de tudo, um poeta do amor um excelente investigador em sabedoria dos invernos vida. (20)

Cristo foi visto ao longo dos séculos como um sofredor que morreu na cruz. Tal conceito é pobre e superficial. Temos de analisa-lo na sua grandeza. Apenas no parágrafo anterior listei vinte características notáveis da sua inteligência. Quem na história expressou as características do mestre de Nazaré? Raramente alguém reúne meia dúzia dessas características em sua própria personalidade.(20)

Os jovens não se alegram por pertencerem a um espécie que possui o maior de todos os espetáculos naturais, o espetáculo da construção de pensamentos. Como é possível um ser humano, tanto um intelectual quanto alguém desprovido de qualquer cultura acadêmica, conseguir em milésimos de segundos acessar a memória e, em meio a bilhões de opções, resgatar as informações que constituirão as cadeias de pensamentos? Você não fica pasmado com a mente humana?(24)

[j] O homem moderno principalmente o jovem, não sabe lidar com suas limitações, não sabe o que fazer com suas dores e frustrações. Muitos querem que o mundo gravite em torno de si mesmos. Eles têm grande dificuldade de enxergar alço além das sua próprias necessidades. Neste ambiente, a alienação social, a busca do prazer imediato, a agressividade e dificuldade de se colocar no lugar do outro se cultivam amplamente. Diante dessas características, a educação não os alcança e, portanto, não rompe a rigidez intelectual em que eles se encontram. Somente ema revolução na educação pode reverter este quadro. (27)

A duas maneiras de fazer uma fogueira: com as sementes ou com um punhado de linha. Qual maneira você escolheria? Fazer fogueira com uma semente parece um absurdo, loucura. Todos, certamente, escolheríamos a lenha. Entretanto, o mestre de Nazaré pensava a longo prazo, por isso sempre escolhia as sementes. Ele as plantava, esperava que as árvores crescessem a lenha para a fogueira.
Se escolhesse a lenha, acenderia a fogueira apenas uma vez, mas como preferia as sementes, a fogueira que acendia nunca mais se apagava. Um dia ele comparou a si mesmo a um semeador que semeia no coração dos homens. Em semeados do amor, da paz da segurança, da liberdade, do prazer de viver, da dependência recíproca.
Quem não consegue enxergar o poder contido em uma semente nunca mudará o mundo que o envolve, nunca influenciará o ambiente social e profissional que o cerca.(31)

Gostamos de lavaredas instantâneas do fogo, das idéias-relâmpagos dos livros de auto-ajuda, mas não temos paciência e, às vezes, habilidade para semear. Um semeador nunca é um imediatista, presta mais atenção nas raízes do que nas folhagens. (32)

As sementes que ele plantava dentro dos galileus incultos que o seguiam um dia germinariam. Tinha esperança de que elas criariam raízes no cerne do espírito e da mente deles e mudariam para sempre sua histórias.
Essas sementes, uma vez desenvolvidas, tornariam aqueles homens capazes de mudar a face do mundo. É incrível, mas este fato ocorreu. Eles incendiaram o mundo. É incrível, mas, este fato ocorreu, eles incendiaram o mundo com os pensamentos e propósitos do carpinteiro da Galiléia. Que sabedoria se escondia no cerne inteligente de Cristo

A NOÇÃO DE EXPERIÊNCIA

No decorrer deste capítulo apresentar-se-á a noção de experiência dando primazia ao conceito no qual John Dewey a entendia. Apontar-se-á para a importância, alcance e limites que a experiência apresentou e ainda apresenta à vida humana fazendo uma relação entre empiristas e racionalistas e apontando a contribuição que cada uma dessas correntes favoreceu para que a humanidade chegasse a esse patamar de conhecimento. E com isso surgem as interrogações: até onde se pode confiar no conhecimento obtido através da experiência? Será que ela possui um sólido fundamento ao ponto de se poder adotá-la como um guia seguro de conduta, ou ela apenas engana? Será ela auto-suficiente para o conhecimento humano, não necessitando de outras maneiras de obter conhecimento para aprimorá-la?

4.1 A EXPERIÊNCIA PARA OS ANTIGOS

Vê-se com os antigos que a noção de experiência que os mesmos possuíam anteriormente foi em si um produto da experiência. Seus métodos de aprender as coisas não eram através de grandes sistemas teóricos universais de que hoje dispusemos, mas todo conhecimento passava por primeiro pela experiência e depois de certa regularidade dos fatos, era transmitida para idéias. Seu método era o de tentativa e erro. Essa definição do método da tentativa e erro já é encontrada em Platão[1] e Aristóteles. Vale ressaltar também que toda experiência nunca se levanta acima do nível do particular, do contingente e do provável. Toda experiência é única em si mesma, e em virtude de sua freqüente ocorrência “formava-se um hábito de ação, compondo um quadro generalizado dos objetos e das situações vividas. Não mais se percebiam os objetos e as situações como particulares, mas os percebiam a partir de certas formas universais.” (PEREIRA, 2003, p. 11).
Nesse período a medicina, por exemplo, era considerada uma arte e não uma atividade que poderia ser denominada “ciência”. O desabrochar das atividades não era de maneira sistemática, universal, mas considerada única. Cada tipo de doença era tratada de maneira singular, particular, não se aplicando um conhecimento universal no tratamento de determinada doença quando algo semelhante fosse diagnosticado. Através das tentativas e erros percebiam por qual caminho deveriam (ou não) seguir – o que certamente levou muitas pessoas à morte até que os médicos conseguissem captar certa regularidade nas doenças a serem tratadas. A “ciência” utilizada pelos antigos era como se fosse “um salto no escuro”, ou uma tentativa “no chute”, não havendo uma fundamentação racional plausível para o que eles faziam.
A partir das experiências obtidas através dos médicos – como foi apontado anteriormente – e também dos artesãos[2] o empirismo moderno passou a criar um método. Os trabalhos realizados passaram a ter uma explicação de cunho racional favorecendo o aperfeiçoamento da técnica, que foram fatores indispensáveis para desenvolver o que hoje se conhece como revolução industrial. A partir dessa revolução as ciências de cunho técnico para sobreviverem passaram a desempenhar um papel sistemático na resolução dos seus problemas.
Ilustrando a situação poder-se-ia exemplificar da seguinte maneira: os primatas necessitavam adaptar-se à vida na qual levavam para que sua espécie não fosse extinta. Assim eles observavam os fenômenos da natureza e, como percebiam certa regularidade nos fatos, passavam a adotar leis. Percebiam que com as fortes tempestades algumas árvores mais frágeis eram arrancadas pelas correntezas e levadas por elas. Essas árvores flutuavam sobre os rios e eles as viam passar. Esses fenômenos ocorreram com certa freqüência e os primatas continuaram a observá-los. Com isso, certa vez um desses primatas resolveu subir nesta árvore que estava flutuando para se locomover. Percebendo assim que quando posto sob a árvore ele também não afundava, resolveu aprimorar esse tronco de árvore de modo que servisse de meio de transporte. Ao contrário, quando tentavam atravessar profundos rios sem o uso desses artefatos e sem a habilidade da natação, percebiam que não era possível e acabavam se afogando. Experimentavam que isso também não era bom para a tribo, pois a perda de um membro fazia falta à mesma, e então formulavam suas leis a partir das experiências vividas. Com o aprimoramento de troncos de árvores surgiram as primeiras embarcações que transportavam as pessoas de um lado ao outro das margens dos rios. Passado muito tempo as formas de navegação foram cada vez mais aprimoradas tanto que nos dias atuais o ser humano encontra à sua disposição navios transatlânticos que transportam uma grande quantidade de cargas e/ou mercadorias de uma única vez.
Vê-se assim como o método de análise experimental sendo antecessor da formulação de leis foi importante para os antigos e ainda é tão utilizado nas circunstâncias atuais, mas o mesmo deve apresentar um sentido universal que o caracterize. No caso do exemplo da medicina mencionado anteriormente foi visto que cada doença deve ser analisada em suas particularidades, mas ela está classificada dentro de um panorama geral, o que implica dizer que os particulares estão inseridos em um contexto universal. “O médico classificava determinados tipos de doenças a partir da regularidade dos sintomas em alguns pacientes. Generalizando os particulares, ele passava a tratar e a recomendar determinados medicamentos a todos os casos iguais.” (PEREIRA, 2003, p. 11).
[1] Platão (429 – 347 a.C.), nascido em Atenas e de família aristocrática, sendo que sua fama repousa em seus Diálogos. É marcado por afirmar um mundo dualista: matéria e espírito; e a divisão de mundos entre real e ideal.
[2] O artesanato era o trabalho predominante na Grécia antiga e através desta arte é que os artesãos garantiam o sustento para suas famílias.

A PROBLEMÁTICA NA CONCEPÇÃO DO REAL E O IDEAL

O mundo está em constante transformação. Isso vem afetar diretamente os valores da vida humana no tocante às questões do ideal e do real. Percebe-se que aquilo que é imaginário vem a ser mais valorizado quando os aspectos reais da vida estão em crise como, por exemplo, as pinturas que retratam a natureza quando a mesma está em ameaça de destruição. O que desagrada na vida real é realçado na fantasia, o que é negativo na realidade será positivo na imagem projetada pela fantasia.
Percebe-se a influência que Dewey recebeu de Hegel no tocante à dialética quando afirma que onde há mudança há instabilidade e esta é a prova de que algo importante ocorre, seja ela uma deficiência ou imperfeição. Uma determinada teoria é formulada e após seu uso passa por critérios de avaliação que vão analisar minuciosamente suas estruturas. Havendo algum defeito ela será refutada, pois se for encontrada alguma imperfeição para o momento atual, essa teoria passará por um processo de revisão para então surgir uma síntese do que era anteriormente, valendo-se ou não para as atuais circunstâncias, dependendo do poder de infiltração na sociedade que ela possuir.
Sendo assim, para Dewey toda mudança consiste numa alteração que resultará em outro ser e isso se dá pelo fato de o mundo ser transitório.

Onde quer que haja mudança, há necessariamente pluralidade numérica, multiplicidade, e é da variedade que resulta oposição, disputa, porfia. Mudança é alteração, é movimento que termina num outro ser, e isto significa diversidade. Diversidade quer dizer divisão e divisão significa dois lados e seu conflito. O mundo que é transitório há de ser um mundo de discórdias, pois carecendo de estabilidade, carece de governo de unidade. Estivesse a unidade a gozar completamente, estes lados permaneceriam uma totalidade imutável (DEWEY, 1958, p. 118).

Dewey aponta que o conhecimento superior é o conhecimento de cunho contemplativo, pois este quando puro em sua essência é observação pura, sendo completo em si mesmo não procurando outra coisa a não ser a si mesmo e encontra em si mesmo a justificação de seu ser. “O conhecimento contemplativo puro é tanto verdadeiramente a mais auto-suficiente e em si mesmo enclausurada coisa do universo, que é a mais elevada e de fato o único atributo que pode ser atribuído a Deus, o mais Elevado Ser na escala dos Seres” (DEWEY, 1958, p. 119). Esse conhecimento quando confrontado com o conhecimento dos artífices é considerado baixo pelo fato de o conhecimento desses serem apenas o de causar mudanças na matéria, que é deficiente em seu ser.
Partindo do pressuposto de que onde há a necessidade e o desejo há a imperfeição e insuficiência, a filosofia é considerada como um conhecimento superior, pois como último e mais elevado limite da contemplação é enclausurada em si mesma. Ela “não procura nada além de si mesma, não tem nenhuma aspiração, propósito ou função – exceto de ser filosofia – isto é, contemplação pura e auto-suficiente da realidade última” (DEWEY, 1958, p. 120). Sendo assim, o conhecimento dos artífices é sempre considerado baixo, pois não leva o sujeito a transcender a obra produzida. Para Dewey, mesmo nos conhecimentos de nível baixo[1] é possível haver o aprendizado, sendo que onde há aprendizado há mudança e transformação[2]. Mas mesmo assim deve-se almejar o conhecimento das coisas superiores, tendo em vista que o espírito busca identificar-se com aquilo que é conhecedor e o fim do homem é conhecer o Verdadeiro Ser, que é puro Espírito Imaterial.
Dewey aponta que, apesar de o conhecimento contemplativo ser o conhecimento supremo, não se pode ficar tão somente preso a ele, pois há a necessidade da ação. Haverá de se concentrar alguma energia para que se possa aplicá-la ao desconhecido, evidenciando assim seu modo de agir. O objeto em questão deve ser colocado sob condições diferentes das comuns e submetê-lo a novas influências com a finalidade de se promover alguma mudança que seja perceptível. Para qualquer desenvolvimento e trabalho torna-se necessário “observar, anotar e finalmente interessar-se pelas coisas em si, reverenciar as suas propriedades e qualidade como coisas independentes” (DEWEY, 1958, p. 123). Todos estes aspectos revelam mudança geral na atitude humana – fator este que torna necessária a reconstrução filosófica.
Grande parte das mudanças se davam em virtude de um mal funcionamento de normas, fazendo com que o método utilizado fosse o da tentativa e erro[3]. Por isso que onde há a imperfeição e a insuficiência torna-se necessária uma mudança. A mudança passou a ter outro caráter após a natureza estar submetida às necessidades humanas e este possuir o poder de manipulá-la. A mudança está agora associada “com o progresso, não mais com quedas e erros. Desde que as mudanças são coisas que estão sempre acontecendo (...), o nosso grande feito será o de estudá-las e aprender o máximo sobre elas de modo a nos tornarmos capazes de controlá-las e fazer com que elas colaborem na consecução de nossos desejos” (DEWEY, 1958, p. 125).
Com esses novos meios de conceber a realidade percebe-se a crise do ideal com o real: o conhecimento deixa de ser contemplativo e passa a ser prático. Intelectuais que ainda guardam a concepção de uma razão auto-suficiente que não necessite de contemplação estão a defender uma espécie de filosofia tradicional do conhecimento auto-suficiente.
Sendo que o conhecimento agora passa a ter maior valor quando assume a ordem prática e não mais a contemplativa, a filosofia que era considerada o conhecimento superior precisa alterar sua natureza para se tornar prática, ativa e experimental para não ser refutada por outras ciências. Pode até parecer que a filosofia perde sua função ou entra em extinção, mas sua função será a de racionalizar as possibilidades das experiências coletivas da humanidade – e isso garante utilidade.

Quando o uso ou emprego do conhecimento deixou de ser dialético e se tornou experimental, tornando-se compenetrados de que a ação de conhecer implica na mudança, e que o conhecimento é revelado na habilidade de produzir determinadas mudanças. Conhecimento, para as ciências experimentais, significa certo procedimento, execução, ou melhor diríamos, certo modo de fazer inteligentemente conduzido; aqui, o conhecimento cessa de ser contemplativo e se torna num sentido real, prático. (DEWEY, 1958, p. 129).

Essa mudança se deu pelo fato de que a divisão do mundo: um que concebia um Ser Superior e imutável[4] sendo acessível apenas por natureza apenas da razão e ao ideal; e outro, o mundo material, inferior é acessível as sentidos. Aqui surge o contraste em o conhecimento contemplativo que entra em crise (ideal), e o conhecimento empírico (real) que desabrocha com todo vigor. Ocorre assim a inversão de valores sendo útil aquilo que é prático e útil[5].
Essa transformação resultou na mudança das concepções de real e ideal, sendo que:

O real deixa de ser alguma coisa com existência antecipada e final para tornar-se aquilo que tem de ser aceito como o material da mudança, como obstruções e meios de certas e especiais mudanças desejadas. O ideal e o racional, igualmente, deixam de ser um mundo separado e de feitura antecipada, incapaz de ser usado como alavanca para transformar o mundo empírico real, deixam de ser mero asilo das deficiências empíricas; passam a representar possibilidades inteligentemente engendradas do mundo real, que poderão ser usadas como métodos para modificar e aperfeiçoar esse mesmo mundo (DEWEY, 1958, p. 130).

Com isso percebe-se que houve uma mudança radical na concepção de conhecimento. A mudança do conhecimento contemplativo para o ativo é o inevitável resultado do modo como as pesquisas e descobertas são realizadas. Ao fazer esta reivindicação se está afirmando que a mudança até aqui tem influenciado somente o lado técnico da vida humana. É notável que o ser humano é possuidor de certo domínio das forças naturais e que também criou novas artes industriais. O que os antigos consideravam como sobrenatural agora é explicado através de leis, e que esse objeto ou fenômeno considerado não passa de um fenômeno da natureza.
Dewey fala da necessidade de conciliação entre as ciências práticas e a apreciação estética contemplativa para que o ser humano se torne mais humanizado. Ao excluir as ciências práticas o ser humano estaria sendo um joguete e ao mesmo tempo vítima das forças naturais, sendo incapaz de possuir a capacidade de manipulação que nos dias atuais possui. Sem a apreciação estética contemplativa os seres humanos tornar-se-ão uma tribo de monstros que também incapazes de admirar a estética[6] que está a sua volta. Seu interesse estará voltado para o poder econômico, sempre tirando vantagens da natureza.
Na prática percebeu-se que a guerra mundial foi movida por fins ideais e reais. Os fins ideais consistiram na luta por justiça e pela igualdade social. Seus meios reais são de caráter científico: “ela foi feita por altos explosivos, aviões de bombardeio e por mecanismos maravilhosos de bloqueio, enfim, por meios que reduziram o mundo a quase ruínas” (DEWEY, 1958, p. 135). Os males pelos quais a humanidade passou e ainda passa por alguns deles, como a fome e a guerra, não são em virtude da ausência de ideais, mas de ideais que são erroneamente projetados.
Com isso percebe-se que a filosofia está aí para auxiliar na resolução dos problemas de cunho ideal e real, tendo ciência de que ela não irá sanar o problema dessa relação, mas poderá aliviar o fardo fazendo com que se caminhe com maior segurança em relação ao tornar evidente que “uma inteligência integral e compassiva, voltada à observação e compreensão das forças e acontecimentos sociais, poderá formar ideais, isto é, aspirações, que não sejam ilusões ou simples compensações emotivas” (DEWEY, 1958, p. 137). Eis o grande desafio da reconstrução.
[1] São considerados os conhecimentos de nível baixo o trabalho manufaturado produzido por artesãos e as artes em geral.
[2] Aqui novamente são mencionadas as idéias de Bacon no tocante de que conhecimento é poder e este possui a capacidade de transformar o mundo.
[3] Serão apontados maiores detalhes sobre este método utilizado pelos antigos no terceiro capítulo.
[4] Influência esta recebida de Aristóteles (384 – 322 a.C. – filósofo mais influente na tradição filosófica ocidental e defensor do conhecimento do mundo plural e variado) cuja concepção de Ser Absoluto é a de um Motor Imóvel que tudo move, mas não pode ser movido.
[5] Ver capítulo I onde se trata da questão do pragmatismo.
[6] Estética no sentido de apreciação pelo gosto, o belo e a arte.

o que é pragmatismo?

1 O QUE É O PRAGMATISMO

O pragmatismo vem a ser uma corrente filosófica que surgiu nos Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX. Encontra-se o significado da palavra pragmatismo na linguagem grega, tendo como definição a palavra “prágma, que significa ação, do qual vêm as palavras ‘prática’ e ‘prático’” (JAMES, 1974, p. 10). Pode-se também mencionar o termo inglês pragmatism que possui o significado de natureza prática.
Peirce[1] explana a máxima pragmática da seguinte maneira: “Considere que quais efeitos, que concebivelmente poderiam ter conseqüências práticas, concebemos ter o objeto de nossa concepção. Então, a concepção desses efeitos é o todo de nossa concepção do objeto.” (PEIRCE, apud SANTOS, 2000, p. 28-29). Descartes[2] afirma que se deve ter idéias claras e distintas. Pode surgir o seguinte questionamento: como se obtém uma idéia clara e como diferenciá-la de uma que é obscura? Um modo possível é considerar o conteúdo de uma idéia ou conceito como a soma de todas as suas conseqüências práticas concebíveis. A conseqüência prática permite distinguir uma pura divagação de um conteúdo inteligível. Sendo assim, definir um conceito é expor com minúcias as suas conseqüências práticas. Assim a idéia fica definitivamente clara. Qualquer teoria científica ou qualquer coisa que se diga, pode ser definida assim. Se não puder, então é uma mera divagação obscura!
Corre-se o risco de distorcer seu real[3] significado, sendo que “... o termo, que faz parte de uma discussão lógica e epistemológica, aparece normalmente vinculado a questões de ordem psicológica ou moral, como o que tem valor é o que é útil” (SANTOS, 2000, p. 27).
Há uma discussão em torno de quem e quando foi utilizado esse termo pela primeira vez. Em determinado momento Peirce lançou três questões acerca do tema a serem respondidas pelo seu colega James[4], argumentando o seguinte:

‘Quem criou o termo pragmatismo, eu ou tu? Onde é que ele apareceu pela primeira vez impresso? O que é que entendes por ele?’ Ao que James respondeu: ‘Tu inventaste o termo ‘pragmatismo’, ao qual eu dei pleno crédito numa conferência intitulada ‘Philosophical Conceptions and Practical results’’ (MURPHY, 1990, p. 47).

Houve uma discussão acerca desses termos em que alguns filósofos afirmavam que este não era o nome ideal para tal corrente de pensamento, sendo que o real significado do termo lógico e epistemológico[5] foi distorcido por William James. Por isso, o pragmatismo também foi denominado de pragmaticismo[6], neo-pragmatismo[7], anti-representacionismo[8], entre outros que não serão abordados neste trabalho em virtude de sua irrelevância a este trabalho.
No tocante à definição dos termos acima mencionados não será tratado com detalhes, mas sim serão feitas apenas breves explanações. Peirce, percebendo que o significado daquilo que chamava de pragmatismo foi alterado por James e por não concordar com suas idéias a respeito de seu pragmatismo, resolveu chamá-lo, a partir de 1905, de pragmaticismo para diferenciar da doutrina de James. O mesmo, percebendo que “seu ‘pragmatismo’ (...) adquirira então uma significação muito mais ampla do que sua intenção original, e era ‘hora de dar o beijo de despedida na criança’ e ‘anunciar o nascimento da palavra ‘pragmaticismo’, feia o bastante para ficar a salvo de seqüestradores” (HAACK, 2002, p. 641).
Segundo Pereira, “o pragmaticismo é uma forma de clarear conceitos a partir das suas conseqüências práticas, mas toda a importância e ênfase estão na idéia geral e não nos particulares que indicam essa idéia” (PEREIRA, 2004, p. 27).
Outra variação do termo pragmatismo é a denominação de neo-pragmatismo ou pragmatismo rortyano[9]. Este, diferente do pragmatismo de Peirce, James e Dewey, é eminentemente anti-realista[10]. No pragmatismo clássico a ênfase é dada à experiência, enquanto que no neo-pragmatismo o foco é direcionado, com a mesma intensidade, para a linguagem.
O pragmatismo é denominado por Davidson[11] como anti-representacionismo por este não se tratar das coisas propriamente em si, mas, como afirma Dewey, as informações de que se dispõe atualmente servem de instrumento que fornecem indícios para uma maior aproximação da realidade. Sendo assim, o que os sentidos podem captar não são as coisas em si, mas instrumentos que conduzem os seres humanos à caminhos que os levam a obterem informações mais precisas do objeto em questão. Uma idéia representa algo, mas não o é em si.
Para Davidson “as crenças são verdadeiras ou falsas, mas não representam nada [algo]. É bom vermo-nos livres de representações e, com elas, da teoria da verdade como correspondência, porque é o pensar que há representações que engendra o relativismo.” (MURPHY, 1990, p. 09).
Percebe-se que o significado do termo original formulado por Peirce foi alterado por muitos pensadores, fazendo com que cada um formulasse o seu “pragmatismo”. Ver-se-á ainda que a corrente pragmatista é muito complexa e variada, sendo que:

Em 1908, Arthur O. Lovejoy já classificava nada menos que treze tipos diversos de pragmatismo, que, vez por outra se diferenciavam na teoria do conhecimento, na teoria da verdade, na teoria do significado, na teoria dos valores. Desse modo, a gama de significados do conceito de pragmatismo se estende do ‘pragmatismo lógico’ de Peirce e Vailati até as formas de voluntarismo e vitalismos irracionalistas e incontroláveis. (REALE, 2006, p. 80).

Com isso, percebe-se que a corrente pragmatista elaborada por Peirce e desenvolvida por James é vítima de grande banalização pelo fato de cada pensador tomá-lo como base e, não tendo o pleno conhecimento de suas fontes, distorcer seu significado original.

2.2 O PROBLEMA DA DEFINIÇÃO DA VERDADE NO PRAGMATISMO

Percebe-se que um dos pontos fundamentais do pragmatismo, é sua constante busca por uma teoria que corresponda à verdade. Há divergências entre os modos pelos quais os filósofos concebem uma teoria como verdadeira.
Os principais representantes do pragmatismo americano (Dewey, Peirce e James) afirmam que não se pode conceber uma teoria como eternamente verdadeira, mas sim como provisória. Sendo assim, não se pode afirmar que as coisas são conhecidas de forma absoluta, mas que elas apenas possuem uma metodologia pela qual se pode obter alguns indícios da realidade, ora em maior, ora em menor grau. O que atualmente se concebe como verdade, posteriormente poderá não mais sê-lo. Dewey relata que “sua garantia não é absoluta nem eterna, porque os resultados da pesquisa humana sempre são corrigíveis e aperfeiçoáveis em relação às novas situações em que o homem vem a encontrar-se em sua história” (REALE, 2006, p. 103). Por isso o que alguns filósofos denominam de “conhecimento” não passa de um esclarecimento provisório de determinada parcela da realidade, ou aquilo que é conhecido neste momento. Outro ponto em comum é que “se para que algo seja um objeto de conhecimento (...) ele deve primeiro passar pelo processo de cognição (...), e se o conhecimento visa à verdade, então o método de cognição deve visar à verdade.” (SHOOK, 2002 p. 13). Percebe-se que há uma constante busca pela verdade num processo de reformulação contínua.
O racionalismo[12], concebido como idealismo absoluto[13], afirma que não se pode ter conhecimento de verdades caso siga o pragmatismo, pois este limita o ser humano a conhecer apenas o que tem alguma utilidade prática. O racionalismo caracteriza o pragmatismo como um ceticismo[14], por afirmar que este ignora o que o racionalismo acredita ser a verdadeira natureza da verdade. Ainda afirma que a realidade enquanto tal não pode ser alterada enquanto for simplesmente experienciada ou tornada conhecida. A crítica de Peirce ao idealismo[15] está no fato de que a verdade é concebida como algo conhecido numa investigação explorada ao máximo, sendo essa equivalente ao real.
Qualquer epistemólogo concordaria que o pragmatismo contribuiu para a compreensão de como se obtém o conhecimento, mas negaria que o mesmo tenha influência sobre sua teoria do conhecimento.

A discórdia fundamental entre um pragmatista e o epistemólogo revela-se quando o pragmatista responde que está preocupado com a relação entre o conhecimento e a verdade e se recusa a admitir que qualquer conceito de “verdade” não derivado da teoria do conhecimento humano. Se o epistemólogo replicar que há, de fato, um conceito de verdade segundo o qual “a verdade” existe independentemente de o homem poder conhecê-la, ele estará propondo uma posição metafísica extremamente realista (SHOOK, 2002 p. 15).

É nesse sentido em que se firma a tese de Peirce como um realista[16]. Para Peirce as verdades existem independentes de o ser humano poder conhecê-las e as teorias serão verdadeiras a partir do momento em que representarem um comportamento adequado das coisas, uma regularidade dos fenômenos[17]. O realismo peirceano afirma que aquilo que atualmente se tem como verdade pode não sê-lo, ou seja, que os seres humanos podem estar enganados acerca de algo, mas que, com vastos e rígidos métodos de investigação podem obter uma descrição cada vez mais perfeita da realidade.
O naturalismo[18], aqui caracterizado como negação da realidade dualista (plano psíquico e material), afirma que a mente humana não é portadora de toda realidade e nem a experiência pode dar conta de compreender tudo. O naturalismo pode ser caracterizado como puramente materialista pelo fato de afirmar que existe somente aquilo que é objeto de conhecimento da ciência, negando assim toda construção mental como propunha o idealismo. Já o pragmatismo alega que são vários os caminhos que levam o ser humano à compreensão da realidade, mas não que isso seja parte exclusiva da ciência. “O pragmatismo é uma filosofia que pretende dar conta do aumento da experiência e do conhecimento humanos” (SHOOK, 2002 p. 18).
O pragmatismo também teve forte influência da teoria da evolução de Charles Darwin[19] no tocante ao progresso evolutivo, indo contra o racionalismo e o empirismo clássico[20] que afirmavam que as disposições que os seres humanos possuem para o conhecimento são as mesmas no decorrer de toda história, não havendo assim um progresso. Dewey contrapôs a essa idéia afirmando que “Se o espírito humano, a organização social humana e o corpo humano estão em evolução dinâmica, logicamente a natureza do conhecimento humano deve ser igualmente dinâmica, e progredir na mesma proporção” (SHOOK, 2002 p. 22-23). Como se vê, Dewey rejeita assim todo e qualquer tipo de doutrina que afirmasse as idéias fixas.
Esta influência Dewey recebeu de Darwin ao considerar que as idéias estão em constante processo de mutação para que possa haver uma melhor adaptação à realidade. Sendo assim, o ser humano é um ser que modifica o meio no qual está situado para que possa lograr de maior êxito nos problemas que venham a enfrentar para que, em última análise, mantenha sua existência.
[1] Charles Sanders Peirce (1839 – 1914) é o maior representante do pragmatismo lógico. Forneceu contributos que ainda são de grande atualidade para lógica, a semiótica e a filosofia da ciência.
[2] René Descartes (1596 – 1650), matemático francês, é considerado o pai da filosofia moderna. Ficou mundialmente conhecido por seu método (cartesiano) em que o ponto de partida para o conhecimento é a dúvida metódica: Cogito ergo sum, que quer dizer: penso, logo existo. Ele afirma que só não se pode duvidar que se esteja duvidando, pois o pensar implica em existência.
[3] Denomina-se aqui de pragmatismo real aquele que é formulado por James. Pode também aparecer como pragmatismo original.
[4] William James (1842 – 1910) representa a versão psicológica, moral e religiosa do pragmatismo e não a de ordem epistemológica ou lógica. Foi ele um dos responsáveis pela distorção do termo pragmatismo fazendo com que Peirce tivesse que mudar o nome original.
[5] Epistemológico vem a referir-se à epistemologia (palavra proveniente da linguagem grega epistêmê que significa conhecimento).
[6] Termo adotado sem sucesso por Peirce para referir-se ao pragmatismo usado para distinguir-se da versão de James e de outros contemporâneos seus.
[7] Uma das várias distorções do pragmatismo peirceano. Esse termo foi usado por Richard Rorty.
[8] Assim como no caso anterior esse termo consiste em uma banalização do termo original formulado por Peirce. Nesse caso a banalização do termo original deve-se a Donald Davidson.
[9] O termo “rortyano” deve-se à Richard Rorty (1931 - ) Filósofo norte americano de cunho analítico e crítico das categorias tradicionais de conhecimento.
[10] Negação de todo e qualquer tipo de realismo.
[11] Donald Herbert Davidson (1917 - ), filósofo americano que forneceu grandes contributos à filosofia da mente.
[12] Corrente filosófica que enfatiza o papel da razão afirmando que esta por si só garante a aquisição e justificação do conhecimento sem auxílio de outrem.
[13] “Versão do idealismo na qual o mundo se identifica com o pensamento objetivo ou absoluto, e não com o fluxo pessoal da experiência (...)” (BLACKBURN, 1997, p. 191).
[14] Vem a ser uma “negação de que o conhecimento ou sequer a crença racional sejam possíveis, quer quanto a um assunto específico (...) quer quanto a todos os assuntos” (BLACKBURN, 1997, p. 58).
[15] “Qualquer doutrina que sustente que a natureza da realidade é fundamentalmente mental.” (BLACKBURN, 1997, p. 190).
[16] Afirmação da existência de um mundo e/ou determinado tipo de coisas que sejam reais.
[17] A esta regularidade dos fatos de modo que estes venham a tornar-se hábitos de ação, Peirce a chama de terceiridade.
[18] “Simpatia pela perspectiva segundo a qual em última análise nada resiste às explicações obtidas através dos métodos característicos das ciências naturais” (BLACKBURN, 1997, p. 261).
[19] Charles Robert Darwin (1809 – 1882), naturalista britânico que ficou mundialmente conhecido por causa de suas teorias da evolução. Suas teorias influenciaram fortemente a pessoa de Dewey e nos dias atuais ainda repercutem o mundo todo. Tratar-se-á com maior afinco a teoria da evolução no terceiro capítulo deste trabalho.
[20] “Orientação filosófica persistente que procura ligar o conhecimento à experiência.” (BLACKBURN, 1997, p. 115).

será que sei?

vc já imaginou o por que vc existe? Qual seria o sentido de vc estar aqui? diante a imensidão do universo, mas vc veio parar aqui, com esse corpo, com essa vida, com as pessoas que a rodeia ou meilhor com tudo aquilo que nossos sentidos nos passa.
falando nisso, eu coloco sentido por que não tenho como saber ao serto se os nossos sentidos nos mostra a realidade ou não, também não tenho como saber se faz mesmo 26 anos que estou vivo, ou se apenas nesse ultimo minuto.
sabe, se paramos para pensamos mesmo, não como saber realmmente de algo. mas mesmo assim o por que de não persarmos nisso? Seria lum forma mais facíl e simples, viver no senso comum, simplesmente sem persarmos muito. viver o DIA A DIA, viver a normalidade. Tudo se torna facíl, ué, por criar problemas se podemos viver sem eles.Porque ficar pensando na vida, se assistir um jogo ou uma novela é muito mais prazeroso e dã nos dar dor de cabeça. Porque ficar pensando por que existo se o bom da vida é poder festejar. Por que enterder uma sociedade se o melhor é viver na maior mordmia do dia a dia pensado no agora.
Sabe, o fato de estar aqui escrevendo é algo maravilhoso, já se pensase quantos dedos, quants nervos, musculos, empulsos eletromagnético estou envilhando para poder redigir essas frases. Você já se imaiginol o quanto smos importantes e complexos.
Você já pensou em tudo o que ocorreu nfessa internidade de passado para que possams existir.
Já te ocorreu que apenas o distânciamente de meio milimetro de um grão de arreia a bilhões de anos atrãs, provavel que nós não estqariamos aqui.

só sei que nada sei" isso nos sócrates. E que nã precisa palavras melhores para nós.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

odo mal vem para um bem maior

............... sabe a dgrandde pergunta que faço é por que existo..................................????????????
............... dizem que todo mal ve, para um em maior....... será????????????????????????????
sabe eu sempre acreditei nisso, mas quando vc acha que está no fundo do posso, vc vê que sempre há mais um pantano, para afundar mais ainda..... quando a gebte achja que a vida não tem como mais piora, ela piora mais um pouco....
mas tudo bem mas estaando no fundo do posso se olharmos para acima veremos que há uma luz lá em sima,...... que Deus me ajude